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segunda-feira, outubro 21, 2019

Leitura de poemas de Elimacuxi

Nossa jornada leitora pela literatura de Roraima continua nesta edição com dois poemas de Elimacuxi. As obras foram extraídas do livro Amor para quem odeia, de 2013. 




Para saber mais sobre a vida e obra de Elimacuxi, acesse http://elimacuxi.blogspot.com/ ou as redes sociais https://twitter.com/elimacuxi; https://www.facebook.com/eli.macuxi e https://www.instagram.com/elimacuxi/?hl=pt


Tá lá no card do vídeo, mas deixo aqui novamente o link: se quiser ouvir a leitura dos poemas de Francisco Alves, é só clicar.

Ah, e se ainda não baixou (totalmente de graça) meu livro de contos "Sem Grandes Delongas", basta apertar aqui.  


quinta-feira, outubro 03, 2019

Festival Literário 2019 do Sesc Roraima: estarei por lá (e sobre outras vezes em que participei)



O Sesc Roraima realiza de 9 a 11 de outubro o Festival Literário 2019 e eu sou um dos autores selecionados para o evento. As atividades vão acontecer pela manhã e tarde na unidade Sesc Mecejana, conforme essa programação aí a seguir: 










A abertura oficial é no dia 9, com lançamento de livros e música. A programação continua no dia 10. Neste dia participo de duas atividades: 

9h45 às 10h30 – Roda de conversa sobre a as Influências de relatos de povos tradicionais na produção de obras literárias. Estarei nisso com o autor Ricardo Dantas. 

14h-14h45 – um recital de poesias juntamente com a poeta Elimacuxi. 


No dia 11 participo de dois bate papos pela manhã e um sarau à tarde:

9h às 10h30  - Literatura e tecnologia: monólogo ou diálogo. Além de mim, estarão também Elimacuxi, Íthalo Furtado, Ricardo Dantas e Marcelo Perez.

11h às 12h  - Poesia e Redes Sociais, juntamente com Elimacuxi, Íthalo Furtado, Ricardo Dantas e Marcelo Perez.  

16h – Sarau, com microfone aberto ao público.

Sintam-se todos convidados!

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P.S.: Sobre algumas outras participações nos eventos literários do Sesc. Não todas, mas boa parte. Não estão aí as da época em que trabalhei como monitor nos anos 1990 e a feira era ou no meio do avenida Jaime Brasil ou no palácio Latife Salomão. 














terça-feira, setembro 24, 2019

E fui falar de vida e literatura pros meninos da escola Maria das Neves


Turma linda da Maria das Neves Rezende

A convite do projeto Literatura a Caminho, coordenado pelo escritor Aldenor Pimentel e financiado pelo Itaú Cultural, estive na última sexta-feira (20.09) na escola estadual Maria das Neves Rezende, lá no bairro Asa Branca, para conversar com duas turmas de adolescentes. 




Um mural desses, bicho...





  


A meninada tinha entre 15 e 18 anos, em média. Como fazia tempo que não falava com gente dessa idade, comecei perguntando dos pontos que poderíamos ter em comum se fossemos da mesma faixa etária: reprovações no ensino médio, pais separados, corações partidos, corações apaixonados, quem era migrante, quem tinha pais migrantes. Só esqueci de perguntar quem era da Venezuela. No meio da fala descobri que quase metade da plateia era formada por jovens que chegaram recentemente do país vizinho, fugindo da crise que está rolando por lá. 







Teve sorteio de livros para os estudantes

Os meninos apresentaram duas esquetes baseadas em contos de meu livro “Sem Grandes Delongas” e, quero deixar bem claro, me surpreenderam com o tanto de coisa que viram nas histórias. Conseguiram inclusive me deixar confuso enquanto aceleradamente procurava em meus arquivos quais eram esses contos que estavam encenando.  Meus parabéns aos alunos e à professora Joanecy, que coordenou as encenações. 



Uma das esquetes que os meninos montaram

Nas fotos de Adriana Duarte, fotógrafa venezuelana que acompanha o projeto, vocês podem ver o capricho com que fui recebido, né? Muralzão bonito desses, sorrisos dos estudantes e, disso não tem foto, um suco de acerola espetacular no final, trazido pela coordenadora da escola, Maria Edna. 


Com Aldenor Pimentel, responsável pelo projeto



Curti muito a experiência. Fazia muito tempo mesmo que não trocava ideias com estudantes sobre literatura e vida de artista. Não é por falta de vontade, mas sim por uma postura muito comum das escolas de Roraima: todas querem oficinas e a presença dos escritores, mas poucas querem comprar nossos livros ou pagar um cachê para bancar as atividades. E como há um tempo decidi, por vários motivos, parar de ir gratuitamente a estas ações, tenho andado afastado das salas de aula. Tomara que esse pensamento de não valorização financeira do trabalho do escritor mude, pois adoro essas conversas. Elas rejuvenescem e me dão assunto para conversar cada vez mais.  

quarta-feira, setembro 04, 2019

(Quase) Todos os livros de autores de Roraima que temos em casa


Voltei a gravar vídeos para o meu canal no Youtube. 

Meu sonho é um dia receber aquele aviso de que tem um cheque me esperando por conta de tanta visualização e seguidor. 

Enquanto isso não chega, me botei uma meta aqui: um vídeo por semana, dividido entre colecionismo, literatura e o que vier. 

Sim, o lance de ter foco não faz parte de minha vida criativa. Vide a diversidade de coisas que já publiquei aqui no blog. Foco é só para os estudos e para as fotos. Para as demais coisas, quanto mais caótico, mais divertido. 

Bueno, vamos lá: mostramos hoje a coleção de livros que temos aqui em casa e foram produzidos por escritores que vivem ou já viveram em Roraima. 

Tem coisa minha e de minha mulher, a poeta Zanny Adairalba. É um vídeo longo, mas que dá um panorama do que vem sendo feito no Estado nas últimas décadas. 

Se você tiver um livro de autores de/em Roraima que não apareceu no vídeo e quiser me presentear, é só mandar mensagem que a gente se encontra. Para receber presente sou rápido. Para dormir também. Não falemos de trabalho pois isso não vem ao caso. 




terça-feira, agosto 06, 2019

Diário de um mestrando - 17° mês

10.07.19 quarta-feira

Fui hoje à noite na maloquinha da Instituto Insikiran da UFRR para o lançamento do livro "O sopro da vida", do escritor indígena roraimense Kamuu Dan Wapichana, morador de Brasília desde os anos 90.

Antes da sessão de autógrafos teve uma mesa redonda sobre literatura indígena com o Kamuu Dan e os professores/pesquisadores/escritores Celino Raposo e Devair Fiorotti (inclusive para vocês eu recomendo entrar no site deste fantástico projeto dele sobre literatura indígena. Tem livros e dissertações: https://pantonpia.com.br/)

Alguém me fotografou e mandou a foto esperando o autógrafo do Kamuu Dan, mas não sei até agora quem foi.



Ô a coluna curvada bem de leve, do jeito que meu avô Borges era na velhice





Hoje teve a qualificação de mais um colega, o Fernando Yekuana. Não fui, mas fiquei na torcida.








Não foi hoje, mas finalmente montamos na parede da sala as prateleiras da estante. Por enquanto só couberam os meus livros (e isso porque separei um monte de obras para doação e venda. Só ficaram os que fazem ainda algum sentido para mim).



O espaço: antes era um corredor, ficou sem parede na reforma e sempre me provocava com a  possibilidade de utilizá-lo como estante. O quadro dessa negona linda de costas é da artista visual roraimense Georgina Ariane Sarmento


Poquito a poquito, para montar los librito, abriendo los huequito para montar mi "armarito" (portunhol forçado e mal dito para dar métrica




Ainda falta uma prateleira. Não consegui furar a parede lá encima

11.07.19 quinta-feira


UFRR novamente. Reunião de orientação com a professora Leila (mais uma vez pensei, mas não tirei foto com ela para registrar aqui). Definimos o prazo de defesa e coisas a fazer para acelerar o processo, entre elas o envio do material para o MC Frank D'Cristo olhar.


Aparentemente estou com uma leve folga na corrida rumo à defesa. Por conta disso depois de agosto a ideia é focar em produzir artigos para as revistas da vida.





13.07.19 sábado

Amanheceu nublado na baixada do Paraviana. Relatos vindos de outros moradores da cidade apontam que a neblina estava espalhada pela cidade. Uma das coisas boas de acordar bem cedo, mesmo não precisando, e poder ver esse tipo de maravilha e coisa rara de acontecer na nossa quente cidade: 


Dia de quase Londres


Essa moto nunca mais foi vista depois que entrou na neblina


O último nevoeiro que baixou por aqui tem uns quatro anos de acontecido, conforme havia visto recentemente nas lembranças do facebook


19.07.19 sexta-feira

Semana complicada. Andei um pouco desconcentrado, ocupado e dolorido e perdi algumas manhãs de trabalho. Explico:


a) problemas e projetos me deixaram devaneando demais e aí quando focava mesmo já era hora de ir colaborar com a fazedura do almoço. De tarde sempre é para resolver outras coisas.


b) Entre as coisas que me deixaram ocupado esteve a capinação da parte da frente do terreno da casa. O mato já estava me incomodando e não tenho grana para pagar alguém. Então fui eu mesmo capinar, primeiro na parte interna (de boas, apesar de lento. Deve ser a idade pegando pesado comigo já), depois na parte da frente. Aqui teve uma hora que quase desmaio de tanto cansaço, calor e suor. No final, consegui.


c) Essa capinada da frente foi no começo da semana. Fiquei até sexta sentido dores nos braços como não sentia desde que descobri minhas hérnias cervicais e comecei a fazer pilates (muitos meses entre uma coisa e outra, por sinal). Além disso, o pescoço travou como só trava o pescoço de uma pessoa sedentária que faz muitos movimentos repetitivos puxando enxada e ciscador.

Como não conseguia sentar para escrever, me dei folga e fui ler um livro para relaxar. Recentemente havia terminado "E Deus criou o homem", obra bem-humorada do mestre Afonso Rodrigues de Oliveira revisitando o Gênesis bíblico e localizando as ações aqui pelos lavrados de Roraima. Agora peguei "Feliz Ano Velho", de Marcelo Rubens Paiva. Estou gostando muito desse relato abordando como ele reagiu a uma das coisas que mais me apavora na vida: sofrer um acidente e ficar numa cama de hospital.



No meio de minha folga foi na UFRR pegar Bauman e Canclini para dar um plus (ou não dar e deixar sem) na dissertação.

Meu celular, que estava descarregando em velocidade quântica e se recusava a ter a bateria carregada, pifou. Fui obrigado a mexer nas previsões de gastos para comprar outro.

Hoje também fiz uma parada bem legal: a convite da poeta Elimacuxi, fui acompanhá-la numa intervenção poética no abrigo para venezuelanos Santa Tereza, na avenida São Sebastião, lá do outro lado da cidade. Ela me chamou na segunda de noite e topei de cara apresentar alguns poemas. Decidi levar alguns textos meus que fiz em portunhol. Para fechar o combo, ensaiei recitar/cantar uma música que sempre fico assoviando: Pedro Navaja, de Ruben Blades. É uma salsa quase falada, então me pareceu fácil. O resultado está no vídeo deste link. Aplaudam. 






Ah, além de eu e a Eli, também foram os poetas Vitor de Araújo e Zanny Adairalba.


Zanny Adairalba, Edgar Borges, Elimacuxi e Vitor de Araújo

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Obrigado pela leitura da 18a edição do Diário de um Mestrando.
Para ler as anteriores, basta clicar AQUI. Abraços.

sábado, junho 08, 2019

Sobre contos meus sendo lidos nos Estados Unidos

O poeta e tradutor Vitor de Araújo passou um tempo nos Estados Unidos recentemente. Selecionado para receber a bolsa Fulbright Brasil, lecionou português para os gringos na Universidade do Arkansas. 

Para isso, fez várias atividades. Uma delas foi o Sarau do Português, no qual alunos leram obras no nosso idioma. Uma dessas obras foi o meu livro, Sem Grandes Delongas. Em fevereiro, Vitor me passou um dos vídeos gravados no sarau. 

Por preguiça na época, postei o vídeo somente nas minhas redes sociais. 

Esta semana, lendo uma matéria no portal do Senac Roraima, percebi que devia colocar aqui também. Assim sendo, convido todo mundo para ver a gringuinha lendo um conto meu:





 Ah, sim. A matéria a que me referi foi esta: Esquina Americana divulga editais para profissionais e acadêmicos estudarem nos EUA



Nesse trecho acima printado, o Vitor conta sua experiência e cita a minha participação, enquanto autor, no sarau:

 “Valeu a pena” 
Vitor de Araújo foi um dos participantes da última edição do FLTA e esteve no Senac Idiomas na última terça (28) compartilhando sua experiência. O jovem recebeu seguro-saúde, moradia, bolsa (“em um valor muito bom para se viver com conforto”), passagens de ida e volta e o visto. Lá, ele trabalhou na Universidade do Arkansas, onde estudou cultura e história americanas e ensinou português para duas turmas.

Além disso, ele participou de eventos externos; ajudou a alimentar as redes sociais do programa e a organizar eventos de integração: saraus literários (nos quais os alunos americanos leram poemas e minicontos de Gonçalves Dias a Edgar Borges, escritor roraimense), piqueniques, apresentações de música brasileira.

“Foi bem legal”, exclamou sempre que contou uma história ou mostrou um vídeo de algum trabalho realizado em sala de aula. O grupo de bolsistas depois criou um perfil no Instagram onde dá dicas e conta sua experiência para quem também quiser participar das próximas edições. O nome do perfil, pocando nos States, é inspirado em uma gíria do Estado do Espírito Santo (de onde vieram duas bolsistas) e significa "sendo feliz" e "arrasando".

sexta-feira, maio 10, 2019

Diário de um mestrando - 14° mês


04.04.19 quinta

De sexta passada (29.03) até hoje de manhã sem pegar em nada acadêmico. Motivo: acompanhar os pedreiros aqui em casa, deixar o carro no lanterneiro para arrumar a traseira, limpar a sujeira da casa após a saída dos trabalhadores... Fiquei tão cansado que nestes dias estava me deitando às 21h30, como se estivesse doente. Hoje é dia de retomar tudo e atualizar a vida.

08.04.19

Atualiza as metas da semana, do dia. Cumpre o que der. Despacha mensagens pelo WPP e pelo e-mail. Verifica as finanças. O calor já chegou. São 10h44. O céu está nublado. Já leu o material do curso EAD? Que calor. Que falta de concentração. Uma infecção estomacal não ajuda. A geladeira não tem nada. Será que me entregam o carro hoje? Saiu a fatura do cartão. Que calor.

11.04.19
Duas boas notícias:

1. Começou a chover. Chegou o inverno amazônico. As temperaturas vão baixar, o que significa mais possibilidades de não ficar desconcentrado (morre o calor, mas persistem outros fatores. Fazer o que?)


2. Consegui destravar o trabalho. Era uma bobagem na introdução, mas passei dias parados nelas. Estou bem contente comigo mesmo. Coincidentemente, vi esta imagem em um status do WPP hoje. Falava justamente sobre meu estado travado:

16.04.19 terça


Hoje fui cedo na UFRR procurar um livro do Waly Salomão. Quando entrei na parte das estantes de literatura brasileira, tive uma surpresa: alguém havia estado lendo um dos exemplares de meu livro que estão no acervo da biblioteca central. Foi aquele momento de abrir um sorriso e pensar "Olha só você por aqui, seu lindo". Fiz a foto do jeito que achei o livro e deixei lá, torcendo para que outro usuário o visse e lesse também.



Fofinho meu livro de contos

Lambes de resistência na frente da Biblioteca Central da UFRR. Arte é luta



30.04.19 terça
Não acredite na data acima, leitor ou leitora deste blog. Na verdade estou escrevendo este pedacinho do diário no dia 10 de abril. Motivo: me deu imensa preguiça ir anotando as coisas no mês passado. Finja, no entanto, que foi no último dia do mês passado que você acessou o blog para ler coisas vagas como as seguintes:
1. Houve várias reuniões este mês no PPGL. Fui na condição de representante dos alunos. As pautas giraram em torno de quantos e quais professores iriam ficar, a reformulação do edital de ingresso de novos alunos e outros detalhes que basicamente eram de funcionamento interno para garantir que o programa aumente sua nota e não feche.


Numa das reuniões cheguei depois do horário e cheguei antes de todo mundo.

Parte dos professores do PGGL 


2. Sobre o edital, as inscrições vão até 15 de maio. Tem vagas de ampla concorrência e vagas para Ações Afirmativas. Confere aqui.

3. Trunquei, avancei, trunquei, avancei. A redação foi sofrida este mês.


4. Eu adoro minha orientadora. Justamente no dia em que me disse "Basta de ser derrotado pelo tempo, pela preguiça, pela procrastinação! Tenho meu prazo pessoal agora: até quinta dou conta destes partes aqui!". Bem, justo nessa manhã chegou mensagem da profe em nosso grupo de orientandos cobrando material até justamente a data que eu havia me proposto. Juntaram meu "eu estudante que precisa ser cobrado para não enrolar" com o "eu orientadora cobradora de desempenho" dela e trabalhei feito um condenado. Não cumpri o prazo, mandei pela metade, disse-lhe que até X dia mandaria mais, ela falou que esperaria o todo, dei conta"...


(Peraí. Estou falando coisas que aconteceram - ou terminaram de acontecer - na verdade em maio. É como se estivesse adiantando o tempo aqui no meu Diário de um Mestrando... Estou confuso...)


Tentarei não adiar os registros de meu cotidiano acadêmico.


É isso. Abril foi tenso, preguiçoso, quente, de muita dificuldade para superar as leituras, mas acabou. Depois de maio, por sinal, vem meu aniversário, o que não tem nada a ver com nada do que escrevi até agora.


...................

Já que chegou até aqui, clique para ler todas as edições do Diário de um mestrando.

sexta-feira, maio 03, 2019

Los dias desta semana


 Esta semana yo não te vi e nem por isso senti tua falta, mas se te hubiera dito algo será que teria chovido? Era de café o bombom que recusei só que mais tarde escutei uma música bonita. Não lembro o que dizia e o senhor de la esquina estaba orinando en la rua. Quatro bolas de sorvete por um real, quatro meses sin comprarme uma ropa nueva. Soy un nuevo ser ou apenas não tenho como pagar as contas antigas, de el tempo em que poderia fazer nuevas contas?

Gritava sempre que podia e agora gosto mais de escuchar los carros passando. Si todos los viernes vengo a verte, será que você poderia abrir su puerta y darme un trago de vinho? É que é tanta saudade que já no sé, no sé, en sério, no sé.


Esta semana te besé duas vezes. Paguei somente uma, a outra era tarde e não tinha nada para decir. Ouvi no rádio alguém diciendo poesias como a las 11h  y esta hambre que te tengo me llenó de angustias. Lloro, lloro como uma criança e no banheiro nadie lo sabe. Todo dia es eso: yo camino, tu ni pendiente, hija de la gran... Disculpa, velhas manias são difíceis de dejar para trás. Na lateral habia algo para sentir, pero talvez seja melhor para cuando volvamos. Baja la sierra, dejate de eso, baja la sierra, dejate de eso, baja la sierra, deja ese peso.

Esta noche hizo frio. Amanheceu nublado e al mismo tempo, que te digo, o sol estava dourado lá no nascente. Yo no vi nada, pero me contaron que segun y qué foi assim, foi diferente. Quando voltar, te procuro, estaba escrito no bilhete. Me recordó um viejo samba, te acuerdas? De aquellos que bailávamos pegaitos, pegaitos, pegaitos, como en los buenos tempos em Buenos Aires. Ya, pues, un dia vamos ir de verdade, no reclames tanto. Apurate, pues, apurate...é que acaso no ves o tanto de soledad que está llegando? Hay que trabalhar, fazer por merecer cada um de los pedazos de desespero que vão distribuir hoy. Vamos a darle com fúria, con ganas.

Tás viendo? Ya no te siento aqui. Mi tempo es otro y dijeron en la esquina que o próximo feriado não tá tendo, mas quando llegar vão
reservar um pra gente lá da rua de baixo.

Esta semana quise chorar y os compañeros de la avenida me dieron un cigarro para que me afogasse en humo. Te lo juro: hasta este momento estoy en eso.  

sexta-feira, abril 26, 2019

Notas da última sexta de abril de 2019


1. Começaram ontem as chuvas de fato e de direito. Choveu um pouquinho à tarde aqui no Paraviana, dando aquela sensação posterior de que estamos em uma panela de pressão liberando todo o vapor do mundo. Na verdade, a frase correta seria: “choveu (...) no final do Paraviana. Lá em cima, mais perto do Caçari e do Bairro dos Estados, não pingou nada. De madrugada choveu tanto que a terra amanheceu empapada. O céu amanheceu nublado e as paredes da casa estão bem mais frias que ontem.  


2. Enquanto escrevo, chuvisca. Agora será assim até julho, agosto. A chuva traz conforto para estar em casa. Some com as praias, é verdade, mas não dá para ter tudo ao mesmo tempo. 




3. Esta semana fiz algo que há tempos não fazia: comprei e li uma HQ impressa. Me criei fazendo isso, aprendi a ler em português por conta das histórias em quadrinhos, mas havia um tempo que só estava lendo em formato Scan nos sites piratas. Nunca gostei de ler muito em computador, mas desde o mestrado e seus infinitos PDFs, me acostumei a passar horas na frente da tela. Daí foi só ir buscar os Scans e me maravilhar com a possibilidade de ampliar a página até o ponto em que as palavras fiquem ao meu gosto de olho de velho meio cego. Foi essa impossibilidade de ampliar os balões o que mais me incomodou na leitura. Agora que uso óculos para quase tudo ficou meio complicado até ler em local mais escuro. Mesmo assim encarei o título Batman – Veneno. Gostei da história, que é começo dos anos 1990, com uma arte característica daquele tempo (leia-se um monte de quadros por página). 

Batman - Veneno: as quatro edições em uma só publicação

4. Estreou Vingadores e nos grupos de WPP todo mundo fala nisso. Nem um pio sobre os direitos que vamos perder com a reforma da previdência que o Bolsonaro vai enfiar na nossa goela, mas tudo bem, o foco não é mesmo esse nesses grupos. Até concordo e se fosse diferente eu saísse, porque as discussões costumam ser bem rasas. Enfim, sabe um lance que me incomoda mesmo nessas horas? Essa idiota coisa do medo do spoiler. Gente, que confusão que a galera forma por conta de um comentário qualquer feito por quem já viu o filme. Eu não entendo mesmo isso. Quando alguém me conta algo de um filme, série, livro ou HQ, fico prestando atenção para depois comparar o que a pessoa disse com o que de fato foi apresentado. Daí faço uma avaliação sobre a capacidade narrativa do “spoileiro” para saber se é confiável ou não nesse sentido. Acho muito divertido isso. Vou atrás até de cena vazada se tiver rolando fácil. Já o resto do mundo, inclusive o povo aqui de casa, morre de raiva. Eu, heim, gente doida. Imagina essa galera pegando spoiler da Bíblia, por exemplo, com alguém falando que lá no Novo Testamento vai rolar a crucificação de Jesus. Ou que lá no Velho tem uma parte bem The Walking Dead chamada as sete pragas do Egito?



5. Até ontem a gasolina estava custando R$ 4,29 no dinheiro na maioria dos postos que estão em minha rota comum de deslocamento. Acho bom anotar isso para jogar na cara do povo que vive dizendo que o PT quebrou a Petrobras e que por isso estavam certos o Temer, ao autorizar, e o Bolsonaro, ao manter, a política do preço subir o tempo todo conforme a movimentação do mercado. Parece até que isso se traduz em ganho para cada eleitor desse povo. Eu fico aqui preocupado com o gasto mensal, fazendo contas para ver se não vou ficar no prego no meio da rua e o povo bolsominion elogiando e feliz com essa política de preços. Ou sou muito ranzinza e pobre ou todo mundo está ganhando bem mais do que eu. 

Estou em crise energética

sexta-feira, abril 19, 2019

Registros sobre o que já ganhei com a literatura


O fato de eu não ser um escritor profissional (minha subsistência é garantida pelo emprego de funcionário público) ou um escritor focado em ser escritor
profissional (passo semanas sem produzir textos literários e meses sem participar de editais, concursos ou prêmios, muito menos submetendo livros a editoras), bem, esses fatos nublam a minha visão sobre o quanto já ganhei escrevendo.

Muitas vezes me perguntaram se a profissão de escritor dava para pagar pelo menos parte das contas, se havia ganhado algo com literatura. De meu suposto lugar de fala, descrito acima, falei que não. Na verdade, ia além, demostrando ingratidão com a vida: respondi várias vezes que nunca ganhei nada escrevendo. Exagerando, errei. Ganhei sim e muito.

Tentarei resumir isso a seguir, como uma espécie de registro confessional para que não volte a falar nunca ter recebido nada escrevendo ou trabalhando com contos, crônicas e poemas (essa descrição aqui é para distingui-los dos textos jornalísticos que me sustentam desde o ano de 1998, quando comecei a trabalhar como repórter).

Vamos aos fatos:

1.    Viagens: participei de bienais, feiras de livros, eventos literários e debates sobre política cultural nos estados Amazonas, Amapá, Pernambuco, Alagoas, Ceará, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e Distrito Federal. Em Roraima conheci várias comunidades indígenas e trabalhei nos municípios de Pacaraima, Alto Alegre, Boa Vista, Cantá, São João da Baliza e Bonfim. Quem lê viaja e quem escreve também. 

2.    Plata. Sim, plata. Várias vezes ganhei grana como escritor, como organizador de atividades focadas em literatura, livro eleitura, como parecerista, como palestrante e até apenas como participante. Ganhei algum dinheiro também em concursos, prêmios e editais. Consegui pagar contas, economizar, comprar coisas que estavam faltando para a casa e coisas que queria comprar apenas por querer. A grana da literatura me sustentou ou sustenta? Não, mas já ajudou um bocado.

3.    Trófeus, certificados livros e afins: no momento tudo o que é meu está encaixotado. Em alguma caixa estão esses objetos citados acima, deixando claro que houve retorno do mundo para mim, sim.

4.    Amizades, risadas e bebidas: desde moleque, o ato de escrever (e de ler) sempre trouxe boas pessoas ao meu convívio. Aprendi um bocado com a diversidade de pensamentos que carregavam, ri muito, me emocionei muito. São amigos e parceiros presencialmente perto, alguns bem longe, outros nunca vistos cara a cara, mas sempre disponíveis nas redes digitais. Gente que já me convidou para atividades que renderam boas conversas, renda e conhecimento. Gente boa.

5.     Beijos na boca e na bochecha: considerem que escrevo textos desde a adolescência. Considerem que sempre tive a sorte de tropeçar com gente sensível à arte e à literatura. Considerado e anotado? Então... Beijo na boca é algo que se deve levar em conta na hora de fazer o levantamento daquilo que se ganhou ao longo da carreira. Por sinal, o beijo mais importante foi o que consegui da moça que depois virou minha minha esposa, encantada - digo eu - com as minhas poesias e prosas. Este beijo e atos afins resultaram em meu filho, luz de meus dias, P do meu samba, senhor de mim, dono do beijo na bochecha mais gostoso do mundo.

Então é isso. Eis o resumo de minhas conquistas como escritor e agente cultural da área literária. Se algum leitor um dia tropeçar comigo em algum lugar e me ouvir dizer que nunca ganhei nada como escritor, faça o favor de jogar o link em minha cara.

Obrigado, de nada.