quinta-feira, outubro 16, 2008

Vamos embora II (ou Do que se abdica quando se tem um molequinho)

Eduardo Bueno chega em Boa Vista trazido pela Fundação Banco do Brasil, que agendou uma palestra dele nas Faculdades Cathedral, pertinho de casa. Sou fã do cara desde meados dos anos 1990, quando li suas obras de história, muito antes dele ir parar no Fantástico. Vamos nessa então eu, a mamãe do indiozinho e o próprio pemoncito, doidos para ouvir o cara.


Uns minutinhos de atraso, vai logo que já começou, não tem problema com cadeira pois será no auditório com mais de mil lugares, chegamos, vejo alguém e penso: o que aquele escritor está fazendo do lado de fora, hum, isso cheira a palestra chata ou que ainda não começou.


Um guarda avisa que a palestra mudou de lugar e será na videoteca, biblioteca, sei lá, interessa que é uma saleta. Pela janelinha de vidro na porta, a visão de muitas pessoas em pé. Um rapaz sai e explica para o trio pemônico e a outras quatro pessoas que a organização decidiu mudar o encontro de lugar pois não tinham certeza se ia dar público.


- Quer dizer que vocês não confiaram no próprio evento?, manda um dos rapazes do quarteto.

- Não, veja bem, é que a gente não tinha certeza de que ia dar público suficiente, responde o rapaz da organização.

- Ou seja, não confiaram no próprio evento, diz este cronista.

- Mas tudo bem, vocês entrar e ficar em pé sem problema. Tem vaga aí, convida, sorridente, o rapaz da organização.

Olho para ele, penso em como era bom quando podia sentar no chão sem me importar com ninguém mais, olho para o neném e para sua mamãe, penso no desconforto dela, e decido: vamos embora. Evento no qual os próprios organizadores não tem confiança não vale a pena ficar, mesmo prometendo ser bom.

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