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sexta-feira, junho 01, 2018

Sobre não querer ser grito (poema de Zanny Adairalba)



Não me apego à tentativa de ser grito
Pois minha fala embriagada em tantos ditos
É do tipo que para ouvir tem que calar.

@zannyadairalba, no livro Movimentos Inexatos.



(Das fotos que publico no instagram)

quinta-feira, fevereiro 08, 2018

Sobre a estratégia identitária em um dos meus poemas


Cês lembram já falei para vocês que vou ser mestrando agora em 2018, né? Chegar nesse estágio da minha vida foi um sacrifício. Pensar cientificamente é um problema e chega a me deixar meio deprimido, como contei numa noite em que deveria estar escrevendo um artigo e findei relatando como não conseguia fazer o dito cujo. 

Como parte da preparação para incorporar o status de aluno de mestrado, participei esta semana de uma reunião com professores e outros futuros alunos do Programa de Pós-graduação em Letras da UFRR. Foi na segunda (5), no auditório do PPGL. Basicamente fomos lá para receber orientações sobre como proceder no curso, da matrícula aos prazos, passando pelas responsabilidades acadêmicas. 

Também recebemos um manual impresso e vários livros produzidos pelos professores e ex-alunos do programa. Folheando-os, encontrei um artigo escrito pelo professor Roberto Mibielli, atual coordenador do PPGL, com um título bem chamativo: “Babel que Boa Vista comeu: poesia e estratégia identitária na gênese do Roraimeira e nos poetas da atualidade”. 






 Como minha pesquisa vai passar por isso da estratégia identitária, fui verificar o que ele havia escrito. O texto analisa textos de vários escritores de Roraima, como Avery Veríssimo, Francisco Alves e Sony Ferseck. De repente, vejo lá meu nome no meio do povo e a análise do poema “Relatividade”. 

Sentei e fui ler calmamente o que o profxs havia entendido sobre o texto. No meio da leitura lembrei que em 2014 estava participando de um evento literário e o escutei numa mesa redonda falando sobre esse poema. A audição rendeu uma postagem, que pode ser conferida aqui, inclusive com minhas impressões sobre as impressões dele.  

Deixo aí com vocês imagens das páginas nas quais sou citado, analisado e contextualizado pelo professor. Se clicarem, as imagens se ampliam. 

Quem tiver interesse em adquirir o livro “Estudos de Linguagem e Cultura Regional: regionalismo e interdisciplinaridade” pode fazê-lo na livraria da UFRR, que funciona em horário comercial no campus Paricarana, ou pedi-lo pela página web da editora.  






Faltou acrescentar no livro a interrogação final do poema. Nada que um lápis não resolva






Sabe o que seria legal? Que vocês lessem o poema e deixassem suas análises aí nos comentários. Só para ver se encaixam ou não com a do professor Mibielli. Eu ia gostar. 

terça-feira, janeiro 30, 2018

Um poema sobre verdades e dores

Todas las noches


un demonio llora en el cuarto

pobre demonio

lleva en su piel grandes dolores:

todas las verdades del mundo.


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Poema que achei perdido nas lembranças que o Facebook apresenta todos os dias. Não lembrava dele e para que não voltasse a acontecer, jogo ele aqui para vocês...

terça-feira, janeiro 23, 2018

Autodescrição


Eu sou do bem. Não procuro encrenca com ninguém, não me meto na vida dos daqui nem daqueles do além. 
Acho que sou do bem. 
Não sei...
Vivo nessa incerteza de me autodefinir tão generosamente.
Não fico remoendo ódios contra quem me incomoda. 
Prefiro lembrar das coisas boas da vida. 
Das risadas e bons momentos tidos com os amigos e com os amores.
Mas...
Sou frio com os que me incomodam
E carrego em mim rancores eternos, guardados em cofres que só precisam de um toque para abrir. 
Carrego-os sem querer, tentando esquecê-los em quartos lá no fundo do quintal, mas eles estão alertas, sempre dispostos a acordar quando o motivo de terem nascido aparece ali na esquina, no bar, no próximo sinal. 
Sou mais o cinza que o preto e branco. 
Sou binário dia sim, dia não, noutros talvez
Oscilando entre o muro do meio e a curva pra esquerda
Sou cinismo temporário, por vezes estabelecido, esperança renascida, desilusão permanente, improviso constante. 
Sou procrastinação, rei do depois e para que tanta pressa.
Sou preocupação sem agonia, pura tensão contida.
Anoto os compromissos do dia para saber das obrigações do futuro enquanto olho o presente como se nada, pensando em como seria se ontem tivesse agido diferente. 
Sou confusão mascarada, sonolência no meio da tarde, agitação ao sol nascente.
Eu sou da sombra, fugitivo do calor, senhor do vamos mais tarde depois que esfriar, amante das brisas noturnas de janeiro.
Sou o silente que incomoda e faz acreditar que nunca estou ou estive ali.
Sou lembrança de amores que se assustaram, voaram, ficaram.
Olho fechado, asiático, indígena, sangue nativo, América do Sul fazendo o coração bater, a vida pulsar, desejos correrem nas veias. 
Sou o meio do mundo 
Sou observação, observador de incertezas
Sou olhar desatento, fugidio
Sou o meio do mundo 
Cansaço
Motivação
Aguardo
Movimentação
Cinzento como a vida é
Lentidão e fome ao acordar 
Sou o andar lento da antropofagia
Sou o que somos e sou o que seria

segunda-feira, junho 26, 2017

Falando de arte e literatura na escola Oswaldo Cruz






Passei uma manhã gostosa no último sábado (24), participando como convidado do primeiro Sarau de Arte e Literatura da escola estadual Oswaldo Cruz, no centro de Boa Vista. 

Tive a companhia das poetas Elimacuxi, Sony Ferseck e do cantor Neuber Uchôa. Falamos no pátio da escola para cerca de 100 alunos sobre a nossa arte, vida e literatura. O sarau foi a culminância do projeto Literatura e Arte Roraimense, coordenado pelo professor Francisco C S Silva.





A organização do evento pediu aos alunos que escolhessem um texto ou música de autoria dos convidados para fazer a leitura e cantar. Foi bonito ver a meninada lendo o Sem Grandes Delongas. 







Havia me planejado para ler dois poemas, mas optei por fazer uma leitura interativa de Autopsicografia, chamando a turma para repetir em voz alta as palavras finais de cada quadra do texto de Fernando Pessoa. 





Aquele momento em que quase todos olham para a câmera errada (ou certa...)



No final do evento fiquei conversando e tirando fotos com a turma e quando me dei conta já havia perdido a damorida que estavam servindo. Fiquei na vontade... 

sexta-feira, agosto 19, 2016

Poesia em Manaus? Teve sim e com um monte de amigos

Semana passada fomos até a metrópole da Amazônia fazer uma edição do Sarau da Lona Poética. Digo fomos pois fui à frente de uma trupe linda de poetas, artistas visuais e músicos que se integraram ao Coletivo Caimbé nesta jornda: Rodrigo Mebs, Carol Alcoforado, Felipe Thiago, JJ Vilela, Sulivan Barros, Lai Dantas, Zanny Adairalba e meu filhote declamador Edgar Borges Bisneto, esse bonitão aí da foto:  




Saindo de Boa Vista para Manaus para fazer a Lona Poética

Matéria na Folha de Boa Vista sobre o Sarau da Lona Poética em Manaus. Saiu dia 10.08.16


Dois registros do sarau, que rolou na Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, centro de Manaus

O sarau rolou no dia 11 de agosto em Manaus como parte do projeto Sesc Amazônia das Artes. Foi muito bacana.

Aproveitamos para passear também e conferir um pouco das atrações da cidade. Aliás, que cidade quente é Manaus. Tive que tomar remédio várias vezes para não morrer de dor de cabeça. 

Fora a dor de cabeça, teve Teatro Amazonas, Bar do Armando, almoço no mercado municipal e visita ao sebo Alienígena (vontade de morar nele =) ).  E teve reencontro com a atriz Selma Bustamente, que não via desde 1996 ou 1997, quando esteve em Boa Vista para ministrar uma oficina de teatro...

Meus registros de #ArtesUrbanas em Manaus


Acho que vou fazer uma camiseta disso aí #ArtesUrbanas
A imagem feminina duplicada em outra via do Centro de Manaus

Teatro Amazonas

Bar do Armando, na paralela com o Teatro

Prédio abandonado da Biblioteca Municipal de Manaus

No coreto da praça popularmente conhecida como praça da Polícia

Interior do Sebo O Alienígena e a estante caótica dos meus sonhos


Comedor de jaraqui

Com Deus e nossa senhora....
 
Reencontrando Selma, que estava fazendo uma peça no espaço Casarão de Ideias

quarta-feira, abril 27, 2016

Contabilidades amorosas do Sarau da Lona Poética

Vê: passo semanas sem postar nada aqui mas em outros cantos da vida digital e real apareço sempre.Um canto em que sempre apareço é o das ações do Coletivo Caimbé, com o qual andei fazendo uma pá de poesia e saraus nos últimos meses.

O resumo disso está aqui, nesta cópia da postagem que fizemos para relembrar por onde e com andamos entre novembro de 2015 e abril de 2016. Sente:



Nos 11 saraus que fizemos entre novembro de 2015 até abril de 2016 com o apoio do Ministério da Cultura contabilizamos os seguintes convidados: 21 poetas e declamadores, 11 músicos e 26 artistas visuais e fotógrafos.

Eternos agradecimentos a este povo que aceitou nossos convites:

21 Poetas e declamadores:
Rodrigo Mebs, Sulivan Barros, Hander Frank, Tallon Almeida, Carol Alcoforado, Felipe Thiago, Marcelo Perez, Devair Fiorotti, Elimacuxi, Sony Ferseck, Anderson Souza, Marisa Bezerra, Brendo Vieira, Aldenor Pimentel, Vânia Coelho, Zanny Adairalba,   Claudia Íris, Tony Andrey, Paulo Henrique Braga, Claudio Isaias da Silva Junior e Eduardo Campos.

11 Músicos:
JJ Vilela, Paulo Segundo, Evilene Paixão, Big  Berg, 7Niggaz, Claudio Moura, Timóteo Camargo, Graziela Camargo, Avinash Jonathan,  Mike Guy-bras e Viover.

26 Artistas visuais e fotógrafos:
Claudia Caroline Pereira de Oliveira, Georgina Ariane Sarmento, Geovan Almeida Solon, Morgana Forte, Mateus Forte, Dayana Soares, Kayo Soares, Ana Carolina Rocha, Hemanuella Vieira, Leila  Baptaglin, Thayline Silva, Cláudio Barros, Elias Magalhães, Rhafael Porto, Eduardo Briglia, Sulivan Barros, Tafinis Said, Cláudio Barros,  Raphael Michels, Evelly Paat, Guaracy Costa, Kellen Silva, Ellen Apolinário, Elimacuxi, Gê Nova e Mary Jô Borrero.

Isso sem contar a galera linda que aparece sempre para deliciar o povo na hora do microfone aberto.

(Na verdade, foram 12 saraus quando incluímos a atividade na rádio Monte Roraima FM)

Quer ver/ler?

Cada linha é um link: 











sexta-feira, dezembro 11, 2015

E vai ter mais um Sarau da Lona Poética, o último de 2015

Neste sábado tem mais um Sarau da Lona Poética, o único de Roraima. E vai ser bonito, aposto: 


O Coletivo Arteliteratura Caimbé promove no próximo sábado (12.12) a última edição do Sarau da Lona Poética em 2015. Com entrada franca e aberta a todas as idades, a festa literária, musical e artística começará às 19h. Será no Abrigo de Idosos Maria Lindalva Teixeira de Oliveira, mais conhecido como Casa do Vovô, instituição parceira desta ocasião. O abrigo fica na rua Pavão, 123, Mecejana, ao lado do prédio da Setrabes.

O ator e escritor Marcelo Perez é o poeta convidado deste sarau. Além de sua performance poética, apresentando textos de seu livro “Ainda que estivesse faltando pedaços”, vai expor e distribuir edições do fanzine que edita, o Receita no Verso.

Poeta Marcelo Perez


Os artistas visuais Claudio Barros e Kellen Silva são outros convidados especiais da Lona Poética natalina. A dupla fará uma mostra de seu trabalho, composto por telas pintadas usando diversas técnicas.

Outra atração será um varal poético com fotografias, ilustrações e poemas de Edgar Borges, Zanny Adairalba e Edgar Bisneto. Para deixar mais bacana a noite, o Coletivo Caimbé sorteará e venderá livros de autores locais.




Os idosos da Casa do Vovô também terão participação ativa no Sarau da Lona Poética. Aproveitando os seus talentos artísticos, a equipe do abrigo está preparando com eles uma exposição de poemas e ensaiando performances musicais e literárias.

Também poderá ser conferida a exposição “Baús abertos: corpos vividos”. Composta de retratos e composições fotográficas, surgiu de um trabalho relacional produzido por Ellen Apolinário junto a quatro moradores da Casa do Vovô e da releitura poética e visual desse produto, feita por Elimacuxi, integrantes do Peca (Grupo de Pesquisas e Estudos em Corpo e Arte). A exposição completa o ciclo da obra, prestando homenagem aos retratados.


“Queremos que esta noite seja linda, integradora e poética, com uma troca de energias entre os idosos e os poetas, músicos e artistas que sempre participam do sarau. Além disso, qualquer pessoa que quiser, poderá participar”, afirma a poeta Zanny Adairalba, uma das articuladoras do Coletivo Caimbé.

Segundo Edgar Borges, outro articulador do Coletivo Caimbé, os saraus contribuem para o fortalecimento da cena literária em Roraima, estimulando escritores e declamadores a apresentar suas obras em público. “A Lona Póetica mexe com o processo criativo, com a mediação entre autores e público e estimula a produção de nossa literatura. É um momento em que público e artistas se encontram e se conhecem”, afirma.

POESIA POR RORAIMA - O Sarau da Lona Poética é o único evento público deste gênero realizado regularmente no estado de Roraima. Itinerante, é realizado em praças, parques, livrarias e espaços culturais com a intenção de promover a circulação da poesia que se faz e se lê em Roraima.

De novembro de 2015 até abril de 2016, o Coletivo Caimbé realizará 11 edições do Sarau da Lona Poética em Boa Vista, Iracema e na comunidade indígena Canoani, município do Cantá. A jornada de poesia, música e artes visuais faz parte do projeto Saraus Poéticos Caimbé, selecionado pela Bolsa de Fomento à Literatura da Fundação Biblioteca Nacional e do Ministério da Cultura.

A primeira edição da Lona Poética em 2016 já está marcada: será no dia 9 de janeiro, no Espaço  Cultural do Quintal, na avenida Castelo Branco, 2266, bairro São Vicente, na quadra entre as avenidas Ville Roy e Surumu.

IMAGENS DO SARAU - Para ver mais fotos e vídeos das edições do sarau, curta a página www.facebook.com/coletivocaimbe ou siga o grupo no perfil www.twitter.com/coletivocaimbe.

OS CONVIDADOS - Marcelo Perez é ator, diretor, dramaturgo, instrutor de teatro, professor de Língua Portuguesa, contista e poeta. Lançou seu primeiro livro, “Ainda Se Estivesse Faltando Pedaços”, em 2015, pela Máfia do Verso. Natural do Rio e Janeiro, escreve desde o primeiro rabisco.

Kellen Silva, aprendeu a pintar no curso de Artes Visuais da UFRR. Em suas pinturas gosta de fazer imagens que vão desde paisagens ao surrealismo.  Cláudio Barros também é estudante de Artes Visuais na UFRR e teve seu primeiro contato com a pintura no segundo semestre do curso. Pinta paisagem, animais e rostos, nos quais valoriza olhares e expressões faciais.

Serviço

O que: Sarau da Lona Poética, com poesia, música e exposição de artes visuais.
Onde:  Casa do Vovô, rua Pavão, 123, Mecejana, ao lado do prédio da Setrabes.
Quando: 12 de dezembro (sábado), às 19h.
Quanto: entrada grátis.
Outras informações: 99111-4001 (Edgar Borges)

terça-feira, janeiro 13, 2015

Um poema: Desenhos

Foi na segunda quando ela chegou aqui

Ou fui eu que a encontrei por aí?

(Confusão, confusões, o que há, o que houve?
 

Só lembro que nas tatuagens escorreguei
E virei a tinta que marcava sua pele

Com desenhos da cidade e mordidas da maloca. 

(Rabiscos de amor não machucam, só delimitam)



(urucum eterno, raízes da pintura dos ancestrais

Rituais de iniciação, noites de lua cheia, tradições,

Um rio agitado, a guerra pela paz, o fim)



Pareceu nova arte contemporânea visual:

Sorrisos repintados a base de suor

E os símbolos em sua perna branca

Puxando pela raiz todo bem, todo mal.