O título parece ser
sobre algo relacionado a sexo, mas não é. É sobre os preparativos para voltar
ao trabalho depois do fim de minha licença para fazer o mestrado. Na verdade,
trabalho e sexo, se você vulgarizar um pouco a questão, tem muita coisa em
comum. Tem que se preparar, dá prazer e dá desgosto, é preciso juntar-se com
outras pessoas, podemos rir e querer ficar ali horas e horas tranquilo e também
podemos apenas nos lamentar e pensar “que diabos eu tô fazendo aqui?”.
Voltando a falar das preliminares para o trabalho (ah, lembrei da discussão
que fala sobre sexo oral não ser preliminar e sim a parada já em andamento. Só
queria dizer que concordo). Bem, voltando a falar de trabalho: estava afastado
para fazer o meu mestrado em Letras. Agora que defendi a dissertação e sou um
mestre dos magos das Letras Jedi, acabou a tal da “folga” que tinha. Sim, o
pessoal acha que estudar é uma folga. Não sabem que em certos dias cheguei a
ficar 10, 12 horas escrevendo e lendo para dar conta dos prazos. Posso também comparar
com o tempo de trabalho legal de um jornalista numa redação: cinco horas por
dia. Ou seja, houve momentos em que parecia o pai do Cris e sua carga horária
nos dois empregos.
Bueno...acabou a folga, volto na segunda para o meu antigo setor, o
original, o que me recebeu quando entrei na instituição e do qual saí para não
ter que lidar com um sujeito que havia
sido nomeado chefe do setor. “Aim...mas o que é isso? Você deveria superar
essas coisas, ser uma pessoa melhor, pensar na instituição e patati, patatá”.
Tua cara se estás pensando assim. Nunca ouviu falar em ambiente tóxico? Em como
a produtividade é afetada pela dissintonia entre a equipe? Então: ouviu agora.
Consultoria fucking coach de graça aqui no Crônicas da Fronteira. Espalha por
aí.
Durante o meu afastamento, o sujeito foi exonerado do cargo. Não me
interessam os motivos, mas a situação: se o fato incomodador não está mais lá,
quero voltar. Falei com a atual chefe do setor, que é uma querida e já havia me
chefiado na coordenadoria. Juntos, cada um no seu whastapp, conversamos com a
atual chefe de gabinete, que viria a ser minha superiora administrativa caso
voltasse para onde estava lotado. Esta, que também é um amor de pessoa,
concordou e agilizou logo os documentos que me fazem voltar para meu setorzinho
querido.
Tudo isso faz parte das preliminares: conversas, pedidos, vai pra lá,
vem pra cá, isso, chega tal hora, sai à hora tal... Detalhes acertados, vamos
ao como fazer acontecer isso sem parecer um mulambo. Fui checar o guarda-roupa e
vi que só tinha uma calça comprida jeans. Calça esta que já deve estar
comemorando uns bons seis ou mais anos me acompanhando. Decidi comprar outra, mas o número
42 de calça corte reto caia feito um balão no meu corpo redondo de 164 cm de
estatura. Em parte por isso decidi começar a mexer na dieta e também a correr.
Agora corro todas as manhãs possíveis numa praia de água doce aqui perto de
casa. Com isso me tornei aquilo que mais temia e aquele tipo de gente que
sempre achei esquisita: a que acorda cedo para praticar exercícios.
O resultado dessa nova
prática é que agora em fevereiro baixei o número da calça de 42 para 40. As
gordurinhas continuam balançando, ainda não vejo a ponta dos meus pés, mas pelo
menos consegui comprar uma roupa nova um pouco menor. Inclusive, só estou
comprando essa calça por conta do retorno ao trampo. Detesto calça comprida.
Por mim, o mundo todo trabalharia de bermudas e camiseta. Ternos e outras peças
de vestuário não condizentes com o nosso clima seriam proibidos, inclusive com direito àquelas plaquinhas que colocam na porta dos lugares dizendo que tal roupa não te autoriza a entrar.
Lembro que nestes dois
anos afastado eu só usei calça (salvo engano) em duas ocasiões: uma foi na festa de
formatura de minha afilhada arquiteta linda. Ela botou no convite que o traje esporte fino era
obrigatório e por mais que buscasse no google, não achei nenhum exemplo de foto
que incluísse alguém de bermuda...Aí fui arrumadinho para a festa da Sângela.
Isto é um exemplo do que se faz por amor. A outra ocasião da calça comprida foi
na viagem à Vitória. Para visitar a fábrica de chocolates Garoto é obrigatório
usar roupa que cubra toda a perna. Não era obrigatório eu ir na fábrica, mas já
que estava lá perto, que custava o sacrifício, né?
Então
é isso: volto para meu antigo setor após conversar com o povo sobre ser isso o
que queria, comecei a fazer exercícios para melhorar meu humor, ver a ponta dos
meus pés e poder usar uma roupa menor e também estou de vestimenta limpa,
nova e pronta.
Ou seja... Preliminares: OK.
Que
comecem os jogos.
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