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terça-feira, julho 13, 2004

O cronista

Jornalista metido a cronista, com aspirações de ser poeta. Radicado em Boa Vista - Roraima (RR) Especialista em Comunicação Social e Novas Tecnologias. Sociólogo. Professor universitário. Pai. Autor do livro digital Roraima Blues e colaborador da revista de micronarrativas Minguante. Integrante do Coletivo Arteliteratura Caimbé. Se quiser trocar idéias fora dos comentários, escreve para edgarjfborges@gmail.com.

terça-feira, janeiro 17, 2006

Roraima blues

Entra sem avisar, muda a estação da rádio, me leva da bossa nova ao blues, do samba ao rock n' roll. Sorri, pareço um tonto, perco os sentidos ao entrar em seus olhos e notar a diferenças da vida.
Conversa comigo em uma língua estranha - não há dicionário para traduzir seu efeito. Morde minha orelha e diz que vinho bom é vinho quando se ama. Toco suas costas e conto cada poro com a boca. É uma conta sem fim.

De seus dedos, tocando-me, parece sair música. Danço o ritmo que ela quer. A angústia de sua chegada é como a angústia da partida.

Rio, choro, grito, maldigo seu efeito em mim. Não sou mais homem. Sou criança pedindo atenção, pássaro sem asas, sonhador rogando por imaginação.

Esfrega-se em mim e penso que Deus é justo, mesmo sem acreditar em divindades. Um riso em meu peito é um roce na pouca paz que ainda me resta. Depois me aperta, ajudando-me a não fugir de minha condenação. Fecho os olhos e acho que enfim sou feliz enquanto rabisca sua poesia para marcar em mim seu território. E a madrugada vira manhã, tarde, noite, infinito.

De repente, alma entregue, corpo submerso, navego, flutuo, deslizo até o vulcão. Queimo, rio, é janeiro e acho que chove lá fora.

quinta-feira, novembro 20, 2008

Funarte premia ator de Roraima



Boas notícias para a cultura de Roraima. Marcelo Perez, ator e diretor do grupo Cia. do Lavrado, foi premiado pela Funarte (Fundação Nacional das Artes), órgão do Ministério da Cultura, com a Bolsa Funarte de Estímulo à Criação Artística – categoria dramaturgia. O prêmio é concedido a apenas duas pessoas por região. No Norte, a outra ganhadora foi Jória Baptista Lima, de Rondônia.



Marcelo (D) vai receber R$ 30 mil para escrever uma peça. Tá achando que é barato ser criativo?


Para comemorar a premiação, a Cia. do Lavrado fará às 20h deste sábado (22), no Centro de Cidadania Nós Existimos, uma apresentação especial da peça Homens, Santos e Desertores. O espetáculo traz o próprio Marcelo, que além de tudo também é blogueiro, e Renato Barbosa no elenco.


Vinte e quatro autores da região se inscreveram para concorrer à bolsa da Funarte. Marcelo foi escolhido com o projeto de texto Apenas um blues e uma parede pichada, que abordará o índice de suicídio entre os jovens roraimenses.


“Preciso ser beliscado todos os dias para poder acreditar. Estou super feliz. Este incentivo de R$ 30 mil possibilita aos artistas sentar e produzir sua dramaturgia com calma”, diz.
“Para a Cia. do Lavrado, este também é mais um ganho. Atualmente, a companhia é a grande fomentadora da minha vida profissional”, afirma Marcelo. O grupo lançou no primeiro semestre deste ano o seu site, com fotos, informações e agenda de apresentações. Além disso, é filiado à Federação de Teatro de Roraima.

quarta-feira, agosto 18, 2010

Mais um e-book no ecrã


A Editora Novitas, lá do Rio Grande do Sul, lançou esta semana o e-book Apenas o Necessário, com frases publicadas por 36 autores no Twitter.


Este índio blogueiro está na coletânea. Verifique na página 19.



Depois de ler minha página, com frases pinçadas do perfil no Twitter, dá um pulo no meu e-book solo, o Roraima Blues, publicado pela revista de micronarrativas Minguante, lá de Portugal.





Se tu ainda tiver tempo livre, vai na gaúcha revista Veredas, focada em minicontos e micronarrativas, clica no link “Minis por autor” e tu vai me encontrar também.



Depois de toda essa viagem virtual, volta aqui e comenta aí no espacinho dos comentários.

sexta-feira, dezembro 02, 2022

Acessem “flores do ano passado”, meu e-book de contos, crônicas e poemas na Amazon

 Salve, pessoal. 

Tenho boas novidades: já está disponível na plataforma da Amazon o livro “flores do ano passado”, meu novo trabalho. Reunindo contos, poemas e crônicas,  a obra em formato e-book  foi publicada no mês de novembro e é composta por textos que foram selecionados em concursos, mostras culturais e revistas literárias em 2021. 

O e-book está disponível neste link: https://a.co/d/fM4CLXy.  

A edição ficou a cargo da escritora e produtora cultural Zanny Adairalba e a imagem da capa é o fragmento de uma das orquídeas pintadas por Leila Baptaglin, artista plástica e professora do curso de Artes Visuais da UFRR. 

Quem for assinante Kindle unlimited pode ler a obra gratuitamente. Não assinantes investem apenas R$ 4,99 para acessar os textos.

Este é o meu quarto livro solo. Os outros são os livros de contos Roraima Blues e Sem Grandes Delongas e a obra poética Incertezas no meio do mundo, lançada em 2021.


“flores do ano passado” é resultado de um ano literariamente produtivo.  Tive o prazer de ter em 2021 textos de vários gêneros literários sendo escolhidos por revistas, mostras e concursos literários. 

São essas as minhas flores do ano passado que decidi juntar neste buquê digital. Cada texto traz uma nota de rodapé referenciando o concurso ou mostra em que foi selecionado.

Espero que vocês gostem e compartilhem em seus círculos de leitura.

A fotinha minha é de autoria de meu bróder Pablo Felippe.





quarta-feira, dezembro 28, 2011

Balanço de 2011 – o bom e o ruim

Vamos lá, fazer o tradicional balanço das coisas que me lembro que aconteceram neste ano que parecia não ter fim. Diferentemente de 2010, não vai rolar mês a mês (clica aqui para ver como foi no ano passado). 

Vou dividir no bloco das coisas boas e das coisas ruins/estressantes e encher de links para quem ler e quiser mais detalhes. 

Antes de começar, dá play nessa música do Engenheiros do Hawaii. Ela representa um pouco das motivações para a jornada literária que fiz este ano. Vai lendo e ouvindo que lá embaixo vamos mudar a batida, certo? 




O bom de 2011 

Costumo relembrar que perdi uns dez anos de minha vida focado apenas no trabalho como jornalista, prestando assessoria a instituições e pessoas e deixando de olhar por mim. 

Em 2009, quando a faixa dos 30 já havia passado, acordei e decidi retomar algumas das vontades que tinha até começar a trabalhar na área. Juntei uns amigos, troquei ideias e montamos o Coletivo Arteliteratura Caimbé  para trabalhar com arte e literatura. 

Pois bem, 2010 foi um ano de muitas ações bacanas, de muito trabalho recompensador. Juntando isso com função de representante da região Norte no Colegiado Setorial de Livro, Leitura e Literatura do Ministério da Cultura, o balanço foi proveitoso. 

Posso dizer que nunca trabalhei tanto com literatura como em 2011: desenvolvi, junto com a turma do Coletivo e outros parceiros, as ações do projeto Caminhada Arteliteratura nas comunidades indígenas Boca da Mata, Sorocaima II, Vista Alegre e Campo Alegre (todas em Roraima), Palmares (Pernambuco), Novo Lino (Alagoas), Foz do Macacoari, São Tomé e Carmo do Macacoari (Amapá). No embalo, aproveitei para conhecer Recife e Macapá

No Colegiado Setorial, entre outras coisas, dei minha contribuição para a formatação final do Plano Nacional de Cultura, peça fundamental para os rumos do setor nos próximos 10 anos. Aqui dá para baixar os documentos e conhecer mais sobre o tema. 

Este foi o ano que até sambinhas fiz.  O blues aqui é de outros anos mas nunca havia sido colocado na internet. Aproveitei um dia que a conexão estava boa e postei.  

Ah, lá com o Coletivo Caimbé realizamos, além da Caminhada, outras ações. 

Vou destacar o Poesia na Praça, que comemora o Dia Nacional da Poesia. Este  ano aconteceu na avenida Jaime Brasil, no Centro de Boa Vista. Apareceu um bocado de gente bacana para ler poemas. 

Outra parada bacana foi o sarau do Dia D' de Drummond, já no segundo semestre. Talvez em 2012 rolem outros. Vai depender de uma parceria que ainda não está fechada para garantir o suporte. Olha esse vídeo sobre o sarau que foi feito pela poeta Zanny Adairalba, parceira de coletivo: 





Na área da produção e veiculação de textos, emplaquei uns no projeto #RotaFel, que mapeou cidades com textos. Aqui você vai pro link e ainda olha os demais escritores que participaram desta história. 

Ah, sim, teve também a publicação de dois poeminhas no fanzine OrFel #1. Adorei as artes que o pessoal fez para ilustrá-los.  

Publiquei alguns microcontos na Revista Veredas,  lá do Rio Grande do Sul, e outros na Revista El 6A, do Chile

Não foi um ano muito bom para premiações. Peguei um de jornalismo na Câmara Municipal de Boa Vista, consegui classificar dois microcontos para um antologia virtual da Geração Editorial  e fechei o ano presente em uma antologia poética editada em Brasília.  Quer dizer, acho que foi um bom ano sim. Depende de como olhar e a que horas faço isso. 

De forma geral, chamo essas publicações e premiações de minhas #PequenasFelicidades, aquelas pelas quais vale a pena esperar para acontecer. 

Devo ter passado por outros momentos bons, mas com certeza ficaram registrados somente em meu perfil no twitter.  E aquele lá, entre tuitadas e retuítadas, é um mundo parelelo que não dá para acompanhar fácil. 

O ruim e estressante de 2011


Ok. Se a música lá de cima estiver rolando ainda, volta e dá um pause/stop. 

A vez é desta aqui, que sintetiza furiosamente as minhas coisas ruins e estressantes de 2011. Nunca gostei muito dela, mas como ganhei um CD do Nando Reis por estes dias e a dita cuja está no meio, parece que foi feita para 2011.



O destaque é um estresse que vem lá de 2010: a velha cervical problemática. Comecei o ano sendo obrigado a ficar deitado no chão o máximo de tempo possível, usar um colar cervical o tempo todo, escrever o mínimo possível, dirigir somente até o fisioterapeuta e a acupunturista e sentir dor, muita dor, cada vez que fizesse outra coisa. Basta acrescentar que, por recomendação médica, passei 5 meses sem poder carregar meu filho. Fecho 2011 sentindo muitas dores na cervical e braços cada vez que faço trabalho pesado ou digito muito. 

Já no final do ano, de quase aleijado passei a aleijadinho.com, visitando semanalmente a clínica de RPG e deixando lá parte do salário. Ficar em pé muito tempo? Nem pensar. E o médico já me disse: é para o resto da vida. Ou seja, lá pelos 50 devo estar uma beleza...(óbvia análise: levo este problema para 2012). 

Fosse só eu o doentinho, até que a vida iria bem, mas descobrimos lá na aldeia que o meu indiozinhho é alérgico ao mundo, principalmente se houver ácaros por perto. Isso mais uma asma mais gripes que parecem nunca sumir é igual a internações, idas constantes aos médicos e tensão o tempo todo (óbvia análise 2: levo este problema para 2012). 

Outro estresse foram os problemas financeiros. Baixa na renda familiar, contas que aparecem do nada, negócios que geram dívidas em vez de boas coisas, negócios que geram angústia em vez de felicidade. Um dos destaques fica por conta da mudança de carro. 

No meio do ano, uma semana antes de viajar ao Amapá para fazer as atividades literárias, o antigo quebrou. Gastei os tubos para consertá-lo e vendi por quase nada. Entrei nas economias de alguns anos e comprei um seminovo. O fulano logo depois me engoliu a grana ao passar por uma revisão. Fiquei um tempão sem carro nos dias mais quentes de Roraima e ainda por cima caí no prejuízo. Agora está rodando bem. 

Esse prejú do carro e outras coisas me quebraram as pernas e impediram de ir ao Rio de Janeiro participar de um evento muito legal da Funarte sobre política cultural.  

Seria um dos expositores, falando sobre o projeto Caminhada Arteliteratura, mas não deu e fiquei apenas na vontade. Não foi 100% ruim pois me chamaram para trabalhar na XXI Feira de Livros do Sesc no mesmo período. Ou seja, ocupei meu tempo e não pensei tanto no encontro. 

Fechando os destaques, fico com o lançamento de meu livro Sem Grandes Delongas. Sei, você pensará: como é que teu livro pode ficar na parte dos estesses? Ele não deveria estar no topo das coisas boas de 2011? Deveria, mas se você pensou assim, com certeza não leu este post  falando sobre o primeiro lançamento do livro em Roraima, o que aconteceu e chamando para a segunda tentativa (que ainda bem que se concretizou). 

Resumindo tudo: no dia 11 de novembro ia rolar, mas não chegaram a tempo os livros. O material, 72 exemplares, para ser bem exato, chegou só no dia 14 ou 15. A editora Novitas, lá do Rio Grande do Sul, contratada por mim para fazer a edição de 1.000 exemplares do material, me disse (antes do dia 11) que um problema na Receita Federal teria impedido o envio de todos os livros, mas que mandaria pelos Correios uma parte (esses que chegaram depois da data) enquanto resolvia toda a questão. 

Enfim, tristezas recolhidas, remarquei lançamento para o 25 de novembro, vendi vários na noite, distribui outros em locais de Boa Vista, amigos de fora do Estado já me compraram seus exemplares e já postei alguns para bibliotecas comunitárias lá do Amapá. 

Devo ter uns 10 livros lá em casa. Tudo estaria bem se os demais exemplares já tivessem chegado na minha aldeia. Lamentavelmente para mim isso ainda não aconteceu. O dono da editora me disse que tiveram uns problemas jurídico-burocráticos que estão impedindo que enviem os livros. Enquanto isso, fico aqui, no aguardo, no aguardo, no aguardo de que resolvam a vida deles lá e agilizem a vida minha aqui (perdi uns negócios por conta disso...). 

Essa história dos livros é um estresse que vou, a julgar pela proximidade com o final de semana de transição de ano, levar também para 2012 ((óbvia análise 3).

Resultado: 

Não curto este período de final de ano por ser o momento simbólico de fazer as contas e checar como foi o passado recente, projetando logo um futuro menos ruim. Na coluna dos resultados, somando os estresses com uns consertos que ainda não fiz lá na estrutura da oca, a conta ficou  vermelha. 

Mesmo assim, se você ler isto antes da virada, te desejo um 2012 melhor que este ano. Se ler depois, mesma coisa.

quinta-feira, maio 13, 2010

Agendinha cultural da capital mais setentrional do Brasil


Filme
O filme policial Remanescente das Sombras, do diretor independente Alex pizano, será exibido nesta quinta (13), às 19h, na videoteca do Palacio da Cultura, Centro de Boa Vista. Entrada franca. Este foi o primeiro e o até agora único longametragem de Roraima.


Chorinho
O SESC/RR promove nesta sexta-feira, às 20h, no Teatro Jaber Xaud o show “Choros Amazônicos”, com o músico Adamor do Bandolim (PA). Ingressos à venda no SESC/Centro ao preço de R$ 10,00 (dez reais) a inteira e R$ 5,00 (cinco reais)
a meia para estudantes com a carteirinha e comerciários.

Leitura dramatizada
O texto Apenas um Blues e uma Parede Pichada, de Marcelo Perez, será dramatizado neste sábado (15), às 20 horas,no Teatro Jaber Xaud – SESC Macejana.Esse texto é resultado da Bolsa FUNARTE de Estímulo à Criação - Dramaturgia / 2008. O ingresso é 1 kg de alimento não perecível. Conforme Marcelo,"o texto propõe uma reflexão sobre o suicídio de jovens no estado de Roraima, que hoje é o maior índice do país. De maneira alguma ele pretende mostrar alguma solução para o problema, e sim, fomentar a discussão desse tema tão importante e que, hoje, vive guardado a sete chaves dentro da sociedade roraimense."

Rock do Cipó
Começa às 18h de sábado e vai simbora até de madruga, segundo os organizadores. Outras infos direto no cartaz:



Reggae night
Também neste sábado, só que às 21h, tem o IV Festival de Reggae Boa Vista e o X Tributo a Bob Marley. O som, levado pela turma das bandas Guy-Bras, Metamorphosis e OverDrive, será no SESC-Centro.

E é tudo.

quarta-feira, agosto 05, 2009

Notas (atrasadas) sobre o V Sesc Fest Rock

Sábado, 1º de agosto.



  1. O som continua ruim. A acústica do ginásio do Mecejana não ajuda em nada as apresentações.
  2. Cheguei no finalzinho da Somero. Depois veio a Dark Zone. Que coisa horrível. Nem a minha ex-aluna que gosta de rock pesado conseguiu entender se eles tocavam trash ou death metal.
  3. Deve ser uma decepção para um pai investir em aulas de violão e ver o seu filho fazendo ruídos no palco.
  4. Não peguei o show da Kadima. Ficamos do lado de fora batendo papo.
  5. Nesse meio tempo, uma tentativa de esfaqueamento rolou bem na nossa frente. Três e uma faca contra um. Se o moleque não é rápido em levantar e sair voado pelo pátio do Sesc, tinha mãe chorando até agora.
  6. Pouco público.
  7. Macaco Bong na área. Os moleques magros de Cuiabá, ou Hell City, como eles chamam, mandam bem na instrumental. Bom para inserir em trilha sonora.
  8. O sono bate no meio da apresentação. Vamos embora por volta de uma hora perturbar na casa de Luiz Valério.

Domingo, 2º de agosto

  1. Chegamos 40 minutos atrasados, conforme a programação oficial, mas 40 adiantados conforme o aviso dos molequinhos da portaria.
  2. Veludo Branco. Muito legal o som dos caras, que tem uma boa levada de blues texano. Ao vivo são melhores que no disco demo, muito melhores.
  3. Iekuana na área. Som pesado, letras de crítica social, muito suor. Música nova para a galera. O atraso faz com Raimundos adiante a entrada no palco. Ninguém mais quer ficar do lado de fora e rola até fila para entrar no ginásio.
  4. O público é cinco ou seis vezes maior que o da primeira noite. Nas palavras do Digão, “a nata do rock de Roraima”.
  5. A galera canta e pula, a acústica parece ajudar um pouco e os Raimundos elevam a temperatura.
  6. Putz, to ficando cansado.
  7. Raimundos fecha o show e fico só esperando a negrada pedir bis. Não rola de primeira. O público de Roraima é assim. Pode ser o melhor show mas demoram a pedir a volta.
  8. Dá para ver o Digão no backstage, tipo pensando “porra, não vão chamar, não?”.
  9. Uns caras começam a gritar “Puteiro”, clássico da banda, e o Digão volta pro palco. Manda que chamem seus colegas: “é só falar ‘filho da puta’ que eles aparecem”, recomenda. Platéia obediente, frase dita, mais algumas músicas.
  10. Já é segunda e daqui a pouco tem trampo. Vambora sem ver a Mr. Jungle tocar. Fica pra outro show.

domingo, setembro 12, 2010

Surpresas no reggae





O sábado fechou bem. Estive num show da banda Guy-bras, que levou muito reggae próprio e de outros autores no Sesc Centro, aqui mesmo em Boa Vista.

O show Transparente Reggae foi comandando pelo guianense naturalizado brasileiro Mike Edwards, mais conhecido como Mike Guy-bras. Ele fundou há 17 anos a melhor (e salvo engano, única em atividade constante) banda de reggae de Roraima, com dois discos gravados, “To Zion” e “The Best Of Guy-Bras”

Acompanhei há muitos anos, bem antes da banda surgir, a que acredito ter sido a primeira vez de Mike nos palcos. Foi no Todos os Cantos, show mensal que o próprio Sesc promovia em sua unidade do Centro. O negão, que trabalhava como vendedor de doces na rua, pediu para tocar e interpretou uma música de Bob Marley, encantando a platéia. Fui o primeiro jornalista a buscar o cara para fazer uma matéria para impressos. Lembro que a entrevista foi em frente à escola São José, na beira do Rio Branco.

Desde lá já vi muita coisa do Mike e sua banda. A galera é extremamente querida aqui, principalmente na zona Oeste de Boa Vista. Tocam, obviamente, muito Bob Marley, mas também sua composições próprias, canções que o público acompanha e sempre pede bis.

O show de ontem, no entanto, foi diferente. A Guy-bras estava gravando seu segundo DVD (do primeiro é bom nem lembrar: a empresa, especialista em formaturas, fez boas imagens, mas captou áudio direto e saiu aquela coisa ruim de se ver, acabando com a empolgação dos reggueiros...). Para complementar o espetáculo, Mike convidou várias pessoas para cantar. Seu parceiro de outros shows, Wilton Fernandes, cover do Raul Seixas, foi o primeiro a subir. O cara é a cópia do Raulzito e é outra figura querida aqui na cidade. Depois subiu um hippie (o salão do Sesc estava cheio deles, os animados convidados especiais da banda), que mandou ver a clássico “Metamorfose Ambulante”. Ouvir essa letra cantada por alguém que de fato escolheu uma vida diferente dos “sujeitos normais” é outra história...

Outros convidados também subiram, como o roqueiro Rubens Júnior, cantando letras da própria Guy-bras. Entretanto, o destaque, o motivo de estar escrevendo esta postagem, apesar da dor nos dois pulsos por conta da tendinite, a surpresa, não foi nenhuma dessas participações. Para mim, o grande lance da noite ficou por conta de Leonela, uma das cinco crias de Mike com Alicia, sua esposa e backing-vocal.

Leonela é uma adolescente séria, caladona, de poucos sorrisos nas horas de show. O oposto de papai e mamãe. Há anos ela acompanha a Guy-bras como backing, mas confesso que até ontem nunca havia ouvido claramente a sua voz (isso já aconteceu comigo em relação a outras vozes de apoio, verdade seja dita). Bem, posso dizer que ontem foi uma excelente primeira vez.

A canção inicial que ela interpretou não me empolgou (desculpem, mas sou péssimo para decorar nomes de músicas em inglês, mesmo sendo as clássicas do reggae.). Na segunda, Leonela parecia ter aquecido a voz para sua entrada solo e até já estava balançando o corpo. Da terceira em diante é que o bicho pegou. Saca Aretha? Isso, a negona americana, aquela mesma. Então...pensa na filha da Aretha. Pensou? Essa é a Leonela. O vozeirão do menina é muito bom. Tem suingue, tem energia. É blues, soul, black music pura, incluindo aqui o reggae.

O lance foi tão bom e crescente que a Leonela na última entrada solo já estava até sorrindo ao interpretar a bela “Redemption Song”, fechando com chave de ouro o show de papis Mike, que agora vai agilizar a saída do segundo DVD da Guy-bras.

É isso. Longa vida ao reggae, longa vida à Guy-bras, sucesso para Leonela, que a partir de agora é minha diva local da black music.

P.S.: a banda tem um perfil no Orkut. Vê lá fotos de outros shows. Ontem esqueci de levar a máquina...

segunda-feira, maio 14, 2007

Sobre domingos chuvosos



Abrir a janela, ver a água da chuva cair e ouvir música bem baixinho, com pouca luz no quarto, é uma das coisas mais agradáveis que o inverno amazônico me proporciona. Descobri o gosto desse vício/prazer justamente em um domingo, ouvindo o blues “Come Rain or Come Shine”, a última faixa do disco Riding With The King, uma parceria do B.B. King e do Eric Clapton.

Dependendo da música e do que estiver fazendo, o som também me leva a refletir e a relembrar fatos da vida. Neste domingo, chuva lá fora, música latina aqui dentro, leio na revista Caros Amigos um artigo do Ferréz sobre uma biblioteca comunitária em São Paulo enquanto Franco de Vita faz a trilha. Ferréz fala sobre ativismo, envolvimento, Franco canta amores e amizades. Em comum, abordam ações e reações, propostas, sentidos para a existência.

Na essência, ou pelo menos para onde levo meus pensamentos, discutem como eliminar inconformidades e superar seus limites. E eu, inconformado por natureza, preguiçoso por opção, começo a pensar se a vida assim como está é tudo, lembro de conhecidos que fazem do trabalho a bússola de seus dias, transformando os resultados na empresa ou repartição o ponto alto de sua biografia.

Em um giro rápido, esqueço dos outros. O egoísmo e a vaidade são marcas de minha profissão. Penso no meu gosto pela escrita, pelas crônicas, pela expressão de pensamento. E vem o questionamento: por que escrever? Isto é, escrevo por necessidade artística e intelectual, o que inclui fazer algo além da maioria das pessoas, ou por ver o meu nome nos veículos que recebem as minhas colaborações, puro narcisismo?

Sem chegar a nenhuma conclusão, percebo que por dinheiro até hoje não foi. Segundo meus extratos bancários, 11 anos depois de ter publicado o primeiro artigo em um jornal local, ainda não recebi remuneração alguma por uma linha publicada em mais de 10 jornais e sites de Roraima e outras partes do mundo. Se é fama ou cartas dos leitores o que procuro, então alguém deve estar levando os louros e recebendo os e-mails.

Vinte músicas se passam, a chuva cessa e volta, e eu ainda não chego a nenhuma conclusão sobre a real motivação de escrever textos que não se encaixam no exigido pelo cotidiano de minha profissão. O jeito deve ser continuar vivendo e ouvindo músicas no escuro do quarto para tentar achar a resposta.

terça-feira, abril 28, 2009

Canto Forte

Comissão apresenta as 20
músicas pré-selecionadas

(Da série Clipando - Jornal Roraima Hoje, matéria veiculada aqui.)

Eliane Rocha




A comissão organizadora do primeiro Festival de Música Canto Forte apresentou ontem à tarde no Espaço Cultural Marreta as 20 músicas pré-selecionadas. Os intérpretes das composições começam agora a ensaiar para as apresentações, que serão realizadas nos dias 7, 8 e 9 de maio no Palácio da Cultura.




Os ensaios começaram ontem à noite no Espaço Marreta e prosseguem até a próxima segunda-feira, 4 de maio. A equipe de músicos é formada por Tuíto Brown (percussão); Jean Carlos (trompete); Leandro Martins (trombone); Aluízio Bezerra (sax alto); Jason Marcos (teclado); Alfredo Rolins (bateria); Hendds Williams (guitarra); Serginho Barros (violão) e Osíris Uchôa (contra-baixo).



Foram inscritas 87 músicas. Dos participantes, figuras carimbadas de outros festivais, mas também gente nova tirando do baú suas composições. Um deles é o jornalista Edgar Borges, que se lança nessa nova empreitada artística. A letra Encontros ganhou harmonia de blues do amigo e também jornalista Avery Veríssimo.



“É um poema antigo que tinha guardado em casa há uns três anos”, disse Edgar, ao revelar surpresa na classificação para o Festival. E não só ele. A esposa, Zanny Adairalba, também é uma das pré-selecionadas com a música Chegança de Bem Querer.



Canto Forte é uma idealização do cantor e compositor Joemir Guimarães, implementado através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura com apoio das secretarias estaduais de Educação e da Promoção Humana e Desenvolvimento. A empresa Rebouças e Cia. Ltda é a patrocinadora do Festival.


Premiação - O primeiro colocado no Festival receberá o prêmio de R$ 5 mil; o segundo R$ 3 mil; o terceiro R$ 2 mil; o quarto R$ 1 mil; e o quinto R$ 500. Os candidatos classificados do sexto ao décimo lugar serão premiados com a quantia de R$ 250. O melhor intérprete também receberá o prêmio de R$ 500.

segunda-feira, novembro 14, 2005

Histórias de índio: lançamento musical

Agosto de 2001. Há quase um mês em São Paulo, embarco para Florianópolis para passar uns dias na ilha enquanto não sai o resultado da prova anual promovida pelo Estadão para incluir no seu programa de treinamento estudantes de jornalismo no último ano do curso ou recém formados.

De Floripa, saio direto para a Penha, ciceroneado por Rodrigo, irmão de minha amiga Carla Cavalheiro. Gente muitíssimo boa, o guri, que nunca havia me visto na vida, aceitou o encargo de me mostrar um pouco do litoral de Santa Catarina.

Rodrigo é professor de oceanografia e surfista, daqueles que gosta de morar na beira da praia para pegar onda toda manhã. Bom guia turístico, ele sabe que a Penha não é o melhor local para divertir-se à noite. Por isso, atravessa alguns municípios e vamos cair em Balneário Camboriú, acompanhados pelo Gaúcho, seu colega de faculdade.

Em Balneário, olhando os out-doors, ficamos sabendo que rola num bar uma festa com uma banda que Rodrigo conhece de nome. A casa está lotada para ouvir o roquenrol d?Os Chefes. Bom show, gente bonita, o público e os músicos muito animados. De repente, Os Chefes tocam uma canção em inglês e todos acompanham. Olho para os lados e fico admirado com a resposta do pessoal. Será que é um lançamento, uma música que estourou durante a minha viagem? ? penso, sem conseguir identificar a melodia.

De volta a Roraima, meses depois pego emprestado um CD com os grandes sucessos de uma banda e ouço a música de Balneário Camboriú. O que eu pensava ser uma novidade era na verdade Roadhouse Blues, do The Doors, lançada em 1970.

Santo desconhecimento musical, culpa de uma vida cheia de salsa, merengue, calipso, vallenato, rancheras e outros ritmos mais latinos. A parte boa é que no Grammy Latino consigo perceber as bobagens que o pessoal do SBT fala de vez em quando.