segunda-feira, outubro 06, 2008
Boa Vista reelegeu o prefeito Iradilson Sampaio (PSB) com 54,35% dos votos válidos, ou 66.998 votantes.
Luciano Castro (PR) ficou em segundo, com 51.329 votos (41,64%).
José Luís Oca (PSOL) recebeu 3.029 votos (2,46%).
1.921 (1,56%) pessoas votaram em Ariomar Farias (PCO).
O colégio eleitoral de Boa Vista é de 159.075 pessoas. É o maior do Estado de Roraima.
Foram reeleitos Alfonso Rodrigues, Lurdinha Pinheiro, George Melo, Masamy Eda, Telmário Mota, Sebastião Neto (Pelé) e Braz Behnck.
Entraram Manoel Neves, Maurcélio Melo, Chico Doido (o mais votado, com 3.360 votos), Joziel Vanderlei, Paulo Linhares, Pastor Rosival e Idinaldo "Dunga" da Silva ( o menos votado dos que entraram, com 1.231 eleitores).
Vão cair fora da Câmara o atual presidente Marcello Vieira, a vice-presidente Iracema Araldi, o primeiro secretário Osmar Sampaio e o segundo secretário Rogério Trajano. Também perderam a vaga Francisca Pleneilda e Paulinho Marchioro.
quinta-feira, outubro 02, 2008
O tempo passa e Roraima completa 20 anos
Quando vim morar em Roraima, o Estado ainda esperava o 5 de outubro chegar para completar quatro anos de criação. Do quente fevereiro de 1991 até o também quente outubro de 2008, muitas coisas aconteceram em minha vida e na história desta parte do Brasil.
Na minha chegada, o prefeito era Barac Bento. Lembro de um mapa confeccionado em sua gestão, nas cores verde e amarelo predominando, com as fotos ou nomes dos vereadores e os poucos bairros da época. Conjunto Cidadão, Cidade Satélite, Raiar do Sol, Parque Caçari e algumas outras partes da cidade ainda não existiam.
Lembro da campanha da sucessão na prefeitura, tendo Salomão Cruz e Teresa Jucá, entre outros como candidatos. Teresa levou. Depois veio Ottomar Pinto, que era o governador no ano em que cheguei e havia eleito o atual deputado federal Neudo Campos seu sucessor. Aprovada a reeleição, Fernando Henrique Cardoso engatava um segundo governo, assim como Campos, que rachou com Ottomar, que perdeu a campanha para Teresa, que depois se reelegeu deixando em segundo lugar o à época ex-governador Neudo. Na seqüência veio Iradilson Sampaio, vice por duas vezes de Teresa e disputando domingo a reeleição.
Parque Anauá e o seu lago urbano, em frente à avenida Brigadeiro Eduardo Gomes: caminho feito por vários anos a caminho da UFRR e agora da Atual. (foto: Antônio Diniz)
Outros momentos importantes da vida política foram o impeachment do governador Flamarion Portela, a volta de Ottomar à governadoria, sua reeleição e a morte em novembro passado (no mesmo dia marcado para o chá de bebê de meu filho), a vitória e reeleição de Lula, cassações de vereadores, deputados e prefeitos, criação dos municípios de Pacaraima, Bonfim, Normandia, Uiramutã (entre os que me lembro) e recorrentes operações da Polícia Federal para tentar acabar com esquemas de corrupção envolvendo representantes do poder público e seus amigos/familiares empresários.
Tudo isso acontecendo e eu estudando. Primeiro fechando o primário na escola Vitória Mota Cruz, depois indo para médio no Gonçalves Dias, sendo aprovado no vestibular de jornalismo na UFRR, para onde voltei em 2001 ou 2002 para cursar sociologia paralelamente a uma pós-graduação. No meio de tudo isso, trabalhei como office-boy, prestei serviços ao Sesc, fui redator de jornal, passei pela assessoria de comunicação da prefeitura e vim parar na UERR, instituição que não existia em 1991, assim como a Univirr e as faculdades particulares Cathedral e Atual (onde sou professor), entre outras.
O mundo, seja na ótica local ou mundial, mudou muito nesse período. A internet explodiu, assim como as bolsas de valores o fizeram várias vezes. Veio o 11 de Setembro, a invasão do Iraque e do Afeganistão, as eleições de Hugo Chávez, Evo Morales e Vladimir Putin.
Apareceram vários canais de TV na cidade, muitas pessoas ficaram ricas de uma hora para outra, a população aumentou, as agressões à natureza idem. Amigos e amores chegaram e se foram. Bandas de rock nasceram e sumiram, modismos também.
Em 17 anos muita gente próxima apareceu e foi embora. Nasceram muitos priminhos e sobrinhos postiços deram a cara as minhas afilhadas Sângela e Beatriz, um policial militar matou meu primo Sandro e desconhecidos assassinaram o primo Janderson. Nesse percurso, apareceu a figura mais importante de minha vida: um indiozinho a quem tenho o prazer de chamar de filho.
Não sei como estará Roraima quando ele completar 17 anos. Não sei se estarei vivo para contar-lhe como era Boa Vista quando cheguei e quando ele nasceu. Só sei que tento dar a minha colaboração para que não fique pior do que já está, com gangues juvenis demarcando espaços na periferia, igarapés sendo mortos, miseráveis invadindo as ruas e pessoas desonestas enriquecendo às custas dos impostos que pago.
segunda-feira, setembro 29, 2008
10 coisas que detesto + bônus track
- A voz depressiva da Adriana Calcanhoto.
- O pseudo-intelectualismo-reflexivo e o vocal depressivo da banda Los Hermanos.
- O calor de Boa Vista.
- Alguém fazendo muitas ou poucas perguntas sobre mim.
- Gente arrogante.
- Ligação de atendentes do telemarketing.
- A linha editorial de algumas revistas que não questionam o lado ruim do sistema econômico predominante.
- A programação das TVs abertas domingo à tarde.
- Gente bêbada que cospe enquanto fala.
- Cheiro de cigarro.
- Trabalhar muito e ganhar pouco (ou a disparidade entre o custo da vida e o que entra na conta no final do mês).
- O calor.
- Ser ignorado quando dou atenção.
- Minha timidez.
- Pressão política, amorosa ou pessoal.
- Forró elétrico, calipso e rock metal.
segunda-feira, setembro 22, 2008
Poesia alheia
Texto dum paranaense louco, que veio a Roraima em busca de dias melhores, mas decidiu reencarar a vida no sul maravilha, levando na bagagem uma carioca e uma macuxizinha. Aliás, decidiu ir para a Ilha da Magia, também conhecida como a Terra dos Manezinhos.
Por sinal, mesmo lugar para onde voltou minha grande amiga Carlotinha Cavalheiro depois que decidiu economizar na conta do protetor solar.
Pouco me lixando
meu verso é lixo
e recolho pelo chão da sala
pelo piso da cozinha, atrás dos móveis
por debaixo dos tapetes
em meio a restos de tão pouco
montanhas e mais montanhas de ainda menos
nas prateleiras não há nada, leve o quanto quiser.
minha rua é um deserto
a vizinhança é o meu peito aberto
cravado de balas e migalhas de biscoito
estou sempre convidado a beber meu chá das oito
que às cinco é outra droga, algum esterco tipo oriental
e das seis às sete pratico yôga e me perco no quintal.
eu sou meu próprio eco, meu reflexo no espelho
é quando a deus mais me assemelho
eu sou meu lar
doce e amargo endereço, qualquer lugar
sou eu mesmo a qualquer preço
respiro meu próprio ar
eu sou meus versos, sou todos os meus lados
meus passados passos reciclados
-prazer, me chamam rodrigo!
eu sou tudo que trago comigo
e não descarto por puro romantismo.
sou mesmo isso
sou meu mais nobre e repugnante monte de lixo.
rodrigo mebs (em versão orkut)
sexta-feira, setembro 19, 2008
quarta-feira, setembro 17, 2008
Roraima Blues
A revista on-line portuguesa Minguante leu, analisou, gostou e publicou uma série de micronarrativas de minha autoria, transformando-as em um e-book chamado Roraima Blues.
Convido você a acessar e ler. Depois, se odiou ou gostou, não fique em silêncio. Volte ao blog e faça um comentário positivo ou depreciativo, tanto faz. O importante é participar.
E aí, se você ficou afins de participar da Minguante, produz tuas micronarrativas e manda para o Luis Ene dar uma olhada e ver se te coloca na próxima edição.
Essa aqui é a apresentação
Para ler o e-book, clica aqui, ô.
Para ler a edição da Minguante, é aqui.
sexta-feira, setembro 05, 2008
O fato é velho, coisa de três ou quatro semanas. Trata de uma ação de trabalho deste cronista educador. Rendeu a nota abaixo reproduzida, inicialmente publicada no site da Faculdade onde trampo à noite e numa coluna veiculada semanalmente em dois jornais locais. Como tudo neste blog, não tem nenhuma relevância para a humanidade, mas é bacaninha, pois me ajuda a lembrar depois o que andei fazendo da vida.
Acadêmicos distribuem nova edição do Jornal União Informa
Acadêmicos de Jornalismo da Faculdade Atual da Amazônia começaram a entregar essa semana mais uma edição do Jornal União Informa. O mutirão entre os acadêmicos do 3 ° semestre, atingiu além da própria comunidade da instituição, os principais pontos do bairro União, desde escolas, pontos comerciais e moradores.
A distribuição do jornal integra o processo de produção do produto, já que é na entrega que os estudantes têm a resposta direta do público leitor. Conforme a aluna de jornalismo, Elaine Tavares, o União Informa está sendo uma oportunidade para preparar e qualificar os aluns para o mercado de trabalho. "Considero um momento fundamental de aperfeiçoamento e uma rica experiência que o acadêmico possui de praticar o jornalismo com a permissão de errar estando mais capacitado para atuar na área jornalística", frisou.
Misturados na foto, alunos do antigo e do atual terceiro semestre.
Para ser mais exato, meninas do antigo e meninos do atual. Atenção ao chifre no Anderson, de camiseta azul.
A principal manchete da sexta edição: Cabelos de Prata: A força da terceira idade introduz uma reportagem especial, sobre 200 idosos que participam de segunda a quinta-feira de atividades esportivas e culturais no centro de múltiplo uso do bairro União. A iniciativa é aberta a todas as pessoas com mais de 60 anos. O União Informa traz ainda matérias sobre o nascimento do bairro, alunos de outros municípios que enfrentam dificuldades para estudar na Faculdade Atual, da aldeia para cidade – milhares de indígenas abandonam as comunidades onde nasceram e vem para cidade a procura de melhores condições de vida.
O jornal tem doze páginas, circulação mensal, no formato tablóide, capa e contra capa colorida, e impressão de responsabilidade da Folha Boa Vista. Os focos das reportagens são dos bairros próximos a faculdade. O impresso é uma produção da primeira turma de jornalismo da Faculdade Atual da Amazônia, fazendo parte da disciplina Oficina de Texto II sob a orientação do professor Edgar Borges.
quarta-feira, setembro 03, 2008
Para não dizer que tudo tá igual, chuviscou agora há pouco. Bem pouco, apenas o suficiente para mostrar que até para o mundo acabar precisar dar uma refrescada.
Dona Maria José, minha vó fonte de informaçoes sobre o passado de Boa Vista, me conta:
- Ainda não estamos no mês quente. O calor vai chegar em outubro. Antigamente ainda chovia muito em setembro, mas agora eu não sei como estão as coisas. Mudou tudo, né?
Como assim, vó? Ainda vai ficar mais quente? Daí relembro que ainda virá um mês em que não venta na cidade. As folhas ficam paradas, o calor aumenta por 10 e a sensação é de asfixia.
Ou seja, o mundo vai acabar e tudo vai começar por aqui.
E a história do 3 de setembro?
"Este dia não está nas listas de história, ninguém se lembra dele ou lhe dá o devido valor, mas é muito importante para que Universidade Federal de Roraima seja o que é, pelo menos no lado positivo".
A frase, sem nenhuma ponta de vaidade mas sim de quem acredita que trabalhou por uma educaçaõ melhor para todos, é de meu amigo químico-guitarrista-compositor Rhayder Abensour, que lembra o 3 de setembro de 1998, quando ganhamos a eleição do Diretório Central dos Estudantes. Éramos da chapa Acontecer, que tinha como componentes André Vasconcelos (jornalista), Adelaide Moura (médica), Dorinha Leal (professora de Letras), Érica Figueredo (jornalista) e outros que saíram logo em seguida e por isso não me lembro deles.
Minha função? Diretor de comunicação. Era fácil demais. Tínhamos uma reitoria que não fazia nada para melhorar a estrutura, conhecíamos todo mundo na imprensa, éramos (quer dizer, eles eram) simpáticos e conseguíamos mobilizar o povo rapidamente.
Ocupamos a reitoria; brigamos com os adversários; coordenamos assembléias e assembléias; conseguimos o malocão do campus, à época abandonado, para o DCE; promovemos festas, exposições, ajudamos a formar os Centros Acadêmicos de vários cursos e a fortalecer outros tantos.
O mais importante de tudo, porém, foi ter registrado o DCE no cartório. Outras gestões já haviam passado pelo diretório mas não haviam feito isso. Com a turma do Acontecer, o DCE da Federal de Roraima passou a existir de fato e de direito.
Foi um tempo divertido. Trabalhoso, mas divertido.
Pena que o único que conseguia namorar as meninas bonitas ou mais chegadas no movimento político estudantil era o presidente do DCE.
segunda-feira, setembro 01, 2008
(Boa) Vista de setembro
quinta-feira, agosto 28, 2008
Ok, há quem discorde, mas essa é a premissa do título da peça que a Cia. Arteatro estréia neste sábado. O texto bem-humorado de Juca de Oliveira foi adaptado pelo grupo e garante muitas risadas ao público, que acompanhará o relacionamento problemático do casal Marcelo e Tati, vivido por Baronso Lucena e Silmara Costa. Não bastassem as complicações normais de todo namoro, tudo fica mais confuso depois que entra em cena Conrado, interpretado por Vito Souza.
Os últimos espetáculos da Cia. Arteatro, um dos seis grupos que formam a Federação de Teatro de Roraima, foram dramas densos, como A Última Estação e O Santo Inquérito. A mudança para a comédia romântica é fruto de viagens a festivais, estudos e muitas discussões feitas pelos componentes. A idéia é buscar aprofundar-se em linguagens que o grupo não domina e descobrir novas formas de atuação.
quarta-feira, agosto 27, 2008
a reserva indígena Raposa - Serra do Sol
Frases ditas na manhã pelo advogado-geral do União, José Antônio Dias Toffoli, durante o julgamento do caso Raposa-Serra do Sol no Supremo Tribunal Federal (STF), tendo ao fundo a advogada do CIR (Conselho Indígena de Roraima), Joenia Wapichana,com o rosto pintado.
"Eu não sabia que para ser um estado é preciso ser latifundiário", referindo-se à alegação de que sobrariam poucas terras para o Governo do Estado gerenciar.
"Se a terra é da União é muito mais fácil defender fronteiras do que se fosse de particulares", sobre a questão da fragilidade da soberania nacional, argumento muito usado pela turma contrária à demarcação em área contínua.
"Se houver declaração de independência (na reserva) o Estado vai lá e vai agir".
Frases da advogada Joenia Wapichana, argumentando a favor da demarcação em área contínua:
"Que nossos valores culturais e valores espirituais sejam garantidos na aplicação do artigo da Constituição".
"Vivemos há mais de 30 anos (sic) se arrastando, esperando".
"Somos acusado de ladrões, de invasores dentro de nossa própria terra. Somos caluniados e isso tem que ter um fim".
"O que está em jogo são os 500 anos de colonização. Isso é o que está em jogo. Nós temos a nossa economia e isso não é contabilizado pelo Governo do Estado de Roraima. Somos os maiores criadores de gado".
"Circulam anualmente na terra indígena mais de RS 14 milhões".
Manchetes dos jornais nesta quarta-feira (27)
Roraima Hoje
Raposa Serra do Sol
Destino de Roraima nas "mãos" do STF
Folha de Boa Vista
Supremo começa hoje decidir (sic) sobre demarcação da Raposa Serra do Sol
Para saber mais dos lances locais, clica aqui, na Folha de Boa Vista.
Para saber mais dos lances nacionais,que são os que valem mesmo, pode ser no G1
Mas antes de tudo isso ser visto ou lido, o lado pitoresco do dia 27 de agosto:
Edgar: Filho, hoje é um dia histórico e você vai ficar aí, mamando no peito de sua mãe e depois indo dormir?
O indiozinho fica em silêncio, a boca no peito da mãe, o olhar meio perdido.
Edgar: Vamos, filhão, vai ficar aí?
O indiozinho me olha, meio perdido, como a dizer: vai lá e garante a minha parte. Te vira.
No trabalho, a ligação:
Tana Halu: Ei, seu acomodado, consegui um carro. Vamos pra reserva fazer matéria!
Edgar: (Risada) Fala sério. Tenho um monte de coisa para fazer hoje aqui.
Tana Halu: Pára de ser assim. Hoje é um dia histórico e tu vais ficar atrás de uma mesa, escrevendo release?
Edgar: Ei, cara, mas esse aqui é o meu trampo. Se eu estivesse num jornal, eu iria.
Tana Halu: Tu já foi mais ativo. Hoje só quer saber de ganhar teus milhares de reais mensais sem fazer esforço.
Edgar: Pois é...
E na hora do almoço, depois de ouvir a transmissão no trabalho:
Edgar: Vó, a senhora está perdendo a transmissão do julgamento do caso da Raposa!
Vó Maria José: Isso já tá perdido faz tempo, meu filho.
Edgar: Como assim, vó?
Vó Maria José: Isso tudo é coisa de um bando de índio e branco sem-vergonha. Ninguém vai ganhar nada com isso.
terça-feira, agosto 26, 2008
Cia. do Lavrado faz leitura aberta de texto
Como parte da preparação da estréia da peça Homens, santos e desertores, a Cia. do Lavrado promove nesta quarta-feira (27) uma leitura aberta do texto de Mário Bortolotto. Amantes da dramaturgia estão convidados a participar do processo e conhecer o processo de construção de um espetáculo teatral.
A leitura será feita a partir das 20h no Centro de Cidadania Nós Existimos, rua Floriano Peixoto, Centro. Na quinta-feira (28), no mesmo local e horário, os atores da Cia. farão um ensaio aberto. A intenção, além de divulgar o espetáculo, é promover uma maior interação entre o grupo e o público, contribuindo para a formação de platéia.
Homens, santos e desertores tem estréia marcada para o dia 6 de setembro. A peça aborda a passagem da adolescência para a vida e as opções e dificuldades de comunicação entre pais e filhos e jovens e adultos. Marcelo Perez e Renato Barbosa atuam como atores e Graziela
Camilo na direção. As músicas ficaram a cargo de Gilson Larialp e a iluminação é de Ivan Andrade. A montagem de Homens, santos e desertores tem apoio cultural do Jornal Roraima Hoje, Fetearr, Centro Nós Existimos e Perin Veículos.
Depois da leitura e do ensaio abertos, a Cia. do Lavrado faz no sábado (30), às 20h, a festa de lançamento do site www.ciadolavrado.com.br, da nova logomarca e do novo espetáculo do grupo Os shows com as bandas Somero e HCL, sarau poético e a exposição
da artista plástica Vera Aparecida também serão realizados no Centro de Cidadania Nós Existimos. O ingresso custa R$ 5 mais um quilo de alimento não perecível. Para comprá-lo antecipadamente, ligue 8114-0349, 8118-6016 ou 81175768.
sexta-feira, agosto 22, 2008
Acredito que o melhor das Olimpíadas é ver os resumos na TV e ficar com vontade de ter visto “aquela” competição ou então agradecer não ter perdido tempo vendo aquela “outra”. É a mesma lógica que aplico aos jogos de futebol televisionados. Prefiro conversar sobre qualquer coisa e só ir lá para ver o gol (se e quando ele sair).
Nestas Olimpíadas, agradeço o expediente das TVs de fazer o resumo diário para quem não tem como ficar vendo os jogos. Se não fosse assim, como saberia que o jamaicano Usain Bolt quebrou três recordes mundiais em apenas uma edição dos jogos? Ver o sujeito dando dois, três, quatro passos de vantagem sobre os adversários é algo fantástico, espantoso.
Daí, como a única referência que tenho da ilha caribenha em torneios é a do filme Jamaica abaixo de zero, fiquei pensando de onde ele surgiu. Se fosse africano, alguém já teria saído com a velha piada: “ah, mas lá eles estão acostumados a correr atrás de leão, por isso correm rápido”.
E o Bolt? O cara, com o perdão do trocadilho, tem uma usina de volts nas pernas. É puro músculo e velocidade. Não coincide com a outra imagem que tenho da Jamaica: vodu. Não tem feitiçaria que derrube tantos bons atletas. Isso é treinamento do bom ou então é doping.
Doping? Drogas? Peraí, então vem à cabeça outra imagem: la erva. Quer dizer que na Jamaica os caras inventaram uma marijuana que deixa o cara acelerado em vez de lerdo? Só pode ser essa a explicação. Ou então é aquilo: investimento no esporte e bons patrocínios para poder deixar, literalmente, todo o mundo para trás.
Salve, Bolt. Você é minha inspiração para começar a fazer caminhadas.
Bolt, no revezemento 4 x 100 (foto: G1)
Mas quero deixar bem claro que eu me amarro é na gostosona da Maurren Maggi, a mulher-pássaro de Pequim e seus 7,04m de vôo. Com nome de cubinho de sopa, a atleta superou todos os perrengues possíveis e chegou onde pouca gente apostaria: na medalha de ouro. Mesmo se não tivesse conseguido, eu ainda continuaria achando-a gostosona e competente.
quarta-feira, agosto 20, 2008
Aprendi faz tempo que propaganda não é publicidade. Aprendi faz uns dias que marketing na Venezuela é “mercadeo”, ou seja, venda no mercado.
(Quebra de pensamento, seguido do pouco recomendável começou de parágrafo com um elemento aditivo “e”.)
E aprendi também há anos que toda eleição só começa quando o primeiro programa eleitoral dos candidatos majoritários é exibido na TV. Portanto, hoje, terça-feira (20) começou a campanha eleitoral
(Nova quebra de pensamento, ficando cada vez mais confuso.)
Outro que não apareceu hoje foi meu acesso à internet no notebook. Os técnicos passaram a manhã toda mexendo na máquina e na rede e nada de acessar a web. Tudo isso motivado pela ida da CPU para manutenção para ver se retiram os vírus e as falhas no sistema.
(Fim do texto sem nenhuma ligação com os parágrafos anteriores)
Falando em acesso à net, os modens das operadoras de telefonia são a melhor pedida para quem quer ficar longe da lenta internet discada ou da inútil web via rádio que há
segunda-feira, agosto 18, 2008
Daqui a pouco será insuportável andar pelas ruas de Boa Vista. O calor vai tomar conta de nossas vidas. Por enquanto, agosto cumpre com a tradição de ser o mês dos trovões.
E ainda falando do “enquanto isso”, nesta terça, 19, começa o fenômeno climático conhecido como propaganda eleitoral na TV e nas rádios. Somando tudo, dá uma hora de promessas, apresentações, promessas e apresentações.
quinta-feira, agosto 14, 2008
Esporádico
Quando demoro a postar, uma ou outra pessoa me pergunta: você não escreve mais?
Escrevo sim. Faço e reviso matérias institucionais no meu trabalho institucional, preparo planos de aula para duas disciplinas no curso de jornalismo da Faculdade Atual da Amazônia, faço os textos de divulgação da Federação de Teatro de Roraima e mando, vez ou outra, uma mensagem pelo orkut. Ah, e até faço traduções de convênios assinados entre universidades do Brasil e da Venezuela.
Ah, mas e o blog Crônicas da Fronteira?
Alguém tem que ceder espaço. Geralmente é ele. É um equivalente ao espaço que cedo para meu filho dormir à vontade na cama. Se ele se mexe, eu me afasto para ele ficar à vontade. Se ele acorda cedo, eu tento acordar cedo. Se ele chora e eu estou com ele, paro o que estiver fazendo para tentar acalmá-lo.
Fora isso, leio alguns e-mails que chegam de vez em quando, como do o Ismael Benigno, do blog amazonense O Malfazejo, que supostamente estava sendo tocaiado por figuras mal-encaradas paradas em carros em frente à sua casa. Pelas últimas postagens, tudo se resolveu na boa.
Ou como os do Luiz Valério, blogueiro aqui de Roraima, que voltou ao Blogspot depois de uma suposta censura nos servidores que impediam seu acesso à página em que vinha trabalhando. Depois de um tempo, ele voltou ao Política com Pimenta certo.
Ah, outra ocupação é colocar fotos de meu filho na minha página do orkut. Assim, meus amigos de longe ou de perto sabem como anda o meu índio.
terça-feira, agosto 05, 2008
Siempre te entrego mi paciencia. Siempre digo que no debemos ser así como somos, inflexibles de un lado a otro, dudosos de hasta cuando esto debe durar: si por el infinito o apenas hasta que el próximo invierno llegue.
De repente, cuando todo está casi bien, llegas y dices algo que demuestre que ilusiones no son cosas para reírse, sino para que nos quedemos serios y un poco callados.
Y me miras como si fuera un ladrón, como si fuera el peor de los humanos. Para no decir nada, trago palabras, escribo en español mal escrito, miro hacia los lados.
De mi silencio formas tu opinión nada favorable a lo que crees que ves, a lo que tu imaginación te informa.
Y cuando te vas, dejando en el aire restos de tu furia, me dejas solamente el peso del dolor causado por algo que no siento y que no busco como causa o consecuencia.
segunda-feira, agosto 04, 2008
Se a palavra colocada no google for micronarrativas, no singular ou no plural, com certeza você vai acabar parando logo no primeira página no link da revista portuguesa Minguante, que acaba de lançar na web a sua 11ª edição.
Este cronista, nova e orgulhosamente faz parte dos autores selecionados pelos editores. Nesta ocasião, entro com seis pequenos textos, bem no espírito da revista.
A Minguante mudou o leiaute e agora todos os autores estão numa mesma janela. Para ler, basta rolar a barra. Tem gente de Portugal, Brasil e Argentina na lista. De Roraima, além de mim, o jornalista Avery Veríssimo também comparece à festa.
A capa, como de costume, está muito bem feita.
Para quem deseja entrar na festa, o tema da próxima edição é fado.
Ah, e o endereço é www.minguante.com.
terça-feira, julho 29, 2008
¡Primero dia de escuela!
E....lá vamos numa corrida desesperada rumo a dezembro, quando terminam as aulas da faculdade. Os ensinamentos serão repassados nas salas do segundo e do terceiro semestre de jornalismo. O desvirtuamento é por conta dos alunos, mas fora de aula, plis.
Na primeira noite juntos, apresentações para conhecer quem são os caras. De novo, a velha história de todo curso: estou aqui por que não sabia o que fazer e vim parar nessa sala. Ou então a clássica “não consegui passar no curso que queria e, sacumé, dizem que essa profissão é das boas”.
O interessante é que a incerteza permeia a cabeça de 80% das turmas. O assustador é ouvir pessoas dizendo que sempre quiseram fazer Jornalismo. É um troço muito estranho essa determinação. Como é que as pessoas podem ser tão decididas por algo nos dias de hoje. E a volubilidade? Não é mais valorizada? Eu, por exemplo, gostava de ler até bula de remédio, mas nunca pensei nessa profissão. Aliás, o problema é que nunca pensei em ter profissão. O meu sonho era ter nascido numa família de magnatas, mas Deus não foi gentil comigo e me colocou na categoria “operário intelectual”. Já com o meu indiozinho ele foi legal: deu um pai que trampa em quatro lugares para poder dar tudo o que o moleque merece e até o que não precisa.
Mas voltando ao primero dia de escuela, é uma experiência interessante entrar na sala da segunda turma e ver as anotações da professora anterior, um primor de organização. Quase fiquei envergonhado, mas lembre que a moça, um doce de pessoa, tem trozentos cursos nessa área organizacional. De meu lado, mal consigo arrumar a estante de livros. E o mal consigo aqui é literal. Não consigo mesmo e vou espalhando livros pelas mesas, apostilhas pelo chão, folhetos nas caixas que coloco no chão. Um espetáculo caótico.
No mp3, Beautiful Girls. No hospital, mamita, operada.
Primer dia de escuela também é momento de reencontro com os alunos da turma anterior. Momento de piadas do tipo “estava com uma saudade do senhorrrrrr. Não dá nem para descrever como queria ficar ainda sentindo essa saudade, professor”. Ou, em outras palavras, “putz, tu continua por aqui, mane”. Ah, adoro essas ironias estudantis. Lembram meu próprio comportamento na facul. Hoje eu sei o que os professores passaram.
Para fechar, Mustang Sally, soul de primeira qualidade.
Ah, “¡Primero dia de escuela!” é uma frase de um desenho infantil.