quinta-feira, fevereiro 10, 2005

Lembranças de sumpaulo


Depois de conhecer a Praça da República, com seus pintores, artesãos, loucos, velinhos conversando, capoeiristas (na verdade, esses eu vi outro dia) e espertalhões, atravessei a rua seguindo meu inesperado guia.
Caminhamos uma quadra, passamos por duas bancas de vendedores de CD?s piratas, o bolso coçando para comprar alguns, e paramos na esquina.

- E aí, tu sabes onde estás, perguntou Avery.
(pensei que ele estava zombando de mim, marinheiro de primeira viagem na maior cidade do país. Mesmo assim olhei para aquele cruzamento, com seus edifícios feios, seus carros barulhentos, seus mendigos e cineminhas pornôs).
- Não, Avery.
- Olha para cima. Lê a placa.

(na placa, os nomes que fazem daquele lugar a esquina mais famosa do país graças a uma música de Caetano)

- Quer dizer que foi por aqui que o baiano andou quando escreveu Sampa? Esperava mais da Ipiranga e São João.

E nesse momento descobri como é difícil ver poesia na cidade de São Paulo e como é fácil andar encantado pelas ruas do centro velho. Encantado com a novidade, certo, mas com as duas mãos no bolso para dificultar o roubo do relógio.

Update

Roraima é a terra das operações da Polícia Federal atrás dos figurões que passam a mão no dinheiro público usando a mesma tática: contratam seu Pedro por alguns milhares, mas ele só fica com algumas centenas. O restante é repassado para procuradores e empregadores. Os envolvidos são chamados de gafanhotos, caçados nas operações Praga do Egito e Faraó.
Agora, com a Operação Pretorium, que trata de um esquema no Tribunal Regional Eleitoral, surgiram os besouros (por conta da cor das togas dos juízes.)

Tudo isso só confirma uma teoria para detectar quando alguém pode estar envolvido em mutretagem: apareceu muito em coluna social, desconfie.

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