Antes que acabe o mês, uma lembrança: dia 19 de julho fui com a turma de poetas Elimacuxi, Zanny Adairalba e Vitor de Araújo fazer uma intervenção poética no abrigo para venezuelanos migrantes que fica na avenida São Sebastião, bairro Santa Tereza.
Zanny Adairalba, Edgar Borges, Elimacuxi e Vitor de Araújo: poesia no abrigo
Eu, quem me lê e quem me conhece sabe disso, sou mais de colocar as pessoas para falarem poesia do que propriamente ser o falador. Me dá preguiça e desencanto ensaiar a performance. Mesmo assim, quando a Eli me passou mensagem convidando para a intervenção, não tive dúvidas e topei na hora.
Para minha parte, separei uns poemas que havia escrito em portunhol, mexi um pouco para melhorar a sonoridade deles e também falei para a Eli que ia cantar/recitar uma música.
Dito e feito, me arrisquei e meio que cantei pela primeira vez na vida. Bem, na verdade, falei e tentei cantar. Mas não há fraude nisso porque já fui avisando o povo do abrigo sobre não ser cantor.
Escolhi Pedro Navaja, de Ruben Blades, uma música que ouço desde a infância e sempre cantarolo. É meio falada, então achei que não passaria tanta vergonha. Eu acho que não foi. Mas cada um julga conforme seu interesse.
Vou lhes dizer: foi gostoso demais ver o povo cantando a música. Deu uma energizada boa. Tô até pensando em pegar outra música e agregá-la ao meu repertório.
O Sesc Roraima me convidou para gravar um vídeo alusivo ao
Dia do Escritor, comemorado todo 25 de julho. Gravamos na nova biblioteca da
nova sede administrativa, ali no Centro de Boa Vista, na rua Araújo Filho. O
vídeo é esse aí de baixo, recompartilhado no meu canal do Youtube.
Teve também fotinha bonitinha no instagram.
Bacana foi receber esse carinho do Gabriel Alencar, da nova geração de proseadores de Roraima, que republicou a postagem em seu perfil no instagram:
Sim, algumas notas sobre a nova biblioteca do Sesc Roraima:
Nunca havia entrado no local. É uma biblioteca bem espaçosa,
com cinco ou seis vezes mais espaço do que tinha nos tempos do prédio original.
Essa biblioteca – a do prédio original, demolido nos anos 2010 para construção
do atual, bem mais moderno – bem, essa biblioteca era praticamente a minha
segunda casa na adolescência.
Lembro de pegar quase toda manhã minha bicicleta e ir do
bairro Caçari até o Sesc para ler jornal, participar de cursos, fazer
pesquisas, pegar livros emprestados. Vivia tanto no Sesc que as pessoas achavam
que eu trabalhava lá. Na verdade, um dia desses alguém ainda veio me perguntar
em que setor eu trabalhava no Sesc naquela época. Confesso que sonhei várias
vezes com trabalhar no setor de cultural deles e ajudar a desenvolver as ações
na cidade.
Infelizmente, o máximo que consegui naquele tempo foi ser monitor de feiras de
livros e de trânsito. Me corrijo: felizmente tive essas oportunidades. Era essa
grana a que eu guardava para comprar apostilhas e bancar um lanchinho quando já
estava na UFRR, cursando jornalismo. Felizmente também me deram a oportunidade
de conviver e conhecer pessoas fantásticas, como minha comadre Érica Figueredo
e os contadores de histórias Moacir do Monte e Tana Halu, além de outros
artistas da cidade.
Ia tanto na biblioteca do Sesc Centro que já sabia até que também ia. Com alguns trocava
ideias, a exemplo do Francisco, que depois de ter sido deportado da Europa,
veio rodando o Brasil até parar em Roraima e também ser monitor numa feira de
livros (por ele ter trabalhado fantasiado de lobo, o chamava de Chico Lobo).
Foi na biblioteca do Sesc que li minha primeira HQ do Milo
Minara, rei do erotismo. Li um monte de autores (não sei como e quem me deu a
carteirinha de usuário se não era comerciário e não me lembro de nunca pagar
para renovar – mas é capaz de ter feito isso sim, afinal, era lá que pegava
todo livro de literatura que me interessava). De todos esses autores, decorei
uma frase da Insustentável Leveza do Ser, de Milan Kundera, livro que naquela época
há havia virado filme:
“Se fosse dada ao homem a oportunidade de matar à distância e
sem ser punido, a humanidade não sobreviveria cinco minutos”.
Na verdade, não lembro mais se a frase é exatamente igual,
só que gostei muito à época e a anotei em um caderno.
Parei de ir tanto na biblioteca depois que comecei a trabalhar no
jornal O Diário, em 1998, e tive meus dias ocupados pela rotina de quem não é dono dos
meios de produção. Ou seja, trabalha de manhã e de tarde e ainda de tarde (sim, de
tarde) e de noite vai estudar para ter um diploma que permita continuar trabalhando
de manhã e de tarde. Quando fui para a comunicação social da Prefeitura de Boa Vista, em 1999 ou 2000, não recordo agora, abandonei de vez espaço durante o dia e só aparecia quando tinha evento, tipo Café Com Letras ou Overdoze.
Não lembro quando, mas sei que antes de 2007 (conforme vi numa citação aqui nesta postagem falando de um evento do próprio Sesc)
a biblioteca do Sesc Centro recebeu o
nome do escritor Afonso Rodrigues de Oliveira, uma linda homenagem em vida ao
cronista e romancista que a gente chama carinhosamente de Mestre Afonso (recentemente
li uma obra dele, por sinal).
Falei disso para o povo que agora trabalha lá e
dei a dica: valeria a pena colocar uma plaquinha com esse nome na porta do
espaço.
Tenho outras memórias na biblioteca, mas agora não quero falar
delas. Daria um livro.
03.06.19 Segunda Teve reunião do colegiado do PPGL nesta manhã. Tava marcado para 8h30, mas o povo começou a chegar bem depois. Os corredores do bloco 1 estavam, como sempre, tomados por mosquitos malignos sugadores até das nossas almas se vacilar. Além de muitos, são agressivos. Agora são 16h06, está chovendo, faço aniversário amanhã, já inseri na dissertação a etnografia do show R3 que rolou sábado. Falta acrescentar, pelas minhas metas diárias, umas infos lá na parte que fala sobre as característica do Rap. 15.06.19 Sábado 9h38. Está chovendo. Tem umas goteiras na varanda de trás e vez ou outra pinga alguma gota no forro acima de minha cabeça no escritório. Tenho um medo de que aconteça um vazamento e inunde o cômodo... O que rolou neste mês, além do meu aniversário no dia 4: - Mandei meu material para a professora Leila analisar. Ela me devolveu e cá estou desde o começo da semana trabalhando na análise da quarta letra do MC Frank D'Cristo. - Tenho sentido dores nas costas. Culpa da cadeira. - Neste mês não teve reunião presencial com a orientadora. Isso não afetou nada por enquanto. Nesta análise em andamento estou puxando um pouco mais para o uso dos socioletos/idioletos na letra (depois vou definir que conceito uso) - Tenho um prazo pessoal para mandar a nova parte até dia 21. Acho que vai dar tranquilo. Daí vou trabalhar na complementação do meu "censo" da turma rapper em Roraima. Mais tarde vai rolar a primeira edição do Sarau da Lona Poética em 2019. Passei esta semana trabalhando nisso. Eu gosto, mas me incomoda gostar de algo que me dá trabalho. Alguém podia organizar tudo e me chamar só para levar os louros e dar uma de MS, vulgo mestre de saraus. Sonho meu... 30.06.19 domingo
O Sarau da Lona Poética aconteceu e foi bacana, com aquela força crescente de toda edição e muitas poesias bonitas e fortes sendo declamadas. Esse meu trabalho com o Coletivo Caimbé é internamente paradoxal: adoro promover esse momentos geradores de felicidade e satisfação e ao mesmo tempo acho que poderia estar tentando algo mais capitalisticamente produtivo, gerando grana para a casa. Sim, poderia buscar apoio financeiro em empresas ou poder público, mas...Gente, que preguiça desse povo, de bater nas portas e ver todo mundo de cara fechada, de ter que pedir, pedir, pedir...Até tentei dia desses com um vereador conhecido, mas não rolou. Enfim...em agosto vamos fazer outro. Se quiser ver como foi o de julho, vai aqui, no blog do coletivo.
Foi um mês lentamente produtivo. Tinha uma página de metas e quase todas foram cumpridas, como apontam os rabiscos rabiscando as anotações rabiscadas:
Disse lentamente porque não corri contra o tempo. Deixei fluir o ritmo de trabalho. Mandei meu material para a professora analisar, avancei na pesquisa sobre quem integra a cena do Rap local, conversando com a galera e acrescentando nomes à lista. Lentamente é ruim, diriam alguns com espírito de coach. Prefiro lembrar de uma vez em que o carro deu problemas vindo lá do interior da Venezuela e não conseguia acelerar sem que o mesmo aquecesse. Estávamos no meio da selva, literalmente, com um carro passando a cada 40 ou 50 minutos pela estrada. Decidi fazer o que toda pessoa sensata faria: sabendo que ainda faltavam uns 600 km para chegar em casa, fui na maciota, em velocidade tartaruga, sem aquecimento. Nasceu daí meu slogan preferido para momentos em que a pressa pode ser inimiga da conclusão: despacito, pero seguro. Vem, julho, vem! #################### Obrigado pela leitura da 17a edição do Diário de um Mestrando. Para ler as anteriores, basta clicar AQUI. Abraços.
O poeta e tradutor Vitor de Araújo passou um tempo nos Estados Unidos recentemente. Selecionado para receber a bolsa Fulbright Brasil, lecionou português para os gringos na Universidade do Arkansas.
Para isso, fez várias atividades. Uma delas foi o Sarau do Português, no qual alunos leram obras no nosso idioma. Uma dessas obras foi o meu livro, Sem Grandes Delongas.
Em fevereiro, Vitor me passou um dos vídeos gravados no sarau. Por preguiça na época, postei o vídeo somente nas minhas redes sociais. Esta semana, lendo uma matéria no portal do Senac Roraima, percebi que devia colocar aqui também.
Assim sendo, convido todo mundo para ver a gringuinha lendo um conto meu:
Nesse trecho acima printado, o Vitor conta sua experiência e cita a minha participação, enquanto autor, no sarau:
“Valeu a pena” Vitor de Araújo foi um dos participantes da última edição do FLTA e esteve no Senac Idiomas na última terça (28) compartilhando sua experiência.
O jovem recebeu seguro-saúde, moradia, bolsa (“em um valor muito bom para se viver com conforto”), passagens de ida e volta e o visto.
Lá, ele trabalhou na Universidade do Arkansas, onde estudou cultura e história americanas e ensinou português para duas turmas.
Além disso, ele participou de eventos externos; ajudou a alimentar as redes sociais do programa e a organizar eventos de integração: saraus literários (nos quais os alunos americanos leram poemas e minicontos de Gonçalves Dias a Edgar Borges, escritor roraimense), piqueniques, apresentações de música brasileira.
“Foi bem legal”, exclamou sempre que contou uma história ou mostrou um vídeo de algum trabalho realizado em sala de aula. O grupo de bolsistas depois criou um perfil no Instagram onde dá dicas e conta sua experiência para quem também quiser participar das próximas edições. O nome do perfil, pocando nos States, é inspirado em uma gíria do Estado do Espírito Santo (de onde vieram duas bolsistas) e significa "sendo feliz" e "arrasando".
Por não ter conseguido fazer antes o que deveria ter pesquisado e escrito, cá estou às 9h09 sentado na frente do computador. Não queria estar aqui. Talvez pedalando fosse uma boa situação, mas está nublado e tenho preguiça de pedalar em dias assim.
Estou cansado mentalmente falando. Tudo se repete e a rotina angustia. Se não fosse a delicada cobrança da professora, marcando prazos, prorrogando as metas quando necessário, talvez eu largasse mão por algumas semanas disto aqui.
E então atrasaria tudo.
Bonito para mim, que não conseguiria avançar.
Estou cansado. Tão cansado que ainda não publiquei a edição do Diário de um Mestrando do mês passado.
Vou tentar fazer hoje. Antes, vamos ler mais um pouco do Giddens.
10.05.19 sexta
Trabalhei feito bicho esta semana.
Hoje tem encontro de orientação com a professora Leila. Consegui adiantar muita coisa teórica neste mês, mas acho que posso acrescentar ainda mais.
Ontem organizei livros e apóstilas por temáticas e fiz montinhos com o material. Semana que vou subir monte a monte cada um deles e extrair o que for interessante para reforçar o embasamento do trabalho.
Está bem frio. As paredes da casa já não quentes. O céu está nublado e até desligando os ventiladores estamos. Nada que ver com o mês passado, quando às 9h estava tudo fervendo já.
16.05.19 quinta-feira
A professora elogiou os avanços na redação. Contei-lhe meus sofrimentos, ela riu e deu seu apoio, orientou, passou novas coisas a serem feitas e marcamos para mês que vem um novo encontro. Botei essas coisas em uma página para ir riscando o que for concluindo. Até agora risquei apenas uma linha e meia.
Ontem teve protestos em todo o Brasil contra os cortes no orçamento da Educação feitos pelo governo Bolsonaro. Boa Vista também fez o seu, com a turma saindo da UFRR (somente ela vai perder 22 milhões) em direção ao Centro Cívico. Eu divulguei muito nas minhas redes sociais, mas não pude ir. Justamente ontem meu pedreiro reapareceu para terminar um serviço na varanda e na cozinha. Como não podia sair, aproveitei para tirar entulhos do quintal. Resultado: não fiz uma linha de estudo ontem. Possivelmente será o mesmo hoje, pois o trabalho continua.
O dia amanheceu com o céu aberto e entre 8h e 8h20 ficou lindo para dormir, assustador para quem vai fazer obra com cimento. 9h23 estava aberto de novo.
27.05.19 segunda
Recomeça a jornada. Café na xícara grande eu gosto, anotações aqui e lá no outro caderno e também no computador. Sono, acordei ainda escuro estava. Lento, muy lento. Vamos, devagar. Sempre. Até os jabutis correm quando ninguém os vê. Passarinhos já estão na varanda, ainda temos frio na manhã, todos dormem na casa, o vento conversa comigo e a penumbra diz obscenidades que me atiçam.
31.05.19 sexta
Hoje até quis dormir até tarde, mas faltou mais uma vez energia elétrica (esta semana foi uma rotina incômoda isso) e lá pelas 5h40 me levantei suado e fui fazer café. Depois naveguei em todas as redes, pedalei 10 km (sim, sou quase um atleta e pela primeira vez em muito tempo estou abaixo dos 78 kg - mensagens de "ai, que delícia" vão ganhar emojis de coração), varri a varanda, lavei louça e cá estou, banhado e cheiroso para fechar o 16° desta jornada rumo ao mestrado...
Ontem teve protestos para lembrar ao governo Bolsonaro que a educação deve ser prioridade. Divulguei nas redes sociais e obviamente apareceu gente nelas querendo fazer pouco caso, usando os argumentos das milícias digitais (segurei minhas vontades de mandar todos eles comer cocô). Lá pelas 17h apareci no Centro Cívico para fortalecer o movimento. Foi bonito, foi intenso. Muito bom ver a molecada consciente da importância do ensino público para o desenvolvimento da sociedade.
A turma Yanomami participou também das manifestações
A semana foi de muita leitura: vários artigos, duas teses, um livro e, para relaxar, mais leitura, só que de HQs em scan (boas porque dá para ampliar as imagens e superar assim minha cegueira) e uma impressa sobre hip hop, que comprei mês passado numa campanha de financiamento colaborativo da editora Draco. Ah, e um livro muito engraçado do mestre Afonso Rodrigues de Oliveira, ambientando o Gênese bíblico nos lavrados de Roraima.
Poderia apenas escrever agora que vou tentar passar para o arquivo da dissertação o que entendi de todas as leituras acadêmicas da semana, mas prefiro citar três outras histórias que têm a ver com a jornada mestranda. Vamos lá. Só que antes, vejam a quantas andava o texto no dia 24 de maio:
Lógico que nesses números temos incluídos os anexos, apêndices, bibliografias e outras coisas. Mesmo assim, me parece robusta a parada.
Bueno, vamos lá agora sim valendo dos vera:
22.05.19 - Fui acompanhar a defesa da dissertação do colega Antonio Lisboa, que por sinal mora a duas casas da minha, aqui na distante Muralha, vulgo final do Paraviana. Nas imagens abaixo vemos o agora mestre com louvor no início dos trabalhos - estava sendo apresentado pela professora orientadora Deborah Freitas - e, embelezando a plateia, Alessandra Cruz, Eduany Siqueira e eu, seus colegas de curso.
Na noite de 24.05 foi realizado o lançamento de dois livros no Colégio de Aplicação. As obras trazem artigos de professores e alunos da UFRR e outras instituições abordando a a formação de professores e o ensino de artes. Já li o que me interessava e peguei material do verdinho.
Bueno, agora sim. Tchau, que venha junho, que eu tenha agilidade mental para acrescentar bem o que deve ser acrescentado e vamos que vamos.
De sexta passada (29.03) até hoje de manhã sem pegar em nada acadêmico. Motivo: acompanhar os pedreiros aqui em casa, deixar o carro no lanterneiro para arrumar a traseira, limpar a sujeira da casa após a saída dos trabalhadores... Fiquei tão cansado que nestes dias estava me deitando às 21h30, como se estivesse doente. Hoje é dia de retomar tudo e atualizar a vida.
08.04.19
Atualiza as metas da semana, do dia. Cumpre o que der. Despacha mensagens pelo WPP e pelo e-mail. Verifica as finanças. O calor já chegou. São 10h44. O céu está nublado. Já leu o material do curso EAD? Que calor. Que falta de concentração. Uma infecção estomacal não ajuda. A geladeira não tem nada. Será que me entregam o carro hoje? Saiu a fatura do cartão. Que calor.
11.04.19 Duas boas notícias:
1. Começou a chover. Chegou o inverno amazônico. As temperaturas vão baixar, o que significa mais possibilidades de não ficar desconcentrado (morre o calor, mas persistem outros fatores. Fazer o que?)
2. Consegui destravar o trabalho. Era uma bobagem na introdução, mas passei dias parados nelas. Estou bem contente comigo mesmo. Coincidentemente, vi esta imagem em um status do WPP hoje. Falava justamente sobre meu estado travado:
16.04.19 terça Hoje fui cedo na UFRR procurar um livro do Waly Salomão. Quando entrei na parte das estantes de literatura brasileira, tive uma surpresa: alguém havia estado lendo um dos exemplares de meu livro que estão no acervo da biblioteca central. Foi aquele momento de abrir um sorriso e pensar "Olha só você por aqui, seu lindo". Fiz a foto do jeito que achei o livro e deixei lá, torcendo para que outro usuário o visse e lesse também.
Fofinho meu livro de contos
Lambes de resistência na frente da Biblioteca Central da UFRR. Arte é luta
30.04.19 terça Não acredite na data acima, leitor ou leitora deste blog. Na verdade estou escrevendo este pedacinho do diário no dia 10 de abril. Motivo: me deu imensa preguiça ir anotando as coisas no mês passado. Finja, no entanto, que foi no último dia do mês passado que você acessou o blog para ler coisas vagas como as seguintes: 1. Houve várias reuniões este mês no PPGL. Fui na condição de representante dos alunos. As pautas giraram em torno de quantos e quais professores iriam ficar, a reformulação do edital de ingresso de novos alunos e outros detalhes que basicamente eram de funcionamento interno para garantir que o programa aumente sua nota e não feche.
Numa das reuniões cheguei depois do horário e cheguei antes de todo mundo.
Parte dos professores do PGGL
2. Sobre o edital, as inscrições vão até 15 de maio. Tem vagas de ampla concorrência e vagas para Ações Afirmativas. Confere aqui. 3. Trunquei, avancei, trunquei, avancei. A redação foi sofrida este mês.
4. Eu adoro minha orientadora. Justamente no dia em que me disse "Basta de ser derrotado pelo tempo, pela preguiça, pela procrastinação! Tenho meu prazo pessoal agora: até quinta dou conta destes partes aqui!". Bem, justo nessa manhã chegou mensagem da profe em nosso grupo de orientandos cobrando material até justamente a data que eu havia me proposto. Juntaram meu "eu estudante que precisa ser cobrado para não enrolar" com o "eu orientadora cobradora de desempenho" dela e trabalhei feito um condenado. Não cumpri o prazo, mandei pela metade, disse-lhe que até X dia mandaria mais, ela falou que esperaria o todo, dei conta"...
(Peraí. Estou falando coisas que aconteceram - ou terminaram de acontecer - na verdade em maio. É como se estivesse adiantando o tempo aqui no meu Diário de um Mestrando... Estou confuso...)
Tentarei não adiar os registros de meu cotidiano acadêmico.
É isso. Abril foi tenso, preguiçoso, quente, de muita dificuldade para superar as leituras, mas acabou. Depois de maio, por sinal, vem meu aniversário, o que não tem nada a ver com nada do que escrevi até agora.
Esta semana yo não te vi e nem por
isso senti tua falta, mas se te hubiera dito algo será que teria chovido? Era de café o bombom que recusei só que mais tarde escutei uma música
bonita. Não lembro o que dizia e o senhor de la esquina estaba orinando en la
rua. Quatro bolas de sorvete por um real, quatro meses sin comprarme uma ropa
nueva. Soy un nuevo ser ou apenas não tenho como pagar as contas antigas, de el
tempo em que poderia fazer nuevas contas?
Gritava
sempre que podia e agora gosto mais de escuchar los carros passando. Si todos
los viernes vengo a verte, será que você poderia abrir su puerta y darme un
trago de vinho? É que é tanta
saudade que já no sé, no sé, en sério, no sé.
Esta
semana te besé duas vezes. Paguei somente uma, a outra era tarde e não tinha
nada para decir. Ouvi no rádio alguém diciendo poesias como a las 11hy esta hambre que te tengo me llenó de
angustias. Lloro, lloro como uma criança e no banheiro nadie lo sabe. Todo dia
es eso: yo camino, tu ni pendiente, hija de la gran... Disculpa, velhas manias
são difíceis de dejar para trás. Na lateral habia algo para sentir, pero talvez
seja melhor para cuando volvamos. Baja la sierra, dejate de eso, baja la
sierra, dejate de eso, baja la sierra, deja ese peso.
Esta
noche hizo frio. Amanheceu nublado e al mismo tempo, que te digo, o sol estava
dourado lá no nascente. Yo no vi nada, pero me contaron que segun y qué foi
assim, foi diferente. Quando voltar, te procuro, estaba escrito no bilhete. Me recordó
um viejo samba, te acuerdas? De aquellos que bailávamos
pegaitos, pegaitos, pegaitos, como en los buenos tempos em Buenos Aires. Ya,
pues, un dia vamos ir de verdade, no reclames tanto. Apurate, pues, apurate...é
que acaso no ves o tanto de soledad que está llegando? Hay que trabalhar, fazer
por merecer cada um de los pedazos de desespero que vão distribuir hoy. Vamos a
darle com fúria, con ganas.
Tás
viendo? Ya no te siento aqui. Mi tempo es otro y dijeron en la esquina que o próximo
feriado não tá tendo, mas quando llegar vão
reservar
um pra gente lá da rua de baixo.
Esta
semana quise chorar y os compañeros de la avenida me dieron un cigarro para
que me afogasse en humo. Te lo juro: hasta este momento estoy en eso.
Registramos o cordelista Lindomar Bach declamando o texto "Calango, a revanche de Pipoca" , de autoria da poeta e cordelista Zanny Adairalba.
A leitura aconteceu na edição de abril de 2019 do projeto Coreto Cultural, ação organizada pelo próprio Bach, que também é artista plástico. A hastag #CulturaDeRoraima serve para nomear a playlist de meu canal no Youtube com os registros que fazemos dos agentes culturais que atuam em Roraima. Cultura de Roraima também é o nome de um blog que mantive ativo entre 2010 e 2018, publicando matérias e colunas sobre a cultura em Roraima: www.culturaderoraima.blogspot.com.br.
1.Começaram ontem as chuvas de fato e de direito. Choveu um pouquinho à tarde aqui no Paraviana, dando aquela sensação posterior de que estamos em uma panela de pressão liberando todo o vapor do mundo. Na verdade, a frase correta seria: “choveu (...) no final do Paraviana. Lá em cima, mais perto do Caçari e do Bairro dos Estados, não pingou nada. De madrugada choveu tanto que a terra amanheceu empapada. O céu amanheceu nublado e as paredes da casa estão bem mais frias que ontem.
2.Enquanto escrevo, chuvisca. Agora será assim até julho, agosto. A chuva traz conforto para estar em casa. Some com as praias, é verdade, mas não dá para ter tudo ao mesmo tempo.
3.Esta semana fiz algo que há tempos não fazia: comprei e li uma HQ impressa. Me criei fazendo isso, aprendi a ler em português por conta das histórias em quadrinhos, mas havia um tempo que só estava lendo em formato Scan nos sites piratas. Nunca gostei de ler muito em computador, mas desde o mestrado e seus infinitos PDFs, me acostumei a passar horas na frente da tela. Daí foi só ir buscar os Scans e me maravilhar com a possibilidade de ampliar a página até o ponto em que as palavras fiquem ao meu gosto de olho de velho meio cego. Foi essa impossibilidade de ampliar os balões o que mais me incomodou na leitura. Agora que uso óculos para quase tudo ficou meio complicado até ler em local mais escuro. Mesmo assim encarei o título Batman – Veneno. Gostei da história, que é começo dos anos 1990, com uma arte característica daquele tempo (leia-se um monte de quadros por página).
Batman - Veneno: as quatro edições em uma só publicação
4.Estreou Vingadores e nos grupos de WPP todo mundo fala nisso. Nem um pio sobre os direitos que vamos perder com a reforma da previdência que o Bolsonaro vai enfiar na nossa goela, mas tudo bem, o foco não é mesmo esse nesses grupos. Até concordo e se fosse diferente eu saísse, porque as discussões costumam ser bem rasas. Enfim, sabe um lance que me incomoda mesmo nessas horas? Essa idiota coisa do medo do spoiler. Gente, que confusão que a galera forma por conta de um comentário qualquer feito por quem já viu o filme. Eu não entendo mesmo isso. Quando alguém me conta algo de um filme, série, livro ou HQ, fico prestando atenção para depois comparar o que a pessoa disse com o que de fato foi apresentado. Daí faço uma avaliação sobre a capacidade narrativa do “spoileiro” para saber se é confiável ou não nesse sentido. Acho muito divertido isso. Vou atrás até de cena vazada se tiver rolando fácil. Já o resto do mundo, inclusive o povo aqui de casa, morre de raiva. Eu, heim, gente doida. Imagina essa galera pegando spoiler da Bíblia, por exemplo, com alguém falando que lá no Novo Testamento vai rolar a crucificação de Jesus. Ou que lá no Velho tem uma parte bem The Walking Dead chamada as sete pragas do Egito?
5. Até ontem a gasolina estava custando R$ 4,29 no dinheiro na maioria dos postos que estão em minha rota comum de deslocamento. Acho bom anotar isso para jogar na cara do povo que vive dizendo que o PT quebrou a Petrobras e que por isso estavam certos o Temer, ao autorizar, e o Bolsonaro, ao manter, a política do preço subir o tempo todo conforme a movimentação do mercado. Parece até que isso se traduz em ganho para cada eleitor desse povo. Eu fico aqui preocupado com o gasto mensal, fazendo contas para ver se não vou ficar no prego no meio da rua e o povo bolsominion elogiando e feliz com essa política de preços. Ou sou muito ranzinza e pobre ou todo mundo está ganhando bem mais do que eu.
Otaniel Souza é um cordelista de origem maranhense radicado há décadas em Roraima. O gravamos em abril de 2019 cantando, à capela, a música Os Brutos Também Amam, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos. A gravação aconteceu na edição de abril do projeto Coreto Cultural, organizado pelo também cordelista Lindomar Bach. A hastag #CulturaDeRoraima servirá para nomear a playlist de meu canal no Youtube com os registros que fizermos dos agentes culturais que atuam em Roraima. Cultura de Roraima também é o nome de um blog que mantive ativo entre 2010 e 2018, publicando matérias e colunas sobre a cultura em Roraima. Se quiser conferir, clique aqui.