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segunda-feira, julho 27, 2020

O céu desabando (poema)



O céu desabando
A casa pingando
A gente se molhando

Edgar Borges

Entrou pela janela (Poema)



Entrou pela janela
Me fez sua nuvem
Regamos um paraíso

Edgar Borges

Em certos amanheceres (Poema)



Em certos amanheceres
A escuridão
(E outras visitas)
Fantasia-se para ficar

Edgar Borges

Raiou-se depois de trovejar (Poema)




Raiou-se depois de trovejar
E quando bateu no meu chão
Ardeu foi é tudo

Edgar Borges

Um pouco de silêncio (poema)



Um pouco de silêncio Xícara de café e uma tapioca Janelas de paz na cadeia da rotina

Edgar Borges

sábado, julho 25, 2020

Temporais em nós - poema e vídeo

Gotejam por toda a casa muitos medos
Anda tão longe o deserto da calma 
Que sinto fevereiro ter sido há muitos anos 

O vento agarra as nuvens pelo pescoço 
E trovejando caímos sob o fim da noite 
Voa a paz quando o que gosto deságua 
Escorre ao lado, na frente,  lá na ponta 
Tudo o que deveria ficar de fora a fora

Em silêncio ouço as nuvens e nós 
Desfazendo-nos em tempestades 
E chãos tremidos às seis da tarde 

Cães ladram para o céu 
E linhas cinzas, acho, marcam paredes 
Rostos, um sofá onde houve amor 
E uma rosa na porta da casa

Estou sentado esperando tudo passar
O medo me abraça sem vergonha de ser
E beija o quarto, a sala e minhas costas
Sem ligar para o clima
Sem ligar para as rachaduras expostas
No que nos cobre 
No que nos cerca
No que nos aperta
No que nos vaza.

quarta-feira, abril 22, 2020

Noite de inverno - um vídeo poema

No sábado passado ventou forte e chuviscou. Avisos do inverno, pensei. Sentado na varanda de trás, escrevi, gravei, editei e carreguei o poema no youtube enquanto via as plantinhas balançarem.

Assiste e se gostar, curte o vídeo e se inscreve no canal para me estimular a continuar produzindo webliteratura em Roraima.

segunda-feira, julho 29, 2019

Cantando “por la esquina del viejo barrio lo vi pasar...” no abrigo dos migrantes



 Antes que acabe o mês, uma lembrança: dia 19 de julho fui com a turma de poetas Elimacuxi, Zanny Adairalba e Vitor de Araújo fazer uma intervenção poética no abrigo para venezuelanos migrantes que fica na avenida São Sebastião, bairro Santa Tereza.

Zanny Adairalba, Edgar Borges, Elimacuxi e Vitor de Araújo: poesia no abrigo
Eu, quem me lê e quem me conhece sabe disso, sou mais de colocar as pessoas para falarem poesia do que propriamente ser o falador. Me dá preguiça e desencanto ensaiar a performance. Mesmo assim, quando a Eli me passou mensagem convidando para a intervenção, não tive dúvidas e topei na hora.



Para minha parte, separei uns poemas que havia escrito em portunhol, mexi um pouco para melhorar a sonoridade deles e também falei para a Eli que ia cantar/recitar uma música.

Dito e feito, me arrisquei e meio que cantei pela primeira vez na vida. Bem, na verdade, falei e tentei cantar. Mas não há fraude nisso porque já fui avisando o povo do abrigo sobre não ser cantor.

Escolhi Pedro Navaja, de Ruben Blades, uma música que ouço desde a infância e sempre cantarolo. É meio falada, então achei que não passaria tanta vergonha. Eu acho que não foi. Mas cada um julga conforme seu interesse.




Vou lhes dizer: foi gostoso demais ver o povo cantando a música. Deu uma energizada boa. Tô até pensando em pegar outra música e agregá-la ao meu repertório.

sexta-feira, agosto 03, 2018

Poema quebrantado e aleatório


Amendoim seco uma briga haverá amanhã
que tempo é esse inverno que
nunca
acaba até
quando esse silêncio tão forte uma
ca
ra 
de
chá uma taça
de vinho um copo de
água dúvidas muitas
dúvidas uma página cheia de letras e de
significados
e
nenhum entendimento
lembranças de quem
não está mais papeis com anotações letras
feias letras desagradáveis promessas
nunca
feitas sempre cobradas teorias
espancando tua ignorância tão bonita e tão
explosiva
a expli
ca
ção nunca entendida
a mentira toda a verdade toda a falta de luz é de tarde
é de dia haverá um eclipse haverá lua e sol verão e praia haverá
esforço o cérebro
 cansado o cérebro exposto
a mente cansada a mente exposta faltam
habilidades nunca serás
tão detetive tão observador tão genial tão bom acabou recomeçou extinguiu-se apagou a chama nunca houve chama
que talvez se vá talvez se ouça ao longe sons ao longe
vida ao longe promessas leia cante chore grite viva diz o cartaz no chão
o sol
o sol
o sol
queima tudo queimam todos os
silêncios cortam afogam cansaço
voltas em torno
do
toco
Toca jazz
Aqui jaz uma
Ideia uma ideia uma ideia
e nunca mais faça castelos
de areia de ar nas
nuvens
que vêm
relatórios que matam
não há criatividade para formulários
não há formulários para criatividade
não há atividade nos formulários
não há diários para a cidade
Nego
ciações à luz de vinho e um
Pouco mais disso e um pouco mais daquilo que não nos devora a alma nem provoca
Nem assopra
Nem corta
Mas machuca a música triste que toca
Um pouco de vinho um pouco de vinho e um pouco de vinho
Afas
tando medos afastando clarezas afastando...

quarta-feira, julho 25, 2018

Todos tão iguais - um poema sobre migração (texto e vídeo)

Olha só que legal este acontecimento de julho: os alunos da oficina de teatro da Escola do Sesc Roraima interpretaram um poema de minha autoria. 

A dramatização de "Todos tão iguais - um poema sobre migração" fez parte da programação turística do Fórum de Presidentes de Federações do Comércio, que reuniu mais 100 representantes das entidades (Fecomércio-Sesc-Senac-IFPD) de 16 estados do País. 

A direção da interpretação ficou a cargo de Karen Barroso, instrutora da oficina.

Abaixo, você pode conferir a performance dos alunos. Na sequência o poema. 



Todos tão iguais - um poema sobre migração

Eu já fui lá de fora

Ele já foi de lá fora
E não duvide: você também já foi bem lá de fora

Minha família veio de longe

A família dele veio de por aí
E se você pensar um pouco
Sua família também não é daqui

Quem é só do lavrado 

Se somos de todos os cantos
Temos vários sotaques, várias cores 
Amamos vários sabores?

Em um estado como Roraima

Formado na base da migração
Não gostar do migrante é bobagem
É ódio sem lógica e nem razão

Pense apenas um pouquinho 

Nisto que vou lhe falar:
E se fosse você por aí
Tentando a vida recomeçar?

Como gostaria que fosse

O tratamento por você recebido
Xingamento, pedrada, brutalidade
Ou mãos estendidas em sinal de amizade?

Reflita sobre o que lhe falamos

Pensem no que dizemos antes
Moramos no meio do mundo
Somos de todos os cantos
Somos todos migrantes

Eu já fui lá de fora

Ele já foi de lá fora
E não duvide: você também já foi bem lá de fora.


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P.S.: Caso você não tenha visto minha fala sobre a influência da migração na literatura roraimense, dá um click aqui e vê como foi o encerramento do II Sesc Literatura em Cena, realizado em junho pelo Sesc Roraima.  

quinta-feira, fevereiro 22, 2018

terça-feira, janeiro 30, 2018

Um poema sobre verdades e dores

Todas las noches


un demonio llora en el cuarto

pobre demonio

lleva en su piel grandes dolores:

todas las verdades del mundo.


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Poema que achei perdido nas lembranças que o Facebook apresenta todos os dias. Não lembrava dele e para que não voltasse a acontecer, jogo ele aqui para vocês...