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quinta-feira, agosto 11, 2011

Rumo ao Amapá, fazer uma Pororoca Cultural no rio Macacoari

Promover entre os ribeirinhos do Amapá o prazer da leitura de forma lúdica e expor diversas manifestações artísticas. Com este objetivo, arte- educadores do Movimento NossaCasa de Cultura e Cidadania estarão entre os dias 25 de agosto e 2 de setembro realizando uma verdadeira Pororoca Cultural no Rio Macacoari.

Para essa mochilada pelas comunidades São Tomé, Igarapé dos Porcos,Foz do Rio Macacoari e Carmo do Macacoari, todas no município de Itaubal (AP), a turma da NossaCasa convidou o Coletivo Arteliteratura Caimbé, de Roraima, que será representado por este que vos escreve singelamente.

Literatura que faz o mundo ficar pequeno

Minha função é simples: compartilhar um pouco da literatura roraimense com os ribeirinhos e dar continuidade ao projeto Caminhada Arteliteratura.

Já articulamos as atividades da Pororoca: muita poesia; incentivo à leitura dos gibis doados na campanha de arrecadação feita pela NossaCasa; contação de histórias pelos mestres das comunidades; artReciclagem; exibição de filmes educativos; brincadeiras com o Palhaço Ribeirinho; exercício de comunicação livre, com a Rádia Megafônica NossaCasa; oficina de fotografia e rodas de conversa sobre editais do Programa Mais Cultura do Ministério da Cultura - MinC.

Este índio vai levar as poesias da mostra de fotos e poemas da série “Curt@s histórias e poesias” e fará oficinas de criação literária. Também selecionei textos gravados de diversos autores para fazer uma mostra poética com os ribeirinhos. A intenção é ampliar os horizontes literários da turma. Vamos ver no que vai dar.


Atividades da NossaCasa



A realização desta Pororoca Cultural é um das atividades do projeto Mochileiro Tuxaua Cultura Viva - Do Oiapoque ao Chuí, idealizado pelo arte-educador Jonas Banhos, gente boa premiado pelo Ministério da Cultura, por meio da Secretaria de Cidadania Cultural, com o Prêmio Tuxaua Cultura Viva 2010. Esta foi a única iniciativa do Amapá selecionada pelo Ministério da Cultura, que contemplou 44 projetos de outros estados neste prêmio. Para conhecer mais sobre o projeto, acesse o blog Mochileiro Tuxaua.

Jonas esteve em Roraima a convite meu e do Coletivo Arteliteratura Caimbé em maio deste ano, quando estávamos realizando as atividades do projeto Caminhada Arteliteratura ainda com o financiamento da Funarte.

O nosso compromisso com a Funarte venceu, mas decidimos que toda atividade fora de Boa Vista terá a rubrica Caminhada Arteliteratura.

NossaCasa - O Movimento NossaCasa de Cultura e Cidadania nasceu em 2008, em Macapá(AP), com o objetivo de contribuir para a formação do novo cidadão. Seu foco principal é democratizar o acesso ao livro, à literatura e à leitura, sobretudo para as comunidades tradicionais/originárias da Amazônia, sejam elas ribeirinhas, de agricultores, extrativistas, quilombolas, assentados da reforma agrária, pescadores e/ou indígenas.

O Movimento NossaCasa é formado por arte-educadores populares, voluntários, com origens na zona rural,que mochilam pelas comunidades montando equipamentos culturais (bibliotecas comunitárias, telecentro, cinceclube, brinquedoteca) e realizando rodas de leitura utilizando-se de diversas artes para atrair novos e velhos leitores. 

Já serviram de palco para suas intervenções: pontes, centros comunitários, casas de moradores,Igrejas, comunidades ribeirinhas, paradas de ônibus, praças públicas, Feiras de Livro, Escolas, Universidades, Encontros e Conferências de Cultura e Comunicação, nos Estados do Amapá, Pará, Roraima, Piauí, Ceará, Distrito Federal e Goiás. As atividades podem ser conferidas no blog da turma.

Agora, se o barco virar no meio do rio, já era. Sou o único índio de Roraima que não sabe nadar. Aliás, essa história de natação me lembra a consulta que tive com o médico neuro alguma coisa para ver o estado de minha coluna cervical. Ele disse que tudo ficaria bem apenas fazendo natação. Simples...

quarta-feira, julho 20, 2011

Expondo fotos pelo Nordeste


Na viagem que fizemos ao Nordeste, eu e os demais integrantes do Coletivo Arteliteratura Caimbé,  para fechar a etapa do projeto Caminhada Arteliteratura apoiada pelo Ministério da Cultura e a Funarte, realizamos também a exposição de fotografias e poemas “Curt@s - histórias e poesias”, com textos meus e fotos de Zanny Adairalba e de meu filho, Edgarzinho Borges Bisneto.
Como muitas vezes só me lembro das coisas culturais que faço quando as revejo no blog, vou aproveitar a função de diário que o mesmo exerce e compartilhar com vocês algumas imagens feitas na cidade de Novo Lino, interior do Alagoas.

Ah, na próxima feira de livros do Sesc Roraima também vamos expô-las, só que desta vez em formato maior.

Se você quiser ler duas das imagens, aqui tem um link e aqui tem outro para postagens nem tão antigas.









Esta não foi exposta, mas aconteceu de ser feita em Novo Lino. Ao fundo, o canavial.

sexta-feira, julho 01, 2011

No jornal Folha de Boa Vista: Projeto distribui livros e faz contação de histórias para crianças

Olha a matéria publicada no jornal Folha de Boa Vista nesta quinta-feira, 30 de junho, sobre a Caminhada Arteliteratura:
 
 
 
 30/06/2011 16h09

Projeto distribui livros e faz contação de histórias para crianças


   

Foto:  Divulgação
Em Palmares , Pernambuco, foram visitadas seis escolas, realizadas nove rodas de leitura, junto com contação de histórias


NEIDIANA OLIVEIRA
neidiana@folhabv.com.br


Transformar a leitura em uma ferramenta de fortalecimento da cidadania e formar neo-leitores estão entre os objetivos do projeto Caminhada Arteliteratura, que durante esse ano realizou visitas às comunidades indígenas de Roraima e os municípios de Palmares (PE) e Novo Lino (AL). O projeto iniciou em janeiro deste ano e foi concluído neste mês com todas as metas alcançadas.


A iniciativa partiu de um projeto idealizado e executado pelo grupo Zanny Adairalba, Tana Halú e Heloisa Brito, coordenado por Edgar Borges. O projeto foi contemplado no processo seletivo da Bolsa de Circulação Literária da Fundação Nacional de Artes (Funarte).


O coordenador comentou que a trajetória se estendeu de janeiro a maio, quando foram feitas duas visitas em quatro comunidades indígenas: Campo Alegre, Vista Alegre, Boca da Mata e Sorocaima II.


Nesse período, foi feita a coleta de 1.110 livros de contos, prosas, crônicas e poesias, 78 revistas e 28 gibis, dos quais foram deixados cerca de 200 em cada local visitado e também em uma localidade que não estava prevista no projeto, que foi em Sorocaima I. 


“Com isso, ajudamos a implantar cinco bibliotecas comunitárias. Além disso, foram repassados para a biblioteca do Museu Integrado de Roraima cerca de 246 livros técnicos e didáticos arrecadados durante a ação complementar”, explicou.


Durante as visitas, a equipe realizou rodas de leitura, contação de histórias, oficinas, exposições de foto poemas, micronarrativas, sessão de artes plásticas, com trabalhos feitos com massa de modelar e também contavam com a presença de escritores roraimenses, o que incentivava as crianças a terem um interesse na leitura e na literatura. 


Borges destacou que, conforme o previsto no projeto, o grupo deveria realizar uma atividade fora da região Norte. “Foi então que, no começo de junho, viajamos para o Nordeste, especificamente para o Município de Palmares, em Pernambuco, e depois fomos convidados pelo professor Adalberone André Santiago, de Palmares, para irmos a Novo Lino, em Alagoas”, disse.


Em Novo Lino foi visitada uma escola e realizadas duas rodas de leitura, junto com contação de histórias, proporcionando um resultado de 150 pessoas atingidas pelo Caminhada Arteliteratura. “Foi surpreendente, já que esta localidade não estava prevista no projeto”, disse o coordenador.


A intenção da equipe na segunda etapa em Pernambuco era fazer seis rodas de leitura, porém foram realizadas onze. “Na primeira visita, atingimos 228 pessoas, na segunda foram 223 e fora da região Norte foram 446 mais 150, contabilizando 1.047 atendimentos registrados.  “Estava previsto inicialmente atendermos 500 pessoas, então ultrapassamos a meta em mais de 100%”, enfatizou.


Borges comentou que, após cada visita, foi produzido um relatório com os resultados e com as com as fichas sócio-cultural preenchidas pelos participantes para entregar à Funarte.  


“Entre os resultados também podemos destacar a divulgação dos escritores roraimenses. Assim queremos contribuir para o enriquecimento do acervo literário dos autores regionais e incentivar as cadeias criativa, mediadora e produtiva do livro, leitura e literatura”, frisou.


Para Borges, o que pode ser destacado de toda essa aventura literária é a troca de experiências e conhecimentos entre crianças, adolescentes e adeptos a livros. “Era muito bom quando ouvimos os participantes falar se  nós iríamos voltar, pois conseguíamos perceber a valorização do nosso trabalho”, lembrou.


Quem estiver interessado em obter mais informações sobre a Caminhada Arteliteratura e a biblioteca comunitária pode acessar o endereço eletrônico: www.caminhadaarteliteratura.blogspot.com. 


FUNARTE - O processo seletivo da Bolsa de Circulação Literária foi aberto pela Fundação Nacional de Artes (Funarte) a pessoas de todas as regiões brasileiras que desejam desenvolver atividades de fomento à área literária, como oficinas, cursos, palestras e programas de contação de histórias.


O projeto Caminhada Arteliteratura foi um dos contemplados entre os 50 projetos dos municípios atendidos pelo programa Territórios da Cidadania, do Governo Federal.


A ação foi realizada na Terra Indígena Raposa Serra do Sol e São Marcos e fora da região Norte, no Município de Palmares (PE), integrante do Território da Cidadania Mata Sul.

sexta-feira, junho 03, 2011

Rumo a Palmares, na Mata Sul de Pernambuco

 

Deixo, junto com os demais integrantes do Coletivo Arteliteratura Caimbé, Boa Vista neste sábado 4, dia de meu aniversário. 
Vou encarar a estrada rumo ao município de Palmares, estado de Pernambuco, lá no Nordeste e fazer mais atividades do projeto Caminhada Arteliteratura. 
Depois de Palmares, vamos a Novo Lino, Alagoas.

Se quiser saber mais sobre o que vai ter nessa jornada literária, acessa o blog do projeto, que foi selecionado pela Bolsa Funarte de Circulação Literária 2010.

sábado, maio 07, 2011

Retratos de uma viagem

Finalmente conseguimos subir as fotos da viagem a Campo Alegre e Vista Alegre, realizada no dia 28 de abril, para mais uma atividade do Projeto Caminhada Arteliteratura.


Foi um dia muito legal, com contação de histórias, declamação de poemas, oficinas, exposição fotográfica e muitas perguntas aos escritores Eroquês  Guadério e Alexia Linke. 
Confere as fotos  no blog do projeto.

terça-feira, abril 26, 2011

Outras fotos das nossas andanças literárias


Você tem Orkut?

Então dá uma olhada nesses álbuns com muitas outras fotos de nossa Caminhada.

Aqui, fotos de Boca da Mata e Sorocaima II, em Pacaraima


Aqui são fotos de Campo Alegre e Vista Alegre, em Boa Vista

Se o teu lance é o Facebook, olha aqui as fotos:

Aqui, fotos de Boca da Mata e Sorocaima II, em Pacaraima


Aqui são fotos de Campo Alegre e Vista Alegre, em Boa Vista.

Aproveita as imagens!

quarta-feira, abril 20, 2011

E agora vamos montar as bibliotecas comunitárias

A Caminhada Arteliteratura vai chegando ao seu fim em Roraima.

Dia 28 de abril o Coletivo Arteliteratura Caimbé  vai a Campo Alegre e Vista Alegre levar escritores para conversar com os moradores destas comunidades indígenas que ficam depois do Rio Uraricoera. Já confirmaram a viagem o poeta Eroquês Gaudério, o cordelista Otaniel Souza e a contadora de histórias Alexia Linke. 
Poeta Eroquês Guadério
Na verdade, todos já "estão lá" nas comunidades desde o mês de fevereiro, quando entregamos um kit contendo 29 livros e um CD de vários escritores e músicos de Roraima.

Escritora e contadora de histórias Alexia Linke
Agora, o trio vai trocar ideais com o povo da Terra Indígena São Marcos e saber o que acharam de seus escritos. Além deles, vão conosco o conselheiro estadual de Cultura Bebeco Souto Maior, o presidente do Fotoclube Roraima, Marcelo Seixas, e a jornalista Evilene Paixão.

A visita do dia 28 não será somente para levar os escritores. Vamos também entregar os livros arrecadados na campanha para montar bibliotecas comunitárias em quatro comunidades indígenas de Roraima e uma em Boa Vista. Graças à colaboração da turma da cidade e da Fundação Biblioteca Nacional, via Diretoria do Livro, Leitura e Literatura, conseguimos juntar mais de 1.100 exemplares de prosa e poesia.

A campanha não fazia parte do projeto. Nasceu a partir das visitas preliminares, quando vimos a possibilidade de fazer mais pelas comunidades, deixando mais sementes literárias além dos livros dos autores regionais. Felizmente conseguimos boa resposta da população não índia e das lideranças das comunidades, que já se mobilizaram para criar e adequar bons espaços para abrigar o material que será entregue.  

A nossa jornada continua depois de Campo Alegre e Vista Alegre. No dia 13 de maio estaremos nas comunidades Boca da Mata e Sorocaima II, no município de Pacaraima, para repetir o mesmo processo (levar escritores, doar livros, fundar bibliotecas comunitárias) e um pouco mais: na primeira visita que fizemos a Sorocaima II, alguns moradores de Sorocaima I pediram ajuda para também montar uma biblioteca em sua comunidade. Felizmente conseguimos atendê-los. 
Com isso, em vez de quatro bibliotecas comunitárias, serão cinco os espaços de leitura criados pelo Projeto Caminhada Arteliteratura.

Para fechar a postagem, alguns números da Caminhada:

1.110 livros, 78 revistas e 28 gibis arrecadados serão distribuídos.

246 livros técnicos e didáticos coletados na campanha foram repassados para a bibliteca do Museo Integrado de Roraima.

22 rodas de leitura serão realizadas até o final de projeto, previsto para junho no município de Palmares, Pernambuco. 

4 comunidades indígenas foram visitadas: Campo Alegre, Vista Alegre, Boca da Mata e Sorocaima II.

6 bibliotecas comunitárias serão montadas em Campo Alegre, Vista Alegre, Boca da Mata, Sorocaima II, Sorocaima I e Boa Vista.

220 livros de autores roraimenses serão distribuídos nos kits literários entregues nas comunidades indígenas e em Palmares.


Tudo isso graças ao apoio da Funarte e do Ministério da Cultura, que selecionaram o projeto na Bolsa de Circulação Literária.

segunda-feira, abril 04, 2011

Diário de caminhada – 25 de março de 2011 - Nas comunidades Boca da Mata e Sorocaima II

  

(Publicado no blog do projeto Caminhada Arteliteratura)

Mais uma vez seguimos nossa viagem rumo às comunidades indígenas de Roraima. Desta vez, as atividades foram realizadas na seguinte ordem: pela manhã estivemos na Boca da Mata e à tarde em Sorocaima II, ambas no município de Pacaraima.

Nesta terceira viagem do projeto tivemos a simpática presença do artista plástico José Napoleão, que chegou de Minas Gerais para realizar uma oficina cultural na sede do Coletivo Arteliteratura Caimbé.


Ao chegarmos na comunidade Boca da Mata, localizada às margens da BR 174, encontramos pais, alunos, professores e representantes de outras comunidades indígenas reunidos no malocão central.

Após as atividades e o preenchimento das fichas sócio-culturais da Funarte, Edgar convidou alguns moradores para oficializar a entrega do kit literário. Foram repassados às mãos do tuxaua e professor Aldemárcio 29 livros de autores roraimenses que a partir daquele momento passaram a pertencer à comunidade.

A visita foi finalizada com aplausos, agradecimentos e a confirmação de nosso regresso no dia 13 de maio. Voltaremos trazendo alguns dos autores dos livros entregues para conversar com a comunidade. A nova visita coincidirá com a realização de uma programação voltada à literatura na escola Tuxaua Antonio Horácio. Acreditamos que vamos enriquecer o dia.

Também faremos a entrega dos livros arrecadados na campanha de coleta de exemplares de prosa e poesia.

Veja as fotos em Boca da Mata









As atividades realizadas em Sorocaima II foram desenvolvidas na Escola Indígena Manuel Barbosa, que atende também a outras comunidades próximas. O professor e tuxaua Rivelino havia organizado tudo para nossa chegada e encontramos todos –crianças, jovens e senhores da terceira idade, bem animados.

Após apresentar a equipe aos presentes, Edgar falou sobre o projeto Caminhada Arteliteratura, como se deu a idéia do projeto e sobre o apoio da Funarte /Minc.


Falou sobre a importância da leitura, dos livros, do conhecimento e ainda de seu sonho de conseguir, através do projeto, despertar o interesse daqueles jovens de forma que, daqui a alguns anos, ao reencontrá-los, veja que alguns se transformaram em escritores.

Em seguida, Tana Halú iniciou uma roda de contação de história. Depois foi a vez do professor Rivelino contar a lenda da onça e do jabuti e cantar junto com as crianças moradoras da comunidade uma canção na língua indígena macuxi.



A sessão de desenhos revelou boas surpresas.


Por fim, um kit com 29 livros de autores roraimenses foram repassados às mãos do professor Rivelino. Após a entrega, demos por encerrada as atividades daquela tarde e marcamos nosso retorno para o dia 13 de maio, trazendo a nossa caravana de escritores.


As conversas e as trocas de idéias e de histórias seguiram de forma agradabilíssima, após o evento.

Nesta caminhada encontramos participantes de 13 comunidades indígenas:
Boca da Mata, Arai, Samã II, Sol Nascente, Bananal, Pacaraima (a sede do município), Santa Rosa, Sorocaima II, Sorocaima I, Guariba, Ingarumã e Nova Esperança.


“ Como relatar o brilho encontrado
Em cada um daqueles olhares?

Como descrever o riso inocente
Estampado em cada um daqueles rostos?

Como definir a magia que se dá entre
Doar um tempo tão curto
E receber algo tão belo:
A gratidão?”
(Zanny Adairalba)






















A Comunidade Sorocaima II está localizada às margens da BR 174, bem perto de onde as torres de energia elétrica que, vindas da Venzeuala, abastecem Boa Vista e outras cidades estado de Roraima. Apesar disso é iluminada apenas por um gerador que funciona poucas horas por dia, deixando quem não tem o seu próprio gerador no escuro. Internet? Só a mais ou menos 20 km de distância, na sede do município.

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O projeto Caminhada Arteliteratura foi um dos contemplados pela Bolsa de Circulação Literária da Funarte e Ministério da Cultura.


segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Caminhada Arteliteratura na rádio Monte Roraima

Matéria com a jornalista Evilene Paixão, da Fm Monte Roraima, aqui de Boa Vista.
Foi veiculada no dia 3 no jornal Amazônia é Notícia, que passa em toda a região Norte, e na FM Monte RR. No dia 4 foi repetida, às 7h30, no Monte RR Notícias, também na 107,9 mgz:


Campanha arrecada livros de prosa e poesia para comunidades indígenas. 20% dos livros arrecadados serão destinados à implantação de uma biblioteca comunitária no bairro Jardim Caranã, zona oeste de Boa Vista. Confira os detalhes com Evilene Paixão:

quarta-feira, janeiro 26, 2011

Projeto Caminhada Arteliteratura - 1ª visita às comunidades indígenas de Pacaraima 

Diário de caminhada - 20 de Janeiro de 2011

Escrito por Zanny Adairalba no blog do projeto Caminhada Arteliteratura

O relógio desperta antes de o dia clarear. São cinco horas de uma sexta-feira e o café da manhã é feito de forma rápida para não atrasar a viagem. Hoje a visita será feita às comunidades Boca da Mata e Sorocaima II.

Desta vez também usaremos a BR 174 em direção à Venezuela mas não haverá travessia em rios, balsas e outros medos.

Em compensação o percurso é bem maior que o realizado para chegar às primeiras comunidades indígenas visitadas. Depois de um bom tempo de viagem, as placas indicam que entramos na área indígena São Marcos, que logo depois se cola com a Raposa – Serra do So, formando um único Território da Cidadania.

Aqui o usufruto da flora e da fauna é exclusivo dos indígenas, como alertam placas ao longo da BR 174.

Para poder voltar a Boa Vista, temos primeiro que deixar o Brasil e abastecer na Venezuela. Gasolina muito barata (coisa de centavos de real por litro) gera filas demoradas.


Para tentar controlar o descaminho, a Polícia Federal de Pacaraima estabeleceu dias de abastecimento baseados nas placas dos carros. Mesmo assim, a fila é única e demorada. Quem não quer passar horas esperando apela pros abastecedores clandestinos, que vendem combustível a um real por litro. Em Boa Vista, o mais baixo valor é R$ 2,83 o litro.



Abastecidos e almoçados em Santa Elena de Uairén, do lado de lá da fronteira, baixamos a Serra de Pacaraima.



Ao chegar na primeira comunidade, Sorocaima II, não conseguimos encontrar nosso contato mas deixamos com um parente dele um documento explicando o que queremos fazer e quando.


Nossa próxima parada é Boca da Mata, comunidade com mais de 400 moradores, já em área de cerrado, ou lavrado, como chamamos por aqui.

Encontramos o tuxaua Carlos conversando com o professor Mauro enquanto supervisionava a limpeza das ruas. Fomos convidados a fazer parte da roda para explicar o motivo de nossa visita. Tivemos aprovação imediata e já marcamos para a manhã de 18 de março a atividade.




Com esse contato fechamos a etapa de visitas para agendamento das atividades dentro das comunidades indígenas. É importante destacar que em todas fomos recebidos com entusiasmo por parte dos administradores que, imediatamente, demonstraram-se conhecedores da importância dessa ação assim como bastante interessados que projetos como este continuem acontecendo.

segunda-feira, janeiro 24, 2011

Levando literatura às comunidades indígenas de Roraima

A turma do Coletivo Arteliteratura Caimbé, do qual faço parte, iniciou as atividades do projeto Caminhada Arteliteratura, contemplado em 2010 com a Bolsa de Circulação Literária - Funarte/Ministério da Cultura.
O blog do projeto já está no ar. É clicar aqui e acompanhar direto as notícias.
A seguir, um relato de Zanny Adairalba sobre a viagem inicial às comunidades indígenas do Baixo São Marcos.


Diário de caminhada - 15 de Janeiro de 2011

Acordamos cedo esta manhã. Para chegarmos às comunidades, além de carro, teremos que fazer uso de uma balsa para a travessia do rio Uraricoera. Água, blocos de anotações e câmeras fotográficas no carro e pronto. É hora de pegar a estrada.




Saída de Boa Vista rumo à região do Passarão, passagem obrigatória para chegar ao Baixo São Marcos. A cidade fica para trás. Daqui para frente, só natureza!


Passando pela Serra da Moça, onde fica uma comunidade indígena, mas ainda não pertencente aos Territórios da Cidadania.


Primeira parada.



São 8 da manhã e perdemos a balsa. Agora é esperar seu retorno.



Um pescador chegando pelo rio Uraricoera. A cena relata a poesia viva do cotidiano Amazônico.


Depois de uma hora e meia de espera, o motor do rebocador avisa que vamos partir. Todos a bordo parecem bem à vontade. Menos eu, que sempre gostei de manter meus pés em terras bem firmes.





Chegamos em Campo Alegre, uma comunidade fundada em 1982 que hoje possui 203 habitantes, 2 escolas (uma estadual e outra municipal) e um micro-hospital em processo de construção.

Os moradores indicam onde podemos encontrar o Tuxaua, Sr. Jadir, e seguimos a seu encontro. Mais à frente avistamos um senhor sentado à sombra de um galpão de palha, com seus pertences de trabalho (bolsas, canetas e papeis) numa mesa de madeira, anotando numa planilha de planejamento todas as atividades da comunidade para 2011.



Nos apresentamos e Edgar começa a descrever como serão realizadas as atividades.
“Acredito que esse projeto será muito importante para nós. É a primeira vez que teremos uma ação como esta aqui dentro da comunidade”, diz seu Jadir, que antes de assumir a posição de Tuxaua trabalhou 26 anos como professor.

Evento marcado, seguimos em direção à comunidade Vista Alegre, percorrendo mais 28 km de estrada de piçarra.


Na comunidade, de 530 habitantes, fomos recebidos pelo 2º Tuxaua, o Sr. Zildo, que também exerce a profissão de professor e nos falou sobre trabalhos realizados pelos moradores e outros projetos que beneficiam a comunidade.


Após apresentação do projeto, marcamos o dia para a realização do evento, recebido com entusiasmo pelo Tuxaua.

Deixamos a comunidade Vista Alegre depois do meio-dia.




Pegamos a RR-319 em direção a Boa Vista cansados mas já com aquela sensação de início de missão cumprida. Conversando sobre os pontos fortes da viagem,
Edgar questiona o que mais chamou minha atenção nesse primeiro contato. Sem sombra de dúvidas, a seriedade no tratar sobre a melhoria da comunidade e o senso de responsabilidade presente nos dois administradores (tuxauas), foi algo que me deixou impressionada.

Bons ventos levam os pássaros. Esperamos que à nossa caminhada também.