Sob o sol
Pulsa intermitente, no peito do homem,
Legítima fúria de animal acuado.
Sob o sol das quatro da tarde
Chora no corpo da amante.
Dúvidas passam na cabeça do homem.
É fantasia maligna ou crueldade real?
Desvario da idade, garrafas a mais,
Efeito das marés ou do orgulho do possuir?
O medo cresce
Tomando membros e tronco do homem ajoelhado
Na poça de lama tingida de vermelho.
O vento traz mensagens
De espíritos vingativos e traiçoeiros.
O homem não as entende
É só tristeza o que forma as suas lágrimas.
Agora, a justiça deve ser concluída,
Murmuram fantasmas.
Esqueça felicidades passadas,
Risos, beijos, promessas.
Esqueça tudo o que disseram sobre amor,
Seja o divino, o próprio ou o dedicado aos outros.
Esqueça a beleza do amanhecer depois de uma noite de paixão,
Sussurram no seu ouvido zombeteiros deuses.
O vazio toma conta dos pensamentos do homem
E as palavras perdem o sentido original.
Agora tudo está fora de alcance
E pode ser visto apenas de relance.
Então, com apenas um movimento,
Rápido, brusco, surpreendente,
O homem consegue sua paz.
Pulsa, sufocando o ambiente,
Permanente e estranha paz sob o sol das quatro.
(publicado originalmente há muito tempo no Zhuada)
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