quarta-feira, agosto 01, 2018

Diário de um mestrando em Letras - quinto mês

09.07.18 Segunda

Hoje é feriado em Boa Vista. Aniversário de 128 anos de criação do Município. 
Pensei em me dar folga, mas seria abuso. Fui pelo menos tentar adiantar e melhorar as questões do roteiro de entrevistas ao futuro sujeito da pesquisa. 

Fui caminhar no parque Anauá também. Pegar uma carga de vitamina D. 

30.07.18 Segunda




Uma xícara de chá e mais uma e outra e de novo... Foi assim quase o mês todo, sentado à mesa, reescrevendo (mais tentando que reescrevendo) o artigo da disciplina da professora Déborah e avançando palavra a palavra nas demandas da qualificação deixadas pela professora Leila. O primeiro mandei faz quase uma semana. 








Entre travas e travadas dei uma parada para receber uns amigos da Venezuela que há muito não via. Depois que foram embora, adotei a metodologia de sentar para trabalhar manhã e tarde. Entre lerdezas e vazios, avancei, fechei e mandei. 





Meme eu que fiz 

Já as demandas da quali estão aí, ainda assombrando-me, engolindo-me. São tantas que até tive de numerá-las. A resolução não acontece por ordem de ordenamento e sim por questão de facilidade. O mais fácil, ou que aparente ser, já meio que foi. 




Agora, no momento em redijo isto, estou usando esta escrita como uma forma de aquecimento cerebral para encarar a busca de um conceito, de uma ideia, que não consigo pescar do texto que leio e releio há uma semana. Na verdade, eu sei o que quero, mas não consigo pegar do jeito que quero. É como uma pescaria sem anzol: o peixinho está ali, burlando-se de mim, bem à minha frente. 




Sobre pescarias sem anzol: peguei dia desses uma piaba com a mão lá no lago do parque Anauá. O que isso a ver com a academia? Nada. Só que agora lembrei disso ao escrever o final do parágrafo acima. Ou será que escrevi o parágrafo acima para justificar a lembrança a seguir?


Quase um karatê kid do pega piaba


Abri meu e-mail funcional hoje depois de uns dois meses. Muita mensagem que não me interessa e uma avisando que a grana da UFRR para participação em eventos acabou....Bah, por isso que não me empolgo em ir aos congressos. Se for para viajar a trabalho bancando tudo do próprio bolso, nem me esforço.

Na primeira quinta-feira de agosto vamos apresentar o trabalho de fechamento da disciplina que foi ministrada pelos professores Mibielli/Tatiane/Esqueci o nome/Maurício. Podíamos escolher entre fazer um artigo ou produzir um vídeo abordando a temática da memória. Fiz grupo com a colega Alessandra Cruz e montamos um vídeo com interpretação em Língua Brasileira de Sinais (Libras) do poema de minha autoria intitulado "Museu em reformas".

O poema vai integrar o livro "Incertezas no meio do mundo", que devo lançar ainda este ano se o Governo de Roraima pagar a grana do edital de literatura que ganhamos no começo do ano. Tá difícil, mas temos esperança que o pagamento saia logo. 


Alessandra Cruz, Luan Selfish (que editou e fez a locução do vídeo) e eu



Alessandra e a intérprete Joice Moura afinando a "declamação" do poema

30 de julho. Não sei se haverá novidades a serem acrescentadas até amanhã, 31. Se houver, volto. Se não, até a próxima edição de meu sofrimento acadêmico.  


22h12

In vino, água e chá, veritas. 
Ou não. 
Quiçá apenas ressaca, mas apostemos na veritas. Isto é, no conceito escorregadio sendo pego para servir de tempero à qualificação. 


Vinho com chá e água ao fundo... hidratação é tudo

31.07.18 Terça

E então calcule o susto que tomei quando vi que deveria entregar um trabalho impresso e não digital e que além disso não havia seguido uma série de recomendações para a formatação do mesmo. E veja que a entrega deveria acontecer nesta quarta, das 8h às 11h, e o prazo ia ficar curto porque você havia prometido levar seu filho ao cinema, uma despedida das férias e preparação para os dias árduos que virão no quinto ano dele. 

Aí então você terá, quem sabe, uma noção de quanto trabalhei na tarde de terça, cortando páginas e ajustando detalhes. Ah, no meio disso, fiquei lendo as mensagens e notícias que chegaram sobre um vídeo no qual um missionário explica a migrantes como funciona o processo de desocupação no Brasil. O material viralizou na cidade e o pessoal aproveitou para reacender as chamas do xenofobismo. 

No meio disso, matérias que ignoravam o contexto da explicação ajudaram a criar o clima de "indignação popular". Só deu isso nos grupos. Sobre os ataques das facções em Boa Vista e um monte de cidades do Interior e a incapacidade das polícias em conter os grupos criminosos, nada ou quase nada. Os imigrantes são bem mais fáceis de atingir do que os caras do tráfico. Ou então ninguém acha perigoso as gangues ratearem entre si a cidade. 

Ah, cortei tanto texto que me autodenominei um super-herói: Motosserra Man, o herói dos cortados. 


Eram 25 antes, mas Motosserra Man entrou em ação


Poderia ser também o Santo das Madeireiras.

Well...Vem a gosto, agosto. 

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