quarta-feira, janeiro 10, 2018

E chegamos à primeira década de vida do Edgarzinho!


Há dez anos, às 3 da madrugada de um dia como hoje, Zanny me acordou para dizer que a bolsa havia estourado. Lembro que estava dormindo de bruços, com um travesseiro sobre a cabeça e o braço doendo de tanto mexer com martelo e coisas pesadas no dia anterior. Quando comecei a levantar, no estilo flexão de peito, ela me disse para ficar tranquilo, pois achava que ainda ia demorar para começar a sentir contrações. Em algum lugar de nossos HDs tem um vídeo que me mostra voltando a dormir imediatamente… 


O molequinho completa neste 10 de janeiro a sua primeira década

Essa é a primeira lembrança que tenho do dia 10 de janeiro de 2008, data em que o Edgarzinho veio ao mundo. Ou, como mandei por SMS para algumas pessoas, data em que estava nascendo o mais novo indiozinho do lavrado.


Daquela madrugada até hoje se passou exatamente uma década. O mundo mudou quase que totalmente nesse período, para bem e para mal. Edgarzinho, como ser em formação, mudou muito desde então. Eu também. 

Rapel básico para ir se acostumando com os desafios da vida

Nos conhecemos bem e sabemos o que fazer para irritar e fazer rir um ao outro. Sabemos reconhecer nossos tons de ironia e temos conversas nas quais um fala e o outro finge estar interessado… 


Mamis Zanny e papis Edgar com o filhote

Na média geral, tenho sido (ou me esforçado muito para ser) um bom pai, do tipo que está presente quando se precisa estar presente, que briga e abraça, que se esforça e tenta superar suas preguiças e limitações para tentar criar um bom sujeito. 

Brincando de Naruto (ou seria Avatar?) na praia do Caçari



Dominadores da água em ação!
Óbvio que a mamis Zanny me acompanha nesse processo, às vezes com mais afinco que eu em vários (muitos?) setores. Fazemos nossos papéis, misturamos nossas ações e vamos buscando o equilíbrio na formação do menino. Temos nossas falhas, sabemos quais são e buscamos superá-las. Vamos tentando, tentando, tentando.


Em certas ocasiões, damos uma de policial malvado e policial bonzinho para equilibrar e fazer andar o processo. Discutimos muito os nossos pontos de vista sobre o que achamos melhor para o moleque, debatemos o debate e caminhamos a vereda da criação do jeito que achamos melhor: dando-lhe amor e mostrando que fazer o bem sempre é bom, mesmo que o troco nem sempre seja legal. 


Edzinho com a vó paterna Neide e a bisavó Maria José -2017

Ouvindo histórias lidas pela vó materna Alba
Neste dia tão especial para nós, para mim, vamos cortar um bolinho lá na casa de sua bisavó Maria José, mãe de dona Neide, sua vó paterna. Com certeza vamos lembrar de alguns momentos, talvez recontar como foi a agonia de esperá-lo nascer, tão demorado que foi o processo.


Com o primo Saulo Borges

Quiçá diga que me lembro da hora exata em que nasceu: 13h55. E aproveite, como sempre, para contar o motivo de ter gravado o momento: era o horário em que saía de casa para chegar às 14h na UERR, onde trabalhava à época de seu nascimento.


Abraços matutinos e sonolentos
Talvez falemos de como adoramos ir tomar banho de rio e comentemos que desde o ano passado não vamos à praia Grande com receio das mordidas das piranhas que dia sim, dia não, mordem um banhista.

Em Pacaraima, com a amiguinha Liz Camargo

Pode ser que eu repita a história de como ele foi a primeira pessoa com a qual consegui dormir colado noites inteiras, inclusive procurando-o pela cama para mantê-lo por perto, bem oposto ao que fazia com as outras figuras que havia conhecido antes. 

Lanchando com a irmã Lai Dantas

Também existe a chance de contar como em 2017 ele descobriu o mundo dos animes e começou a ler os mangás da Turma da Mônica, mas que ainda tem certa preguicinha para a leitura, o que me chateia, mas enfim… Nesse momento talvez a Zanny fale dos ritmos de cada um e me lembre das inúmeras crises respiratórias que o levaram a ser internado ou ficar de cama em casa desde que nasceu. 

Refazendo a mesna pose de uma foto que fez há uns oito anos com a amiga Isabela Quintelas

Daí eu possivelmente retrucarei algo e passe para uma boa lembrança do ano passado: nossa aventura pelo mundo dos jogos de damas, dominó (mais ao meu lado) e xadrez (uma caminhada com Zanny, Lai – irmã do pequeno-, e a vó Alba). Bem capaz de nessa hora ele pular na conversar e citar o quanto gosta de jogar beyblade (o pião contemporâneo, pra quem não sabe) com os coleguinhas que vez ou outra aparecem lá em casa. 

Talvez não façamos nada disso. Quem sabe o que pode rolar numa festa familiar? É tanta experiência, é tanta vivência que a gente torna rotina e ama na sua cotidianidade que a única certeza destacada é que todos amamos esse molequinho lindo que veio para mudar positivamente a minha, a nossa vida.

Que venham os próximos anos.

P.S.:

Aqui no blog tem um marcador para as postagens nas quais Edzinho é personagem principal ou coadjuvante. Basta clicar aqui e verá tudo o que falei dele desde que nasceu.


Clicando nesse marcador encontrei duas postagens sobre aniversários do pequeno indiozinho: uma sobre os seis anos e outra sobre os cinco. Confere.

quarta-feira, dezembro 27, 2017

Vou ser mestrando em 2018

2017 vai se encerrando e não posso deixar de contar para quem investe seu tempo lendo o Crônicas da Fronteira o meu grande momento acadêmico do ano: a minha aprovação na seleção do mestrado do Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal de Roraima (PPGL/UFRR).

O curso começa lá pelo mês de março de 2018, iniciando uma fase da minha vida estudantil que se atrasou um pouco para acontecer. Detalhando melhor: demorou uns 17 anos para acontecer.

É que terminei a graduação em jornalismo no final de 2000. Na mesma época rolou um mestrado interinstitucional entre a UFRR e a USP e alguns colegas que haviam feito a graduação comigo conseguiram montar seus projetos, disputar as vagas e serem aprovados. Eu não tinha ideia de como fazer um projeto de mestrado, não sabia a quem recorrer e fiquei só na vontade de participar.


A nota da primeira prova. Uns já ficaram por nota e outros por falta


 Passou um tempo e a vontade de estudar voltou. Em vez de investir em cursos para aprender a fazer projetos de pesquisa ou, sei lá, ir pra aula de inglês, fiz uma prova de ingresso de graduados na UFRR, passei e comecei uma nova graduação, desta vez em antropologia.

Uns semestres depois, surgiu a encruzilhada: deveríamos escolher entre a habilitação antropológica ou a que estava sendo implantada: Ciências Sociais com habilitação em Sociologia. Fiquei com a segunda para ver se parava de ter aulas com uns professores chatos que só, colei grau como sociólogo em 2008 (nota máxima na defesa, como lembrei de anotar aqui) e sempre carreguei a vontade de crescer academicamente na vertical e não mais na horizontal.


A análise de projeto: mais uma turma ficando e outra vai avançando

Os anos foram passando, fiz uma especialização em assessoria de imprensa (Obrigado de coração, bródi jornalista Luiz Valério, por ter me carregado naquele trabalho final), fui aprendendo a escrever projetos culturais que poderiam encaixar-se na categoria “extensão”, mas nada de manjar, apesar de ter feito alguns cursos, dos projetos de pesquisa. Me faltava a ideia, o problema, a hipótese para investigar.


A defesa do projeto foi um momento tenso. Não curto ter que ficar me justificando pros outros, o que acreditei poderia me prejudicar. No final, entre críticas e recomendações, salvaram-se todos, inclusive eu. 

Finalmente, já em 2016, tive uma ideia bacana. Mapeei quem poderia me ajudar a desenvolver o texto do projeto e o alvo/vítima/coitada foi Leila Baptaglin, professora doutora do curso de Artes Visuais e do PPGL. Já havíamos trabalhado juntos antes na elaboração de um artigo para um livro sobre a gestão cultural em Roraima e por isso me senti  à vontade para conversar com ela sobre esse assunto.


A prova de proficiência: cheguei a acreditar que ia pegar bomba. Fiz, no meu entender pouca coisa, o que me prejudicaria. Seria vergonhoso reprovar em espanhol, mas ainda haveria a chance de repetir a prova no meio do ano...Ainda bem que passei hahahaha

Mandei e remandei-lhe textos até o dia em que batemos um ponto final e parti para a seleção da turma que entraria em 2017. Fiquei logo na primeira fase, que é a prova escrita. Deu uma tristeza comprovar minha eventual incompetência na hora de elaborar respostas a questões científicas, mas, ao mesmo tempo, fiquei feliz, bem no estilo Ed Pollyanna de ser: pelo menos havia conseguido escrever um projeto científico depois de 16 anos de graduado pela primeira vez. Ou seja, não estava mais no primeiro degrau dessa escadinha.

Em 2017, já empolgado com os meus novos status (“sou capaz de fazer um projeto científico” e “preciso desse mestrado para obter progressão funcional aqui na casa”), cursei duas disciplinas como aluno especial nos mestrados da UFRR em Antropologia Social e em Letras. Na disciplina de Antropologia passei e remodelei a ideia do projeto pensado no ano passado. Na de Letras ainda não sei o que vai rolar. Justamente na semana em que estou publicando este texto os professores estão analisando os trabalhos que fizemos e vendo as notas que vão nos dar. Espero aprovar, pois aí já aproveito os créditos no ano que vem.

No meio de tudo isso das disciplinas é que reformulei o projeto, apresentei, fiz as provas (as notas você confere nas fotos) e passei para ser aluno efetivo e valendo do mestrado em Letras. 

A professora Leila concordou novamente em ser minha guia espiritual, vulgo orientadora, na caminhada rumo ao título de Mestre dos Magos, Mestre Yoda, Kakashi Sensei ou simplesmente Msc

E qual é o tema, afinal?Inicialmente pretendo analisar letras produzidas pelos rappers boa-vistenses para identificar quais estratégias narrativas usam no processo de sua construção identitária. Ou seja, vou ouvir muito rap nos próximos anos.


O resultado final da seleção para 2018. Dos 32 inscritos, ficamos 17, divididos em duas linhas de pesquisa. A minha é a de Literatura, Artes e Cultura Regional

Depois de tantos anos longe dos textos e dos trabalhos acadêmicos, sem a solidão da solteirice e da não paternidade presente para aumentar o grau de concentração, tendo que usar óculos para ler e cada vez mais velho, prevejo que não será uma jornada fácil.

Ao mesmo tempo, sei que mais difícil seria ficar mais um ano botando nas metas que no próximo ano tentaria aprovar numa seleção de mestrado. Então, que venham as dores de cabeça e as insônias acadêmicas.

P.S. nada a ver com o texto:

Minha meta é 2018 é receber um cheque de 100 dólares do Google por conta do blog. Me ajuda aí povo, clicando nos anúncios que estão abaixo do texto e na lateral da página. 😅😅 Pago uma cerva procês depois...

terça-feira, dezembro 26, 2017

Montando com a família uma luminária feita com canos PVC


Aconteceu que desde o começo de 2017 minha vista piorou um pouco e começou a exigir mais luminosidade para que conseguisse ler à noite. Isso e um par de óculos mais potentes, que só fui providenciar agora em dezembro.

Mas como estava tendo que ler muitos artigos científicos fotocopiados e livros com fontes pequeninas para dar conta de minhas aulas de mestrado*, antes de mandar fazer os óculos apelei para umas luminárias pequenas que tinha. Até deram resultado, mas ainda não iluminavam tanto como eu queria. 

(Essas aulas de mestrado aí foram em duas disciplinas que fiz como aluno especial nos cursos de mestrado em Antropologia Social e em Letras da UFRR. Aluno especial é aquele sujeito que não está dos vera na pós, mas tem que fazer todos os trabalhos para aprovar e aproveitar os créditos no futuro quando passar na seleção.)

Cansado da má iluminação da casa nos locais que escolhia para ler, fui pesquisar preços de luminárias na internet e em Boa Vista. Fiquei muito, muito, muito assustado com os valores e decidi fazer uma eu mesmo. 

Pesquisei um monte e no final juntei um projeto de um cabideiro de PVC e de uma luminária feita com canos de ferro (até fui atrás de replicar, mas o valor final seria o mesmo da peça lá no exterior e desisti).



Luminária feita com canos de ferro: inspiração 1




Entre os erros na hora de colar a base e perder um monte de material, visualizar as potencialidades de uma base de ventilador e reflexões demoradas sobre como encaixar essa vasilha amarela para dar um clima melhor e afunilar a luz, surgiu esta peça, muito leve e funcional, com cerca de 1,50 m de altura e menos de um quilo de peso:



Pintei com spray preto a base do ventilador e o cano de PVC


Saída do fio de energia. Fiz com uma furadeira


Joelho e cotovelo para encaixar a lâmpada

A vasilha recebeu uma mão de primer ( até hoje não joguei tinta branca) pela parte de dentro afim de que não houvesse vazamento de luminosidade


Edgarzinho, testando a luminosidade da luminária

Neste projeto, como em outros da minha série Artesanias, acabei tendo ajudas muito importantes. Vamos aos créditos: meu sobrinho de coração Fabian Garcia, que veio da Venezuela passear em Boa Vista no mês de setembro, foi encarregado de colar com firmeza o cano de PVC na base do ventilador e também de lixar o buraco que eu abri na vasilha para encaixar o bocal da lâmpada. 

Minha esposa, Zanny Adairalba, foi a encarregada de fazer a parte elétrica, aproveitando os conhecimentos que adquiriu quando era criança e conviveu com seu avó materno eletricista. 

Sem essas ajudas, o material ainda estaria sobre a mesa. 

O resultado ficou bom e barato. A peça mais cara foi a vasilha amarela, que deve ter custado uns R$ 10,00. No final, tudo não saiu por mais de que R$ 40, 00, incluindo essa lâmpada, que vou substituir por outra menor depois. 

sexta-feira, dezembro 22, 2017

Conversas na caixa postal



- Edgar, você nos visitou?

- Errr...bem..

- Os preços estão la embaixo, viu?

- Tá beleza, mas hoje não.

- Precisando de um empréstimo?

- Não, não é isso. É que…

- Vem cá, vem… Não afasta tua carteira, não, bebê...




segunda-feira, dezembro 04, 2017

Baixe o e-book do 7º Concurso Microcontos de Humor de Piracicaba 2017



Antes de que o ano acabe, vai aqui o link do livro digital resultado do 7º Concurso Microcontos de Humor de Piracicaba 2017.


Integro o livro juntamente com outros 99 escritores. Meu texto chama-se "Pedido" e é a minha segunda seleção neste concurso. A história completa da seleção você pode ler aqui.


O download é gratuito e a antologia do 7º Concurso Microcontos de Humor de Piracicaba 2017 foi uma ação promovida pela Prefeitura Municipal de Piracicaba, por meio da Secretaria Municipal da Ação Cultural e Turismo, Centro Nacional do Humor Gráfico de Piracicaba e Biblioteca Pública Municipal de Piracicaba “Ricardo Ferraz de Arruda Pinto”.

Neste ano, o Microcontos recebeu número de inscrição recorde: foram 509 trabalhos enviados de 23 estados brasileiros, além de Estados Unidos, Holanda, Japão e Portugal. Os piracicabanos prestigiaram o concurso com 60 inscrições.

quinta-feira, novembro 30, 2017

Mediando o Café Com Letras de novembro no Sesc Roraima

Tive a alegria de mediar a edição de novembro do Café com Letras, evento promovido pelo Sesc Roraima. 





O encontro foi realizado segunda (27), no Teatro Jaber Xaud, com a participação dos escritores Franklin Carvalho e Mário Rodrigues, ganhadores do Prêmio Sesc de Literatura 2016 nas categorias Romance e Conto. 


A conversa foi muito bacana, abordando desde as temáticas das obras até o processo de redação dos textos. Que venham outros eventos literários assim, com gente bacana que traz novos conhecimentos para quem quiser ouvir.




quinta-feira, novembro 09, 2017

Uma manhã angustiada- crônica sobre mais um movimento xenofóbico em Boa Vista


Acordo mais cedo do que o normal. Hoje o dia tem umas tensões especiais e isso afeta meu sono. Preparo um pão com queijo e um capuccino, tomo meu café da manhã e vou navegar nas redes.

São 6h13 ainda e leio na TL que uma idosa vendedora ambulante de origem venezuelana foi espancada e roubada no Centro da cidade.

6h13. Tão cedo e já começo a lacrimejar de angústia, pensando que diabos de cidade é esta, com gente tão má sentindo-se à vontade para agredir os estrangeiros e tratá-los como lixo.

Bem mais tarde, depois de encarar o motivo da tensão especial, abro os jornais na internet para fazer as leituras de rotina.

Abre site, fecha site, tropeço com este título da Folha de Boa Vista:

“ESTRANGEIROS NAS RUAS 
Prefeitura começa apreender produtos e a coibir venezuelanos nos semáforos”.

Meu estômago já começa a se revirar.

Lembro que ontem à noite havia fotografado a manchete do mesmo jornal (essa foto abaixo) e pensado: caraca, a prefeita de Boa Vista não age muito diferente do prefeito de São Paulo, aquele a quem muitos chamam de fascista: vai usar tudo o que puder de leis e códigos burocráticos para manter a cidade asséptica, dificultar a vida dos venezuelanos e garantir o voto da galera que está odiando o fluxo migratório.



Só não achei que faria isso tão rápido. Um dia divulga que não se pode vender nos sinais, citando o ilustre desconhecido código de posturas e no outro já manda fazer a limpeza social, intimidando o pessoal com os guardas municipais e apreendendo os produtos que garantem o pão na mesa de um monte de gente que não está em Boa Vista porque queria estar, mas porque precisa.

Tudo para ficar bem diante dos eleitores, essa pura gente brasileira, que ignora suas próprias histórias de migração em busca de melhores condições de vida.

Que tipo de gente é essa que não tem empatia com os menos favorecidos e pede que os tirem das ruas pois se sentem incomodados com a sua presença? Que tipo de políticos são esses que atendem estes pedidos?

Não sei o que me traz mais desalento: se essa parcela da população ou os dirigentes da cidade, pois, salvo engano, a Prefeitura de Boa Vista não tem uma política de inclusão para os migrantes.

Salvo engano, não está apoiando as ações que o Estado e um monte de organizações com CNPJ e
sem CNPJ estão realizando. Pelo contrário, entrou com ações judiciais para livrar-se de atuar com elas e só oferece atendimento em saúde e vagas nas escolas porque seria demais deixar de ofertá-lo, mas não se furta a reclamar disso todas as vezes que pode.

Sem nenhum medo de engano e parafraseando seu slogan, a prefeitura não está trabalhando para cuidar das pessoas que decidiram vir de outro país para morar em Boa Vista.

Vai se aferrar a questões orçamentárias para fugir dessa responsabilidade até quando?

Que tipo de cidade é esta?

terça-feira, setembro 26, 2017

Incentivos para continuar em movimento


Uma mensagem que mostra como é bom pra alma o resultado de optar sair por aí falando de literatura, leitura, amor e solidariedade:



A visita a que a professora se refere eu relatei AQUI.

quarta-feira, agosto 09, 2017

Um pouco cansado de adiar a vida


O meu nível de bagunça e procrastinação chegou ao ponto de deixar de ser um
charme pessoal que cultivava e com o qual sentava para tomar um suco e rir. Tornou-se um elemento chato, daqueles que insistem em pegar o teu queixo e te forçar a olha para trás, apontando com o dedo cada coisa que deixei passar e agora me persegue.


É muito incômodo perceber quantas coisas boas deixei escapar entre os dedos por não ter tomado certas iniciativas há alguns anos. E é angustiante notar que ainda hoje continuo fazendo isso, agora com novos focos.

Já não quero mais viver para sempre com o antigo nível de bagunça e procrastinação. Ando experimentando como abandoná-lo, ou pelo menos desapegar-me dele. Dei para fazer anotações das coisas que devo fazer (Na verdade, sempre fiz isso, mas nunca ou quase nunca relia as anotações e a demanda de janeiro se arrastava tranquilamente até dezembro…). Além de anotar em papel, baixei um aplicativo no celular e levo para todo lugar estas lembranças de cobranças pessoais.

Deixar para amanhã o que não precisamos fazer hoje é interessante até certo ponto, até certos níveis de consequências. Pouco a pouco, quando decidimos começar a fazer, percebemos quanto já se acumulou. E como todo dia costuma aparecer uma nova demanda, a mudança e o fazer ficam extenuantes. É como falei a um amigo dia desses: “Aim, não tenho nada para dizer que é meu” e de repente, quando somos obrigados a arrumar a casa, mudamos a frase para “caraca, de onde saiu tanta coisa, meu deus?”.


Na verdade, bem que eu queria continuar procrastinando, mas a meia idade vem chegando, o mundo não é mais tão colorido e risonho como antes, a energia e a disposição baixaram e o calor do verão, sugador de minha boa vontade, parece ser agora eterno, mesmo quando estamos sob as chuvas do inverno.

terça-feira, agosto 08, 2017

Artesanias: nicho de madeira pinus para uma estátua do Wolverine


No último final de semana concluí um projeto que havia meses martelava minha cabeça: fazer um nicho de madeira para a nova estátua do Wolverine que chegou lá em casa dia desses. A peça tem uns 28cm e merecia ser exposta mesmo antes ter a bendita estante com porta de vidro que um dia vou fazer.

A ideia era montar algo parecido com este, que fiz em 2015 reaproveitando uma gaveta de mesa de computador. 

Como não sei nada de marcenaria, fiz o recomendado numa situação destas: olhei muitos tutoriais na internet. Pesquisando, pesquisando, pesquisando, fui parar em um  que falava sobre fazer nichos com madeira pinus, a mesma usada em pallets. Gostei da simplicidade do projeto e comecei a apurar o olhar catador de madeira na rua. (Não boto o link porque simplesmente não consegui achar de novo…).

Tanto olhei pros lados que um dia achei um pallet jogado na frente de uma construção ali na avenida Ville Roy. Dei a volta na quadra, bati o cimento do bicho e joguei no porta-malas. Aí veio uma nova pesquisa: como desmontar o pallet sem detoná-lo, já que o pinus é muito frágil.

Acho que a dona Pesquisa do Google ouviu minhas dúvidas mentais e aí, carinhosa, me jogou este vídeo bacana do Canal Oficina de Casa nas sugestões do Youtube. 

Então veio a questão: comprar um pé-de-cabra seria uma boa, né?

Na mesma semana em que olhei esse vídeo fiz uma viagem à cidade de Lethem, ali na Guiana. A ideia era levar o Edgarzinho para passear e talvez comprar bugigangas. Na primeira loja achei estas belezuras por apenas R$ 30:



Os pé-de-cabritos mais lindos que já vi
Foi só chegar em casa e começar a desmontar o pallet. Em seguida veio a parte da medição e do corte. Vou confessar que sou péssimo usando serrote com a necessidade de ser preciso. Isso me levou a fazer uns cortes horríveis e impossíveis de se aproveitar.


Pallet desmontado com as minhas novas ferramentas

Comecei usando uma serra de arco e depois passei para o serrote normal...Deu erro em todas...hahahaha



Até a hora de começar a cortar, todo um profissa

Depois que terminei de cortar, um amador nível 10

 Como estava há dias marcando e remarcando uma visita ao meu amigo artesão J.J. Vilela, mestre nas artes dos reaproveitamentos, decidi juntar o útil ao agradável: levei minhas madeiras muito mal cortadas, suportei as zombarias dele e da turma que estava conosco (rir da falta de habilidade é muito bom) e recebi de volta um nicho perfeitamente cortado e montado. E ainda ganhei de brinde a proteção do fundo do nicho. A peça ficou com 37cm de altura e 21cm de largura, dando opção para, no futuro, botar uma lâmpada LED e iluminar a figura. 


Com o Vilela: sorrisos pós-corte e ajustes na madeira mal cortada
Tudo montado, chegou a hora de lixar e preparar para a pintura. Decidi usar spray para ver como ficaria o acabamento (só depois de concluir o processo é que lembrei que uma boa nestes casos é passar massa corrida no pinus para deixar a superfície ainda mai bonita). Não recomendo fazer isso, pois vai quase uma lata de tinta na brincadeira, ainda mais se não tiver aquela demão inicial de tinta.






Antes da pintura


Depois de passar o spray

Depois disso foi só pregar dois “seguradores” (não sei o nome do trocinho) para garantir que o nicho não caia no chão. Aqui cabe lembrar que o outro, por ter sido feito com uma gaveta de MDF, é bem mais leve e só levou um “segurador”. 





Aproveitei e joguei uma mão de tinta spray no primeiro nicho para deixá-lo bem mais bonito. Aí sim, com uma tinta base, vale a pena jogar spray.

Vejam como ficaram os dois na parede de casa: 




O altar dos Wolverines: louvem o carcaju!

Agora estou empolgado e vou tentar fazer um nicho para uma estátua do Batman que tem uns 16 cm e anda bolando pelas mesas da casa...

quarta-feira, agosto 02, 2017

Sobre uma roda de conversa no IFRR explicando como fazer crônicas

Voltei ao Instituto Federal de Roraima (IFRR) no sábado passado (29/07) para falar com alunos do ensino médio sobre a produção de crônicas. 

O convite partiu da professora Ray Rodrigues, que está ministrando, juntamente com a professora Ana Moura, minha antiga colega lá na UERR, um curso de férias de língua portuguesa. A turma com que conversei tinha idades entre 16 e 22 anos.

(Aqui tu vê como foi um outro convite da profxs Ray para abordar outro assunto também lá no IFRR). 


Lendo uma crônica e explicando alguns elementos do texto
Havia me programado para algo rápido, de no máximo 50 minutos e alguma conversa de dez minutos, mas a prolixidade tomou conta de mim e falei das diferenças entre crônica e artigos e outros gêneros, li e fiz análise da estrutura de obras publicadas aqui no blog e uma que saiu no livro do concurso do Sesc DF, pedi para a rapaziada tentar criar crônicas e apresentá-las verbalmente e contei histórias sobre minha vida e a relação que sempre tive com a leitura e a leitura. No final, foram quase duas horas de conversa, histórias e algumas risadas. 




A vez dos alunos




Além de tudo isso, ainda inventei de, para exemplificar abordagens que podem ser feitas num texto, relatar literariamente como foi o meu primeiro beijo. Ah, e consegui que alguns fossem à frente da turma fazer o mesmo. 

Resultado: não fui muito didático nem fui rápido. Mesmo assim, acho que a turma meio que curtiu. Joguei o desafio de fazer uma exposição de crônicas e eles toparam de elaborá-las. Aí, quando tudo estiver Ok, voltarei lá no IFRR para lê-las. As melhores vão ganhar livros. 


Ladeado pelas professoras Ana Moura e Ray Rodrigues, ladeadas pela turminha do IFRR


A minha sensação é de que a vida não está muito legal com todo o contexto dessas reformas tira-direitos que estão sendo implementadas pelo governo Temer e seus aliados. Estes momentos ajudam a relaxar e criar breves momentos de felicidade. Por isso topo e curto participar deles.

sexta-feira, julho 07, 2017

Fui selecionado no 7º Concurso Microcontos de Humor de Piracicaba 2017


Recebi hoje um e-mail avisando que tive o microconto "Pedido" selecionado pela comissão julgadora do 7º Concurso Microcontos de Humor de Piracicaba 2017.  

Junto com outros 99, "Pedido" vai integrar a coletânea do concurso, que será disponibilizada em formato digital, para download gratuito. É a minha segunda seleção neste concurso. A outra foi em 2013 e você pode ler o texto aqui.

Neste ano foram 509 textos enviados de 23 estados brasileiros e também do exterior (Estados Unidos, Japão, Holanda e Portugal). Como regra básica, todos deviam ter, no máximo, 140 caracteres. 

O roraimense Aldenor Pimentel, que hoje mora em Minas Gerais, também foi selecionado. A relação completa de selecionados pode ser conferida aqui

A comissão julgadora foi composta por André Bueno de Oliveira (escritor e poeta), Anderson Brongna (escritor, contador de histórias e graduado em artes), Carmelina Toledo Piza (escritora, contadora de histórias, mestre em educação), Sandra Sanchez Baldessin (graduada e pós-graduada em Letras, consultora, revisora, crítica literária e professora de literatura) e William Hussar (cartunista, crítico de arte e representante do Salão Internacional de Humor de Piracicaba).

Confere o meu conto: 

Pedido

Já morrendo, mainha me falou:

- Filhinho...

- Sim?

- Não case com qualquer uma não, viu...

Concordei. Casei foi com João, meu grande amor.


quinta-feira, julho 06, 2017

Mais uma participação em um rap: Poeta da favela, do Big Berg


O rapper Big Berg, que morava aqui em Boa Vista e agora está pelas bandas de Florianópolis, me convidou novamente para fazer uma participação especial em uma de suas músicas 

(A nossa primeira parceria, só para lembrá-los, foi em Tempo ao tempo, gravada em junho de 2016. Essa história e a gravação podem ser conferidos aqui.)

O novo som do Berg intitula--se Poeta da Favela e tem um refrão que curti desde a primeira vez que o ouvi cantar, ali num evento do Coletivo Macu-X no bairro Asa Branca. 

Se vocês compararem a primeira gravação com a minha participação nesta, verão que já estou mais firme na leitura (acho), apesar de não ser todas essas coca-colas todas.

O trecho faz parte de um poema que havia escrito dias antes do convite do Berg. Mostrei e ele aceitou. Daí fiquei treinando um monte de vezes, gravei no celular com três diferentes entonações e mandei pro magrão rapper escolher.

E assim ressurgiu uma parceria, superando os milhares de quilômetros que separam Boa Vista de Santa Catarina. 

Dá um play e compartilha, comenta, espalha pros amigos, me manda convite para beber e comer. Tamoaí, abertos a parcerias.