Cenário: calçada de pizzaria. Criança de quatro anos reclamando:
- Pai, eles não querem brincar comigo. (Aponta para outras duas crianças)
- É, filho? Por quê?
Uma das crianças, entre seis e oito anos, se aproxima (ou se intromente, conforme o humor do pai):
- Ele fica incomodando a gente. Fica querendo empurrrar...
Pai:
- Filho, não brinca com eles. Eles não gostam.
A criança estranha:
- É, ele empurra. Ele é meio louco.
O filho:
- Pai, eles não querem brincar comigo.
Pai abraça filho, o encara e diz:
- Filho, entenda: nem todo mundo vai gostar de você nesta vida. Por isso, brinque com quem você conhece e gosta de você.
- Mas, pai...
- Filho, entenda: nem todos gostam de você.
Corte de cena. Elipse temporal. Mesmo local. Criança de quatro anos sentada, chorando, pai perguntando:
- O que foi agora, filho?
- Os dois coleguinhas não querem brincar comigo!!!! (Choro compulsivo)
- Mas filho, você tem cinco primos aqui querendo brinca contigo e ficas aí, preocupado com quem não gosta de ti?
- Mas eu quero brincar com os coleguinhas!!!! (Chorando)
Prima de quatro anos do menino chorão, que estava atrás dele, o abraça e diz:
- Se você quiser, eu posso brincar contigo.
- Mas eu não quero!!!!
- Ah, filho. Para, né! Valoriza quem te valoriza, né, nêgo!?
Blackout // Projeção da criança sentada na calçada, de braços cruzados, com todo os primos brincando perto dele. Vozes de adultos:
- O que ele tem?
- Nada. Está focando no sofrimento em vez da alegria.
- É mesmo?
- É. Faz parte do curso de sobrevivência na selva da vida.
Vozes de crianças brincando. Baixa o volume. Silêncio.
FIM
- Pai, eles não querem brincar comigo. (Aponta para outras duas crianças)
- É, filho? Por quê?
Uma das crianças, entre seis e oito anos, se aproxima (ou se intromente, conforme o humor do pai):
- Ele fica incomodando a gente. Fica querendo empurrrar...
Pai:
- Filho, não brinca com eles. Eles não gostam.
A criança estranha:
- É, ele empurra. Ele é meio louco.
O filho:
- Pai, eles não querem brincar comigo.
Pai abraça filho, o encara e diz:
- Filho, entenda: nem todo mundo vai gostar de você nesta vida. Por isso, brinque com quem você conhece e gosta de você.
- Mas, pai...
- Filho, entenda: nem todos gostam de você.
Corte de cena. Elipse temporal. Mesmo local. Criança de quatro anos sentada, chorando, pai perguntando:
- O que foi agora, filho?
- Os dois coleguinhas não querem brincar comigo!!!! (Choro compulsivo)
- Mas filho, você tem cinco primos aqui querendo brinca contigo e ficas aí, preocupado com quem não gosta de ti?
- Mas eu quero brincar com os coleguinhas!!!! (Chorando)
Prima de quatro anos do menino chorão, que estava atrás dele, o abraça e diz:
- Se você quiser, eu posso brincar contigo.
- Mas eu não quero!!!!
- Ah, filho. Para, né! Valoriza quem te valoriza, né, nêgo!?
Blackout // Projeção da criança sentada na calçada, de braços cruzados, com todo os primos brincando perto dele. Vozes de adultos:
- O que ele tem?
- Nada. Está focando no sofrimento em vez da alegria.
- É mesmo?
- É. Faz parte do curso de sobrevivência na selva da vida.
Vozes de crianças brincando. Baixa o volume. Silêncio.
FIM
3 comentários:
E o que nao falta eh testemunha para essa historia, nao eh mesmo rsrsrs
"O Quereres" das crianças vive nos dando lições. A gente tenta ensinar sempre, mas acaba aprendendo ainda mais com elas. Edgarzinho é mestre nisso!
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