terça-feira, novembro 27, 2012
A grande garfada
A prefeitura de Boa Vista anunciou ontem (26/11) que vai mudar o cronograma de coleta de lixo doméstico. Basicamente alterou os dias da semana e cortou um dia de coleta em cada bairro.
Não houve justificativa para isso no material informativo distribuído à imprensa.
A questão é que na mudança foi dada uma grande garfada nos contribuintes.
Explica-se: a taxa de coleta de lixo instituída na gestão Iradilson Sampaio faz uma divisão do valor pago anualmente por uma coleta de 3 vezes semanais.
Com a mudança, só no Paraviana, área que paga mais caro que o Centenário, por exemplo, os caminhões vão deixar de passar cinco vezes até o final do ano.
Multiplicando 5 pelo número de contribuintes que pagaram isso no referido bairro, tem-se um número bem alto. Multiplicando 5 pelo número de contribuintes da cidade, tem-se um número bem maior. É um dinheirão e tanto que foi pago por um serviço que agora não será mais feito.
Como essa taxa foi criada só para bancar a empresa terceirizada que faz a coleta, não é possível à prefeitura alegar, como sempre o faz, queda no repasse do Fundo de Participação dos Municípios. É uma grana que já está no caixa do município e que agora será usada para outro fim. É como se fazia no tempo da CPMF: a grana da saúde ia para todos os lados, menos para saúde.
Eu espero sinceramente que a gestão da prefeita Teresa Surita ao menos reduza o valor dessa taxa. E que demita esses incompetentes que contribuíram para deixar Boa Vista no buraco, literal e metaforicamente.
segunda-feira, novembro 19, 2012
Segunda bipolar
A segunda amanheceu bipolar...
Primeiro, bem cedo, rolou um estresse com a funcionária de uma loja onde compramos tinta fosco quando na verdade queríamos tinta brilho (Na verdade, o plural é mentiroso. Para mim, tanto faz, mas a patroa insistiu nesse tipo de tinta e eu paguei, então ficou plural).
A funcionária não queria ir avisar o dono do loja, o seu Ciariba. Fez cara feia, insistiu que devíamos ir direto, disse que aquele ali não era o seu setor nem sua função (mas foi com ela que mandaram falar), ficou com mais cara feia quando lhe disse que aquilo não se tratava de uma disputa de poder...enfim, ficou ali e nada fez.
Não conseguimos trocar nenhuma das duas latas de tinta. A patroa tinha aberto as duas antes de conferir na etiqueta se eram fosco ou brilho.
Meio-dia rodamos em várias outras lojas atrás de tinta. Meio-dia, o sol ardente e a fome pegando os três (eu, a patroa e o Edzin, motivo de estarmos querendo maquiar a casa).
- Mamãe, temos que pintar a casa para colocar uma árvore de natal, disse dias antes.
Se o que nos faltava era uma desculpa para começar a dar trato na casa, já a temos.
Nessa rodada de hoje o meu celular ficou em algum lugar. A patroa acha que foi na última loja, a Vimezer da Ville Roy. Voltamos lá depois do almoço. Ninguém viu nada e ela não consegue disfarçar a chateação.
Até sair da loja eu estava tranquilo. Quando cheguei no trabalho é que percebo o quanto perder o celular é problemático. Vai-se o aparelho, vão-se as fotos, os vídeos, o chip, os contatos, a facilidade de entrar em contato com a casa...além disso, é um novo gasto a ser contabilizado.
No meio da tarde me avisam que ganhei um prêmio jornalístico, ficando em primeiro lugar. Como ainda não foi divulgado para a imprensa (não sei se neste momento já foi), ainda não posso falar qual é. A entrega da premiação será semana que vem.
Escrevo agora direto no editor do Blogger...
Há muito tempo que não fazia texto direto na plataforma...
Agora vou na loja da operadora, ver como resolvo isto. Já me conformei e sei que não terei o celular de volta.
Engraçado é que semana passada achei um blackberry novinho no parque Anauá, liguei para a mãe da dona, a dona falou comigo, combinei a devolução no mesmo dia e quando a moça disse que queria me dar uma recompensa, disse-lhe:
- Não precisa. Basta que a senhora, ao encontrar um celular por aí, ache o dono e devolva. Gentileza gera gentileza.
Não deu certo comigo esse mantra.
Bem, vamos ver se a segunda termina bem.
UP DATE:
Resumidamente: fui na loja da Vivo, que estava com o sistema operacional fora do ar. O atendente pediu que fosse numa loja no centro da cidade. Estava tarde, não fui, olhei celulares mais modernos lá e numa loja ao lado, percebi como entendo pouco de bons aparelhoes, fui caminhar sem comprar nada, cheguei em casa e a patroa disse que, depois de algumas ligações, o pessoal da Vimezer tinha encontrado o celular.
Basicamente foi o atendente novato que tentou dar uma de esperto, embolsando a máquina.
Tranquilo por ter o meu aparelho de volta, me pergunto: vale a pena tentar ficar com a coisa velha dos outros?
Primeiro, bem cedo, rolou um estresse com a funcionária de uma loja onde compramos tinta fosco quando na verdade queríamos tinta brilho (Na verdade, o plural é mentiroso. Para mim, tanto faz, mas a patroa insistiu nesse tipo de tinta e eu paguei, então ficou plural).
A funcionária não queria ir avisar o dono do loja, o seu Ciariba. Fez cara feia, insistiu que devíamos ir direto, disse que aquele ali não era o seu setor nem sua função (mas foi com ela que mandaram falar), ficou com mais cara feia quando lhe disse que aquilo não se tratava de uma disputa de poder...enfim, ficou ali e nada fez.
Não conseguimos trocar nenhuma das duas latas de tinta. A patroa tinha aberto as duas antes de conferir na etiqueta se eram fosco ou brilho.
Meio-dia rodamos em várias outras lojas atrás de tinta. Meio-dia, o sol ardente e a fome pegando os três (eu, a patroa e o Edzin, motivo de estarmos querendo maquiar a casa).
- Mamãe, temos que pintar a casa para colocar uma árvore de natal, disse dias antes.
Se o que nos faltava era uma desculpa para começar a dar trato na casa, já a temos.
Nessa rodada de hoje o meu celular ficou em algum lugar. A patroa acha que foi na última loja, a Vimezer da Ville Roy. Voltamos lá depois do almoço. Ninguém viu nada e ela não consegue disfarçar a chateação.
Até sair da loja eu estava tranquilo. Quando cheguei no trabalho é que percebo o quanto perder o celular é problemático. Vai-se o aparelho, vão-se as fotos, os vídeos, o chip, os contatos, a facilidade de entrar em contato com a casa...além disso, é um novo gasto a ser contabilizado.
No meio da tarde me avisam que ganhei um prêmio jornalístico, ficando em primeiro lugar. Como ainda não foi divulgado para a imprensa (não sei se neste momento já foi), ainda não posso falar qual é. A entrega da premiação será semana que vem.
Escrevo agora direto no editor do Blogger...
Há muito tempo que não fazia texto direto na plataforma...
Agora vou na loja da operadora, ver como resolvo isto. Já me conformei e sei que não terei o celular de volta.
Engraçado é que semana passada achei um blackberry novinho no parque Anauá, liguei para a mãe da dona, a dona falou comigo, combinei a devolução no mesmo dia e quando a moça disse que queria me dar uma recompensa, disse-lhe:
- Não precisa. Basta que a senhora, ao encontrar um celular por aí, ache o dono e devolva. Gentileza gera gentileza.
Não deu certo comigo esse mantra.
Bem, vamos ver se a segunda termina bem.
UP DATE:
Resumidamente: fui na loja da Vivo, que estava com o sistema operacional fora do ar. O atendente pediu que fosse numa loja no centro da cidade. Estava tarde, não fui, olhei celulares mais modernos lá e numa loja ao lado, percebi como entendo pouco de bons aparelhoes, fui caminhar sem comprar nada, cheguei em casa e a patroa disse que, depois de algumas ligações, o pessoal da Vimezer tinha encontrado o celular.
Basicamente foi o atendente novato que tentou dar uma de esperto, embolsando a máquina.
Tranquilo por ter o meu aparelho de volta, me pergunto: vale a pena tentar ficar com a coisa velha dos outros?
quarta-feira, novembro 14, 2012
Meu primeiro prêmio de artes visuais
Ganhei meu primeiro prêmio de artes visuais. Obviamente não foi uma seleção para a Bienal de São Paulo. Isso seria demais para um marinheiro de primeira viagem, mas foi muitooooo legal mesmo assim.
Participei de um concurso de artes visuais promovido pela Universidade Federal de Roraima. A ideia era selecionar obras no formato horizontal, baseadas no tema “Do olhar ao tocar: Intervenções na paisagem”, para compor o calendário 2013 da instituição.
Já disse em outras postagens que sempre tive vontade de ser um bom desenhista, mas nessa já fiquei para trás se comparado com as artes que o Edgarzin, meu filhote, desenvolve. Para compensar, leio todo livro ou catálogo sobre arte visual que me cai nas mãos. Acho fantástica a imaginação e capacidade de realização dos criadores visuais. Acho ainda mais fantásticas as explicações conceituais que dão aos seus trabalhos, dando justificativas profundas a produções aparentemente sem nenhum sentido.
Bem, depois de decidir arriscar a participação no concurso – afinal, o “não” já está garantido e todo “sim”é lucro – fui pesquisar o que significava o tema do concurso. Google prá lá, Google pra cá, formei um conceito e comecei a matutar o que poderia apresentar. Tudo isso em pouco tempo, pois o prazo final já estava chegando.
Bati o martelo em fazer uma intervenção. O desafio agora era definir como seria feita a dita cuja. Pensa, pensa, pensa, descarta ideias, corta ideias, cheguei no material barato e mais facilmente encontrado todo final de tarde: papelão. Pintar ou não pintar seria a próxima questão. Como não havia plata para investir, fiquei com o marrom-papelão como cor base.
Ok. E agora, o que fazer? Hum...já sei. Vamos fazer algo que denuncie e desperte algum tipo de reação negativa contra a poluição dos igarapés, a falta de boas ações na área ambiental e ao mesmo tempo aponte para o descaso com os espaços públicos de lazer. Fácil que só.
Era só ir na beira do igarapé Mirandinha, canalizado e poluído (veja imagens aqui) e fazer lá a parada. Mas antes que tal ir no parque Anauá? Aliás, meu rei, que tal, antes de tudo, fazer os objetos da instalação?
Convidei dona Zanny Adairalba, patroa e companheira de Coletivo Caimbé, para dar uma força. Edgarzinho Bisneto veio junto. Aliás, se vacilar, o moleque já produz arte melhor que a nossa...
Bem, tirando os excessos de pai, a verdade é que o guri deu sua contribuição e ainda aprendeu que o papai, além de fazer trabalho literário, também faz “arte moderna” (depois tentei ensiná-lo a falar “arte contemporânea” , mas é mais difícil. Hoje, após muitas leituras, falaria apenas artes visuais).
O processo de criação e produção demorou uma noite e uma manhã, envolvendo a criação de dois conjuntos de bonecos de papelão.
Para resumir a história, vou falar apenas sobre o que foi selecionado. Se cinco pessoas aí tiverem interesse em saber dos outros, é só falar isso nos comentários e faço um up date (sim, é quase uma campanha por comentários).
“Domingo no parque” é o título da intervenção. Poderia ter sido melhor? Poderia, mas para uma primeira vez nesta seara, tá de bom tamanho. E além do mais, incorpora um novo item à aba das premiações lá no topo do blog, somando-se às que tenho em literatura, audiovisual e jornalismo.
Participei de um concurso de artes visuais promovido pela Universidade Federal de Roraima. A ideia era selecionar obras no formato horizontal, baseadas no tema “Do olhar ao tocar: Intervenções na paisagem”, para compor o calendário 2013 da instituição.
Já disse em outras postagens que sempre tive vontade de ser um bom desenhista, mas nessa já fiquei para trás se comparado com as artes que o Edgarzin, meu filhote, desenvolve. Para compensar, leio todo livro ou catálogo sobre arte visual que me cai nas mãos. Acho fantástica a imaginação e capacidade de realização dos criadores visuais. Acho ainda mais fantásticas as explicações conceituais que dão aos seus trabalhos, dando justificativas profundas a produções aparentemente sem nenhum sentido.
Bem, depois de decidir arriscar a participação no concurso – afinal, o “não” já está garantido e todo “sim”é lucro – fui pesquisar o que significava o tema do concurso. Google prá lá, Google pra cá, formei um conceito e comecei a matutar o que poderia apresentar. Tudo isso em pouco tempo, pois o prazo final já estava chegando.
Bati o martelo em fazer uma intervenção. O desafio agora era definir como seria feita a dita cuja. Pensa, pensa, pensa, descarta ideias, corta ideias, cheguei no material barato e mais facilmente encontrado todo final de tarde: papelão. Pintar ou não pintar seria a próxima questão. Como não havia plata para investir, fiquei com o marrom-papelão como cor base.
Ok. E agora, o que fazer? Hum...já sei. Vamos fazer algo que denuncie e desperte algum tipo de reação negativa contra a poluição dos igarapés, a falta de boas ações na área ambiental e ao mesmo tempo aponte para o descaso com os espaços públicos de lazer. Fácil que só.
Era só ir na beira do igarapé Mirandinha, canalizado e poluído (veja imagens aqui) e fazer lá a parada. Mas antes que tal ir no parque Anauá? Aliás, meu rei, que tal, antes de tudo, fazer os objetos da instalação?
Convidei dona Zanny Adairalba, patroa e companheira de Coletivo Caimbé, para dar uma força. Edgarzinho Bisneto veio junto. Aliás, se vacilar, o moleque já produz arte melhor que a nossa...
Bem, tirando os excessos de pai, a verdade é que o guri deu sua contribuição e ainda aprendeu que o papai, além de fazer trabalho literário, também faz “arte moderna” (depois tentei ensiná-lo a falar “arte contemporânea” , mas é mais difícil. Hoje, após muitas leituras, falaria apenas artes visuais).
O processo de criação e produção demorou uma noite e uma manhã, envolvendo a criação de dois conjuntos de bonecos de papelão.
Para resumir a história, vou falar apenas sobre o que foi selecionado. Se cinco pessoas aí tiverem interesse em saber dos outros, é só falar isso nos comentários e faço um up date (sim, é quase uma campanha por comentários).
Dos recortes de material, Edzin faz a sua arte moderna |
No final da noite, Zanny e Edgarzinho exibem o “Sam” |
Hora de recomeçar os trabalhos de arte moderna, baby |
Corta, corta, corta... |
Homenzinho... |
Tirando as medidas |
Hã? Quem são esses? |
“Papai, todas as pessoas têm olhos. Eles precisam de olhos...” |
Teste |
O plano |
Tentativa 1: esquecemos os bancos de madeira, muito vento, contraluz e marrom sobre marrom não dá destaque |
Tentativa 2: Sente a diferença nas cores |
Montagem |
A colorida contribuição do Edgarzin ao projeto “vamos ganhar um prêmio de artes visuais” |
Um brinde com os ETs no final de tarde. Não se iludam: estávamos sendo devorados pelos lendários mosquitos picadores do parque Anauá. |
Logo depois dessa foto uma legião de mosquitos entrou nas minhas narinas. Fora isso, as picadas nas pernas incomodaram por uma semana |
A obra |
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sexta-feira, novembro 09, 2012
Noutros lugares mas pensando sempre neste aqui
Tenho abandonado este meu querido blog. Tudo por conta do excesso de trabalho nalguns dias, da facilidade de postar coisas no facebook ou retuitar coisas no Twitter ou ainda por andar postando em outros lugares.
Por isso estou colocando links de outros lugares por onde ando. Verão que são poucos, mas limpinhos.
Blog do Coletivo Arteliteratura Caimbé.
Blog do Livro Sem Grandes Delongas (até este anda abandonado).
Para fechar, foto de flores. Toda sexta publico uma no perfil do FB, dando uma de gentil com os colegutchos daquela rede.
Por isso estou colocando links de outros lugares por onde ando. Verão que são poucos, mas limpinhos.
Blog do Coletivo Arteliteratura Caimbé.
Blog do Livro Sem Grandes Delongas (até este anda abandonado).
Para fechar, foto de flores. Toda sexta publico uma no perfil do FB, dando uma de gentil com os colegutchos daquela rede.
quarta-feira, outubro 31, 2012
Sonho erótico
Ontem tive um sonho erótico agitado. Estava em casa quando uma nota de R$ 100 entrou toda oferecida pela porta, caiu aos meus pés e sussurrou: me pega com força, me usa, abusa, me estoura e depois me joga no primeiro balcão que estiver à tua frente.
Eu, todo submisso, fiz tudo o que essa nota bandida pediu...
Eu, todo submisso, fiz tudo o que essa nota bandida pediu...
segunda-feira, outubro 29, 2012
Selecionado no VI CLIPP - Concurso Literário de Presidente Prudente
Faz uns dias que recebi o e-mail mas só agora arranjei tempo para ver o conteúdo do conto "Promessas", selecionado para compor a coletânea do VI CLIPP - Concurso Literário de Presidente Prudente (SP), que teve 319 participantes e 1.015 textos inscritos.
O lançamento do livro foi dia 27 de outubro, às 19h, durante o 3º Salão do Livro de Presidente Prudente.
Veja o texto:
Promessas
Sim, você gosta dele. Muito, muito, muito. Continuará gostando quando te contarem que o viram saindo de uma boate abraçado a uma loira. Não ligará quando chegar a mensagem de texto afirmando que foi visto numa festa com uma morena. Ele nega e jura amor exclusivo.
Casará, acreditando nas juras dele. Ficará calada quando ele começar a ficar na farra por vários dias seguidos, chegar em casa com a roupa cheirando a perfumes desconhecidos, não quiser contar o que houve e apenas repetir o de sempre: que te ama e nada mais importa.
Não ligará quando ele estiver na farra e você estiver botando no mundo o primeiro filho. O mesmo vai acontecer no segundo: sempre a solidão na hora do parto, mas você continuará dando uma chance, pois o ama mais que tudo e ele prometeu que vai mudar.
E então surgirá a notícia: numa briga, o namorado enciumado de alguma outra mulher o esfaqueou cinco vezes e ele morreu antes que o resgate chegasse.
Você chorará a perca de seu primeiro amor, mas agradecerá a Deus pela recompensa vinda: um rechonchudo seguro de vida e uma boa pensão. “Valeu a pena esperar”, pensará, ficando tentada a contar para os seus filhos que aquele não era o pai de nenhum deles.
O lançamento do livro foi dia 27 de outubro, às 19h, durante o 3º Salão do Livro de Presidente Prudente.
Veja o texto:
Promessas
Sim, você gosta dele. Muito, muito, muito. Continuará gostando quando te contarem que o viram saindo de uma boate abraçado a uma loira. Não ligará quando chegar a mensagem de texto afirmando que foi visto numa festa com uma morena. Ele nega e jura amor exclusivo.
Casará, acreditando nas juras dele. Ficará calada quando ele começar a ficar na farra por vários dias seguidos, chegar em casa com a roupa cheirando a perfumes desconhecidos, não quiser contar o que houve e apenas repetir o de sempre: que te ama e nada mais importa.
Não ligará quando ele estiver na farra e você estiver botando no mundo o primeiro filho. O mesmo vai acontecer no segundo: sempre a solidão na hora do parto, mas você continuará dando uma chance, pois o ama mais que tudo e ele prometeu que vai mudar.
E então surgirá a notícia: numa briga, o namorado enciumado de alguma outra mulher o esfaqueou cinco vezes e ele morreu antes que o resgate chegasse.
Você chorará a perca de seu primeiro amor, mas agradecerá a Deus pela recompensa vinda: um rechonchudo seguro de vida e uma boa pensão. “Valeu a pena esperar”, pensará, ficando tentada a contar para os seus filhos que aquele não era o pai de nenhum deles.
quinta-feira, outubro 11, 2012
Fazendo BookCrossing em Boa Vista
Vou participar do 5o BookCrossing Blogueiro, uma iniciativa tocada pela antiga companheira de blogagens Luma Rosa (acho até que começamos juntos na época dos blogs do IG e depois migramos para a plataforma blogger).
Enfim, a Luma convidou pela 5a vez e agora é que li de fato o que era. Basicamente é soltar um livro em algum lugar público com uma nota dizendo que foi proposital e que se espera da pessoa que achou a leitura nova liberação do volume. Mais detalhes? Vai aqui.
O livro será um exemplar de minha obra Sem Grandes Delongas. O local? Ainda não sei...
Se achar um desses por aí, fui eu que joguei pra ti, bebê |
P.S.: quando este ano estive em Sampa, deixei alguns livros meus e um de Zanny Adairalba na Casa das Rosas, um dos pontos de BookCrossing lá no sudeste. A moça do atendimento disse que ia cadastrar e botar pro mundo. Se fez, não sei. Espero que um dia alguém me passe e-mail dizendo que leu.
terça-feira, outubro 09, 2012
Poema meu na III coletânea TOC 140, da Fliporto 2012
Fiquei sabendo ontem que um pequeno poema meu foi selecionado para integrar a terceira coletânea do TOC140 – DESAFIO LITERÁRIO – POESIA NO TWITTER - Prêmio FLIPORTO 2012. Foi uma das pequenas felicidades que deixam a vida mais bacana.
O texto é este:
Entre 2.500 poemas de 500 concorrentes, o texto foi selecionado pelos professores mestres Haidée Camelo Fonseca e Robson Teles, numa banca presidida pelo advogado e escritor Antônio Campos, Curador da Fliporto (Festa Literária de Pernambuco). Também foi selecionado, pela segunda vez, um texto de Zanny Adairalba, poeta colega no Coletivo Caimbé. Somos os únicos de Roraima a participar do livro.
Ah, o texto selecionado faz parte da mostra de poemas emicronarratiavs Curt@s Histórias e Poesias. Olha a arte que o ilustra:
Caso queiras conferir os demais poemas selecionados, vai aqui.
O texto é este:
Deserto lá fora
Choveu o dia todo
Dentro de mim
Choveu o dia todo
Dentro de mim
Entre 2.500 poemas de 500 concorrentes, o texto foi selecionado pelos professores mestres Haidée Camelo Fonseca e Robson Teles, numa banca presidida pelo advogado e escritor Antônio Campos, Curador da Fliporto (Festa Literária de Pernambuco). Também foi selecionado, pela segunda vez, um texto de Zanny Adairalba, poeta colega no Coletivo Caimbé. Somos os únicos de Roraima a participar do livro.
Ah, o texto selecionado faz parte da mostra de poemas emicronarratiavs Curt@s Histórias e Poesias. Olha a arte que o ilustra:
Caso queiras conferir os demais poemas selecionados, vai aqui.
quinta-feira, outubro 04, 2012
Uma cidade desmanchando
Está cada vez mais complicado dirigir nos horários de pico em Boa Vista. Falta engenharia de trânsito, sobram buracos e má educação. Os guardas e as campanhas educativas contínuas sumiram.
Está cada vez mais complicado admirar a natureza em Boa Vista. Falta educação ambiental, sobre gente avançando sobre os igarapés e poluição.
As políticas culturais inexistem. Cidade criativa é um termo ouvido ao longe em programas da TV paga. Preservação do patrimônio material e imaterial é coisa de gringo que não tem o que fazer. Quando se faz, faz-se festa, pura e simples, sem deixar nada para o outro dia.
O sistema de transporte coletivo é caótico e ineficiente. A gestão pública atingiu seu ápice de incompetência. O grau foi tão elevado que ninguém quis ligação com a administração vigente, nem a chapa cuja candidata a vice é do partido do prefeito.
Chegou-se a tal ponto que a principal promessa é “reerguer, revitalizar, renovar, restaurar” Boa Vista. Tudo focado em tapar buracos e limpar ruas. Estão oferecendo o básico quando deveríamos estar à espera de projetos de desenvolvimento sustentáveis para todos os setores. Mas não foi assim e é pelo básico que estamos desesperados.
Chegou-se a tal ponto que a principal promessa é “reerguer, revitalizar, renovar, restaurar” Boa Vista. Tudo focado em tapar buracos e limpar ruas. Estão oferecendo o básico quando deveríamos estar à espera de projetos de desenvolvimento sustentáveis para todos os setores. Mas não foi assim e é pelo básico que estamos desesperados.
A cidade está desmanchando diante de nossos olhos. E isso não é uma metáfora.
Na perifa, o medo do roubo, do furto, do assalto é uma constante, sobretudo nas horas de ir e vir da escola, do trabalho.
Na perifa, o medo do roubo, do furto, do assalto é uma constante, sobretudo nas horas de ir e vir da escola, do trabalho.
Na perifa, o pouco que se faz no centro não reverbera. A perifa está à própria sorte e os meninos estão cada vez mais armados, mais furiosos, achando que tudo de bom não é para eles e por isso devem pegá-lo à força do facão. Eles não sabem que todos estão descontentes, menos os grupos que sempre se dão bem, alimentando e sendo alimentados pelo dreno da corrupção.
Uma hora essa bomba estoura de vez.
Os culpados? Diretamente: os governantes e seus assessores, os dirigentes, os parlamentares, especificamente os aliados de hoje e de ontem, que não cobraram eficência, pois estavam ocupados fazendo qualquer coisa menos cumprindo suas obrigações.
Indiretamente: a população do “deixa-pra-lá” e do “toma-lá, dá-cá”, os indiferentes, os aproveitadores, os que acham que é assim mesmo, os que não percebem que o buraco está crescendo e uma hora todo mundo vai cair.
Independente do resultado desta eleição, boa sorte para todos, sobretudo para os que vamos continuar dirigindo no trânsito infernal, usando o sistema público de saúde e de educação, procurando emprego ou tentando montar negócio, esperando políticas públicas para setores fundamentais ao progresso coletivo.
Tomara que a boa sorte chegue antes da cidade sumir em meio a tanto descaso.
segunda-feira, outubro 01, 2012
Entrevista no Canal AmazonSat sobre poesia e outras coisas
O programa Via Cruviana, que passou no Canal Amazonsat entre os dias 26 e 28, veiculou uma matéria comigo, falando sobre prêmios literários, trabalho no Coletivo Caimbé, poesia, o livro Sem Grandes Delongas e umas outras coisas.
Deixo aqui o link da entrevista, feita por Tayane Fraxe.
quarta-feira, setembro 26, 2012
As artes do Edgarzin
Toda vez que o Edgarzin desenha lembro dessa música do Zeca. O moleque já passou pela fase do papel, pelas paredes da casa, pela agenda dos amigos e até já deu um pichada no muro do quintal. Tudo ao velho estilo manual.
Eu, que nunca fui bom de desenho, mas adoro uma arte visual, me amarro. Em novembro de 2011, numa das suas diversas internações fizemos até uma exposição no hospital onde passou quase uma semana tentando respirar bem.
Adicionar legenda |
Essa mesmo expo foi parar depois na Galeria Cozinha, que a mamis dele montou em nossa maloca.
Dou-lhe a maior corda, compro papel, lápiz de cera, aquarela, tudo o que ele puder usar. Faz bem incentivar os bons hábitos dos moleques.
Ultimamente o indiozin começou a desbravar os campos da arte digital com o bom e velho Paint.
Inicialmente eu abria o programa, mostrava como fazer e tal. Depois de uns dias, peguei um susto quando o vi passando pela sala carregando o notebook em direção à sua mesinha.
Lá, abriu e ligou o note, acessou o Paint e começou a compor seus desenhos misturando as formas prontas do programa com os traços que já consegue fazer.
Disso faz poucas semanas. Estamos salvando tudo, pensando em, quem sabe o futuro?, vender tudo a preço de ouro no dia que ele virar um artista de renome.
E como bons curiosos pais que somos, vez ou outra vamos lá na pasta perguntar o que é tal desenho, o que é aquilo e outro. E ele fala: fábrica de beijos, espaço sideral, ônibus passando numa ponte, castelos...adoro o tom de voz dele jogando as respostas...
Se liga nessas fotos aí, especificamente no olhar concentrado enquanto os dedinhos controlam o mouse touchscreen do notebook. É a arte digital tomando conta do portfolio de meu artista.
Com a graça de Deus e Basquiat (artista que a mamis dele e eu admiramos)
segunda-feira, setembro 24, 2012
Agenda literária de outubro
O mês de outubro vai ser cheio das atividades no Coletivo Caimbé. Confere onde podes me encontrar para pagar um refri:
4 e 5 de outubro (quinta e sexta)
Exibição da mostra de fotografia, poemas e micronarrativas "Curt@s histórias e poesias", com textos meus e fotografias minhas, de Zanny Adairalba e Edgarzinho Borges Bisneto. Será na Escola Estadual Penha Brasil, bairro Aparecida, como parte da festa de encerramento de um projeto de leitura.
6 de outubro (sábado)
Sessão de autógrafos dos livros Repoetizando, de Zanny Adairalba, e Sem Grandes Delongas, de minha autoria, na livraria Saber, às 10h. A atividade faz parte das celebrações dos três anos de aniversário da loja, que fica na avenida Ville Roy, 4896, Aparecida (Em frente à Femarh).
20 de outubro (sábado)
II Encontro dos Cordelistas em Roraima - Sábado, 16h - Forródromo do Parque Anauá.
(Não que eu seja cordelista, mas vou estar lá.)
26 de outubro (sexta)
Happy Hour Poético na livraria Saber, com muitos poetas e escritores convidados. A partir das 18h.
28 de outubro (domingo)
Exibição dos filmes do DIA 2012 (Dia Internacional da Animação) na Associação Grupo de Mães Anjos de Luz, Rua Austrália, 465, bairro Cauamé. A partir das 19h, com entrada franca.
29 de outubro (segunda)
Participo da mesa redonda "A internet como ferramenta positiva na formaçaõ do leitor crítico", no XII Encontro Estadual de Incentivo à Leitura (Proler). Às 9h45, no Palácio da Cultura.
E só. Fora isso, o trabalho normal e a busca de grana para voltar à estrada e deixar as quatro paredes para trás.
4 e 5 de outubro (quinta e sexta)
Exibição da mostra de fotografia, poemas e micronarrativas "Curt@s histórias e poesias", com textos meus e fotografias minhas, de Zanny Adairalba e Edgarzinho Borges Bisneto. Será na Escola Estadual Penha Brasil, bairro Aparecida, como parte da festa de encerramento de um projeto de leitura.
6 de outubro (sábado)
Sessão de autógrafos dos livros Repoetizando, de Zanny Adairalba, e Sem Grandes Delongas, de minha autoria, na livraria Saber, às 10h. A atividade faz parte das celebrações dos três anos de aniversário da loja, que fica na avenida Ville Roy, 4896, Aparecida (Em frente à Femarh).
20 de outubro (sábado)
II Encontro dos Cordelistas em Roraima - Sábado, 16h - Forródromo do Parque Anauá.
(Não que eu seja cordelista, mas vou estar lá.)
26 de outubro (sexta)
Happy Hour Poético na livraria Saber, com muitos poetas e escritores convidados. A partir das 18h.
28 de outubro (domingo)
Exibição dos filmes do DIA 2012 (Dia Internacional da Animação) na Associação Grupo de Mães Anjos de Luz, Rua Austrália, 465, bairro Cauamé. A partir das 19h, com entrada franca.
29 de outubro (segunda)
Participo da mesa redonda "A internet como ferramenta positiva na formaçaõ do leitor crítico", no XII Encontro Estadual de Incentivo à Leitura (Proler). Às 9h45, no Palácio da Cultura.
E só. Fora isso, o trabalho normal e a busca de grana para voltar à estrada e deixar as quatro paredes para trás.
quinta-feira, setembro 06, 2012
Sentimentalismo latino
Em algum momento na longa vida deste blog já falei que nós, criados na América espanhola, temos forte tendência a ser o que alguns brasileiros definiriam como amantes da música brega.
Mesmo num país como a Venezuela, onde o merengue e a salsa dão, literalmente, o ritmo da vida, há espaço para músicas como as rancheras, originárias do México, que batem fundo em corações apaixonados.
São letras e melodias feitas para embalar corações apaixonados, estando ou não sendo correspondidos.
Lembro que quando era criança vi muitas pessoas em bares e tascas ouvindo esses sons e chorando por uma mulher ou um cara filh@ de uma mãe que não lhes dava a devida atenção.
Uma boa música ranchera e uma garrafa de cerveja ou de rum fazem a diferença na hora de aliviar as dores do amor. Muito melhor que ouvir rock. Aliás, se há algo com que o rock não combina é com alivio para um coração machucado. Ou não?
Voltemos à minha história: já no Brasil, por questões geográficas, me afastei das rádios e dos ambientes onde se ouvia música ranchera. Verdade que trouxe e ao longo dos anos comprei fitas cassete (lembra disso?) e CD’s que agiam como pontes entre as recordações de meu passado na Venezuela e o presente, tão cheio de outros ritmos em língua diferente.
E aí chegou a internet, facilitando o acesso aos mp3 da vida. E veio o youtube, alimentado por milhões de pessoas dispostas a compartilhar seus acervos originais e pirateados. E veio forte como nunca a onda das regravações. E veio Maná, regravando, como já fez com um monte de composições rancheras, Hasta que te Conocí, escrita por Juan Gabriel. E vim eu, consolidando minhas conclusões sobre o Maná: são bregas que só e é por isso que são bons e eu gosto.
Tudo isso foi para te apresentar duas versões da mesma música. No primeiro você verá Hasta que te conocí interpretada pela turma do Fher. No segundo está uma versão longa com Juan Gabriel acompanhado por mariachis e uma uma orquestra sinfônica.
Se você tem neste momento algum problema amoroso e entende um pouco de castellano, recomendo que não assista. Emociona.
Vamos lá, chorar:
E agora, com Juan Gabriel:
quinta-feira, agosto 30, 2012
Palavras e imagens da viagem a São Paulo
Como disse na postagem anterior, voltei a São Paulo depois de 11 ou 12 anos. Viagem longa, um pouco cansativa, descobrindo, por exemplo, que a Gol não dá mais bolachinha e sucos para os passageiros. Agora tudo lá encima é comprado. 12 reais o sanduíche e você vai fazer o que? Vai na lanchonete ao lado? Claro que não.
São duas opções: comprar ou não comprar e tentar comer algo no aeroporto. Mas chegando em terra você tropeça com um sanduba de atum nesse valor e pensa: saudades daquelas bolachinhas. Era feliz e não sabia.
Espera chegar a copa para ver aonde vão parar o preço das coisas nos aeroportos
Fui tirando fotos com o meu celular furreca para tentar montar depois um roteiro, como dizem os teóricos literatos, um roteiro imagético, fusão de memórias preservadas pela fotografia e complementadas pela textualidade transcendental da percepção do velho indígena na urbe. Ou algo assim.
Cheguei em Sampa por volta das 11h da quarta-feira (22), um dia antes do III Fórum do programa Onda Cidadã. O Itaú Cultural tinha feito o depósito de uma grana para bancar coisas como transporte e comida e eu já havia feito outros planos para esse dinheiro. Para que sobrasse, fui garimpar na web a forma mais barata de ir do aeroporto de Guarulhos à avenida Paulista. Achei boas dicas nesta postagem “A Bóia em: Ponte Aérea para duros :-)”, do blog Viaje na viagem. Optei pela ônibus executivo, que custaria R$ 35 contra os R$ 115 que o táxi ia me pedir.
Só não deu 100% certo a minha escolha porque o busão parou numa das pontas da Paulista e eu ia para a outra. Como não tinha pesquisado bem as rotas de metrô, deixei de pegar o Consolação em direção à Brigadeiro (barato, seguro e, agora sei, a poucos metros do Itaú Cultural) e entrei num táxi que me largou na porta do hotel por uns R$ 20. Com tudo isso, ainda saiu pela metade do preço o deslocamento.
No caminho, vendo aqueles congestionamentos, sentindo o calor da cidade a baixa umidade do ar, que no dia anterior havia estado em 10%, tasquei no Facebook a seguinte frase com pretensões poéticas:
Sampa seca
parada
cheia de fumaça
e gente acelerada
correndo de outras desgraças.
Profunda, né?
Enfim...
Baixei no hotel, tomei um banho, tentei pegar um táxi até o Museu da Língua Portuguesa, o taxista me dissuadiu, informando que o trânsito estava péssimo e ia demorar e gastar menos se fosse de metrô. Achei bacana a postura do cara, que me deixou na estação Paraíso, na linha que vai direto pra Estação da Luz.
Já nos subterrâneos, vi que estava rolando festa:
Projeto que vende livros em máquinas. Tem em quase todas as estações |
Deixando o metrô lá estava a Pinacoteca, mas essa eu havia visitado da outra vez, no começo dos distantes anos 2000. Fui direito ao Museu (R$ 6 o ingresso, caso te interesse) e vi esse painel enorme com um pouco das características da língua portuguesa, uma sala com mesas em que juntamos palavras projetadas e aparece a origem do termo e a linha do tempo do português.
Depois de uma passadinha na Estação da Luz, de ouvir o cara tocando música sertaneja no pano que deixaram lá justamente para que qualquer um toque o que quiser, de ver as meninas da luz vermelha esperando a freguesia chegar e comprar o produto, fui caminhando para o Mercado Municipal.
No caminho, almoço num bar desses que é a cara de Sampa.
Pensa num sanduba gostoso |
Cheguei por volta das 17h no Mercado. Foi só entrar que o celular ficou sem energia suficiente para tirar fotos. Mal dava para olhar as horas. Ainda consegui ficar maravilhado com a organização do lugar e a variedade de produtos mas não demorei muito. Tentei ir caminhando à estação São Bento para fazer o retorno ao Itaú Culturall (ninguém me controla agora que já sei que a estação Brigadeiro fica do lado do prédio deles), mas de loja em loja fui chegando perto demais das 18h.
Cheio de medo de perder o transporte que ia nos levar para o sarau da Cooperifa, peguei um táxi. Lá no Instituto esperei, demorou, esperei, entrei na van, encontrei o Fábio Malini, conheci o Ecio Salles, o Fabrício Noronha e o Ivo Azeredo (todo mundo do Onda Cidadã) e acabamos saindo algumas horas depois do combinado.
O sarau da Cooperifa é realizado no bar do Zé Batidão, no Jardim Guarajá,longe que só da Paulista. Tão longe que dormi na van e ao acordar ainda não havíamos chegado. Na verdade, estávamos perdidos. Nenhuma das vans tinha GPS, só aqueles livros/revistas com mapas de cidade dividida por setor. O povo do teatro que estava em outras vans querendo voltar e os celulares de todo mundo ficando sem bateria, o que impossibilitava consultar o Google Maps. No fim, a solução foi linda: acharam um cara que sabia onde rolava a festa, o sujeito se prontificou a ir lá e ainda curtiu a noite.
E que noite. O sarau é muito, muito bacana. Primeiro o que a esquina do bar do Zé Batidão fica lotadaça. Segundo, rola um clima de respeito com a pessoa que está declamando. Terceiro, geral bate palma quando cada declamador termina. Nessa noite ia rolar uma chuva de livros (mais de 500 volumes para levar de graça) e a entrega de um jogo de camisetas para um time de várzea. Festa bonita, poesia no ar e na mesa o escondidinho de carne do Zé. Foi show. No final ainda entreguei dois livros meus ao Sérgio Vaz, organizador da festa, para a biblioteca da Cooperifa (e, salvo engano, no momento que fiz isso troquei o nome dele por Férrez, um escritor das quebradas de São Paulo. Bem, para quem já chamou de Hubert o Hélio de la Peña isso não é nada). Olha aqui umas fotos desse sarau que acabei de descrever.
Bem, o texto está ficando longo demais e tenho outras coisas mais importantes para fazer, então vou ser mais sucinto a partir de agora.
Na quinta (23) começaram os trabalhos do III Fórum Onda Cidadã. Muita gente legal, com trabalhos interessantes. Da região Norte, este índio aqui foi o único participante, mas como o mundo digital e real é pequeno, ainda encontrei alguns conhecidos: a professora de jornalismo Ivana Bentes, que 'conheço' desde que cheguei no Brasil e ela apresentava o programa Curta na Tela, na TV Brasil; Sandro K, do grupo Somos, turma que esteve em Boa Vista em 2009 ministrando cursos de redação de projetos culturais; Alexandre Gomes Vila Boas, do Coletivo 308, outro 'conhecido' da web; e Rene Silva, que vi no Rio de Janeiro no começo do ano, durante a entrega do prêmio Anu Dourado, da Cufa. Lógico que nenhum deles sabia quem eu era, mas o importante não é isso.
Neste link você pode ler o perfil dos participantes do fórum. Tem de tudo: movimento ecológicos, novas tecnologias, fotografia, literatura, música, cinema etc.
Aqui, um pouco do mapeamento feito pelo programa. Caso você, incauto leitor, tenha alguma iniciativa que se encaixe no público-alvo da pesquisa, faça parte. Não se perde nada falando do que se faz. Acessa o site deles.
Foram mapeados 253 GIASCs (Grupos, Ações e Iniciativas Autônomas de Comunicação). Dentre a amostra, 56% se concentra na região Sudeste, 14% no Sul, 14% no Nordeste, 8% no Centro-Oeste e 6% no Norte |
Cansei e esse troço ficou comprido...
Vou legendar por grupo as fotos. Dá para sentir como foi a passagem por Sampa quando deixava a reunião do fórum:
Casa das Rosas, casarão construído nos anos 1930, hoje sede do Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura. Deixei dois exemplares de meu livro de microcontos Sem Grandes Delongas e um Repoetizando, com poesias de Zanny Adairalba, para serem integrados no projeto Bookcrossing / Campanha "Liberte um Livro". Se alguém de Sampa achar perdido por aí, me avisa.
Programação de agosto e setembro |
Sem Grandes Delongas e Repoetizando no projeto Livros Livres |
(Fiquei pensando que podiam fazer da Casa de Cultura aqui de Roraima uma espécie de Casa das Rosas. Melhor que deixar o prédio cair.)
Galera do teatro Nós do Morro, que estava em cartaz no Itaú Cultural com a peça Bandeira de Retalhos. Bão que só.
Cartaz da expo Caravaggio e seus seguidores, no Masp. Nele não aparece a fila enorme de lenta para entrar, mas que vale ser enfrentada. As obras do Caravaggio tem 406 de produzidas e são lindas e impactantes. Veja aqui as pinturas que eu vi ao vivo.
Essa pintura foi feita em um escudo que o Caravaggio levava para todo lado. |
CENAS DA RUA TEIXEIRA DA SILVA, entre o hotel e a Paulista
CENAS DA AVENIDA PAULISTA
Mosaico no cruzamento da Paulista com a rua Rua Teixeira da Silva |
Projeto do Sesc que deixou bonito um tapume na obra que estão tocando na Paulista. Se liga nos minicontos no mural |
Avenida Paulista, 9h30, com um trânsito que parece o da rua de minha casa |
Outro casarão da Paulista |
Quem precisa de Twitter quando se pode ler as manchetes de todos os jornais? |
Esse cartaz sempre estava no mesmo lugar. Na primeira vez que o vi, pensei que era o Haddad e um candidato a vereador |
Delícia de bife |
Sexta de alegria na Paulista |
11 graus. Mesma coisa que estar em Roraima... |
Memorial à Márcia Prado, no meio da Paulista |
Escritor com quem troquei livros no vão do Masp. |
R$ 99 na Fnac Paulista. Se não fosse um transtorno de bagagem teria comprado |
22 graus. Igual a Roraima |
Há probreza na Paulista, por onde passam 450 mil pessoas todos os dias, ou uma Boa Vista e um pouco mais de habitantes |
Caderno de anotações da professora Beá Meira, relatora do fórum: uma delícia de se ver. Parece uma HQ! |
PARA FECHAR, GALERA BACANA QUE ENCAROU A NOITE NA AUGUSTA E NA PAULISTA:
Renato Cafuzo, Pablo Ares, Marcelinho Hora, este cronista, Dudu do Morro Agudo e Rafael Barone. Clique em cada nome para saber qual é a dos caras |
MANAUS
Em Manaus, a equipe da Gol mandou os passageiros descerem com os pertences de mão em Manaus pois a tripulação não havia chegado. Eu achei que os nêgos havia se perdido no pagode. Felizmente o reembarque foi rápido.
No trecho MAO-BVB a empresa ficou com pena e ofereceu bolachinhas e bebidas free. O comandante disse que o atraso dele e de sua equipe foi por um congestionamento na ponta Negra causado por um evento cristão. Eu acho que foi pelo pagode, mas tudo bem. O importante é chegar.
Espero não demorar tanto para voltar a São Paulo...11 ou 12 anos é muito tempo para revisitar uma cidade com tantas opções.
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