domingo, abril 05, 2020

Falando de coleções: o que entrou de carrinho na casa neste primeiro trimestre de 2020

O que meu filho e eu compramos e ganhamos de carrinhos neste primeiro trimestre de 2020. Esse é o assunto deste vídeo, repleto de agradecimentos às pessoas legais que nos ajudam a aumentar a nossa coleção. Ah, também é dedicado aos netos da jornalista Cyneida Correia. 

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Quando tem tudo isso junto eu me empolgo e começo a produzir mais material. 

E embaixo do player do vídeo tem algumas fotos dos carrinhos caso queira olhar com mais calma.













sábado, abril 04, 2020

Diário da Covid-19: a primeira morte em Boa Vista no final da terceira semana

Aviso a quem chegou agora ao blog: a primeira parte das minhas impressões na quarentena está aqui. E tem um marcador chamado Diário da Covid-19 lá no rodapé. É só clicar para ler a sequência.

Para quem já leu: mexe os olhos e segue. 

29/3, domingo. Amanheceu nublado. De novo acordei ainda no escuro, mas hoje me dei folga. 72.900 Kg é o peso. Pensei que ficar isolado na quarentena me faria engordar, mas ainda não. 

Lavo a varanda da frente. O xixi do Balu e a fuligem das queimadas a deixaram suja. Ontem saímos à pé para o Mercantil do Consumidor fazer umas compras para uma pizza caseira feita pela dona Alba. Zanny disse no final da caminhadinha que estava precisando mesmo sair de casa. A entendo. Mesmo sendo adepto do distanciamento social, uma coisa é optar e outra é não poder andar por aí. Queria pelo menos dar um pulo na Americanas para ver se chegou hotwheels, mas nem isso se pode. Segurança acima de tudo. 

Saiu no jornal ontem: Roraima tinha mais casos confirmados de coronavírus. Acho que se aplicar uma fórmula qualquer onde x são os confirmados e y sejam as subnotificações, teremos um número mais real.

Caminhamos no final da tarde. O bairro normalmente não tem ninguém nas ruas, mas neste horário sempre me pareceu que as pessoas saiam para fazer esporte. Vimos quatro apenas: um sujeito que nos ultrapassou trotando, uma moça que passou por nós abrindo aquela distância de quem não quer nem sentir nossa presença e um casal em duas bikes, numa delas o bebezinho deles. 

Zanny está deixando o quintal limpo como nunca esteve. Obviamente é sua fuga mental.

O Vilela fez uma live musical ontem. Tinha feito uma outra na semana passada. Foi a primeira e segunda vez que parei mais de dez segundos para prestar atenção neste tipo de web ação. Até tomei uma solitária cerveja. 

Navegando, descubro que Jorge Drexler fez uma live de um show que cancelou. Ficou de costas para as cadeiras do teatro e mandou ver. Conta que foi extenuante cantar para ninguém.


Segunda, 30/3. Amanheceu nublado e choveu um pouquinho. Desde ontem ameaçava, mas só estava caindo fuligem. A garoa chegou quando eu já estava entrando em casa, vindo de minha corrida matinal anti-loucura. Hoje consegui bater a meta do mês: fazer 4km em menos de 30 minutos. Verdade que foi puxado. Talvez em consequência da caminhada de ontem à noite o corpo não tenha tido tempo de descansar. Em três momentos tive que caminhar para dar descanso aos pulmões. Mesmo assim, consegui. Agora vou em busca do 4,5 km e depois foco nos 5 km. 

Manhã de focar em avançar em um artigo científico a partir da dissertação. De tarde tem trabalho remoto. 

Terça, 31/3. Corro na avenida de barro. Hoje estou muito cansado e vou parando a todo momento. Encontro perto da parada deserta dos ônibus algo parecido com uma oferenda. Aproveito para descansar de novo e fotografar. Será que pediram pelo fim da pandemia? Se eu fumasse, pegava essas carteiras de cigarro e fazia a festa. 

Essa é minha avenida de corrida. Vou atéééé o final da parte não asfaltada e volto

Dois dias depois passei de novo e havia levado os cigarros. As latas e as garrafas continuavam na mesma posição

Vamos fazer compras. No Novo Tempo descubro que acabaram as promoções de terça e sexta dos legumes, frutas e verduras. E parece que tudo subiu de preço. Tem empresário que não pensa em outra coisa além do bolso mesmo. Vamos no Gavião comprar carne e as pessoas não respeitam a distância mínima entre si e ainda ficam tossindo e encostando no balcão do açougue.... De toda forma, fica o parabéns por todas as medidas que o Gavião está tomando para ajudar no achatamento da curva de propagação do vírus.

Voltamos para casa. Um estresse (necessário, Ok, mas ainda assim um estresse) isso de entrar pelo lado, lavar as solas dos calçados, lavar as sacolas de tudo, lavar as roupas com que saímos... Os que sobrevivermos a esta pandemia teremos novos hábitos de higiene, com certeza. 

Quarta, 01/04. Não vou correr. Amanheço sem disposição. 241 pessoas já morreram no Brasil. Em Roraima, ninguém. Zanny investe energias em limpar o quintal, ocupar sua mente com a atividade física para não pirar. De noite, fica vendo as lives nas redes sociais. 

Trabalho remoto. Não há muito o que divulgar se está tudo parado. Muito calor e minha conta de energia chegou avisando que veio mais alta que a do mês passado. Continuo lendo o livro de contos do Moacyr Scliar e algumas literaturas na internet. Coisas curtas que vejo aparecer o link nas TLs. 

Primeiro de abril é o Dia da Mentira e o Capitão Coronaro, nome carinhoso de nosso presidente, aproveita para compartilhar uma notícia mentirosa sobre desabastecimento na Ceasa de Belo Horizonte. A CBN vai lá e mostra que é mentira, mas já é tarde. Sua guerrilha virtual já espalhou por aí. 

Roraima fecha o dia com 22 casos confirmados de Covid-19. As pessoas por aí não parecem levar a sério. Vimos ontem muitas empresas abertas, gente falando que ia abrir, gente postando desde o final de semana vídeos mostrando que os encontros sociais continuam acontecendo...


Quinta, 02/04. Corro e aumento a quilometragem dentro dos 30 minutos. A meta agora é chegar a 4,5 km sem ser mordido pelos cachorros soltos do bairro. Corro, mas há um cansaço físico e mental instalando-se em mim. Sempre fui um distanciado social, mas estou cansando disso. Queria pelo menos ir pegar a HQ do Conan que paguei via transferência mas deixei para ir recolher no futuro sabe-se lá quando lá na banca Playboy. 

Chorei às 5h59 lendo uma postagem sobre uma senhora europeia de 90 anos que recusou ser atendida com um respirador para dar chance de tratamento a alguém mais novo. Me assusto às 10h vendo que em Guayaquil os mortos estão sendo deixados nas ruas e nas casas. Faço contas para ver qual deve ser a real proporção de contaminados em Roraima levando em conta que 9 em cada 10 casos não são detectados no Brasil. 


A preparação para a volta às aulas está acontecendo. Todos os pais de alunos da sétima série vão receber informações via grupo de whastapp. Segunda começam as atividades para valer, de acordo com o que seja para valer. 

Estou mentalmente ficando cansado.

Sexta, 03/04. Acordo sem disposição para correr, vou ver meus arquivos de texto para inscrever algum em concursos literários. Tenho vontade inscrever-me em até quatro por mês. A meta é ínfima, mas adequada à falta de foco e de concentração. É tanta coisa que parece mais prioritária que somente ontem ou hoje, não lembro, é que fui entrar na onda de anunciar que eu também posso colaborar com a minha arte para diminuir o estresse da quarentena. Basta clicar e baixar meu livro de contos

Demorei, mas fiz. Comecei esta semana a tocar o projeto de publicação do livro de poemas. Falei com a Camilita e ela fará a diagramação. Quem sabe não saio da quarentena com um livro? Me inscrevi em um concurso, errei nas orientações do edital, pedi para cancelar e me atenderam. Ganho um nova chance e percebo que ando lendo por cima demais as coisas. 

Publiquei um texto falando das playlists que montei em 2019 e 2020 para afastar o fantasma da tristeza por conta dos rumos administrativos e políticos do Brasil, vulgo a extrema direita vai acabar com tudo de bom que temos e poderíamos ter. Rolou até um ataque bolsominion no Facebook, onde publiquei primeiro. Dá uma lida aqui nessa onda. 

Final de tarde. Quente, muito quente. A UFRR prorrogou indefinidamente a suspensão das atividades administrativas e das aulas presenciais nos cursos de graduação. Ou seja, temos muitos dias de trabalho remoto por aí vindo. No final do expediente (há quem diga que é fácil o trabalho remoto, mas não é. Rola conversa cruzada, falta aquela interação física necessária para entender e encaminhar ações e ainda aumenta a nossa conta de energia elétrica), bem, no final do expediente chega  a notícia: Roraima tem oficialmente seu primeiro falecimento por conta da Covid-19. Nas redes, pessoas com estudo, viajadas e supostamente cheias d conhecimento, ainda duvidam da doença e fazem chacota. “Agora tudo é coronavírus. O cara morre de tuberculose e botam coronavírus...”. Não sei o que pensar dessa cegueira além de considerá-la sinal de estupidez. 

Vamos caminhar um pouco. O Mercantil do Consumidor está lotado. Tem compras sendo levadas pelo motoboy. “É o horário”, explico para Zanny. “Sempre está cheio entre 18h e 19h”. Caminhamos quase quatro quilômetros. Está quente, muito quente e o ar machuca as narinas. Prefiro exercitar-me pela manhã, mas é até bom sentir como é o tempo nos outros horários. Estou pensando em talvez começar a participar dessas corridas que sempre têm em Boa Vista. Quando será que as coisas voltarão à normalidade?

O aplicativo prometeu chuva, mas não teve, não


Gravei à tarde um vídeo mostrando os carrinhos que compramos e ganhamos este trimestre que passou. Vou editar de tarde e talvez domingo poste. 

04/04, sábado. Depois de uma noite sem vento e muito quente, amanheceu nublado. Acordo umas 5h30, vou correr às 7h, aumento a quilometragem, faço as flexões de peito que o poeta Joakin Antônio recomendou (esta semana aumentei em 20% o número), varro a cozinha e a varanda, tomo banho, converso com a recém-acordada Zanny, passo u, tempo vendo como estão ficando na cintura as calças, decido sentar no escritório para fechar o diário da quarentena e editar o vídeo. 

A manhã está nublada e lembro que mais cedo chorei de novo vendo cenas de enterros em São Paulo. Quando as mortes em massa forem aqui em Boa Vista, nunca mais seremos os mesmos. 

sexta-feira, abril 03, 2020

Playlists e seus nomes antiproféticos em tempos de Covid-19



Em 2019, vendo todo dia um direito sendo morto pelo governo Bolsonaro e percebendo como muita gente o aplaudia mesmo sendo prejudicada pelas suas ações, fiquei triste pacarai. Aí ouvi a música Amarelo, do Emicida, com um sample do Belchior, e fiz essa playlist. A ideia foi listar músicas que tivessem letras que trouxessem esperança, paz, calma, essas bobagens que dão força ao cotidiano.

Aí chegou janeiro de 2020 e o Bolsonaro continuou acabando com direitos, com o país, falando idiotices e sendo adorado pelos seus fãs, que sentem prazer nisso e em compartir notícias mentirosas.

Fiz outra playlist, esperançoso: o mundo e as pessoas idiotas não vão acabar com minha sanidade.

Então veio a Covid-19, a gripezinha, o resfriadinho, a quarentena, o pago-não pago auxílio aos trabalhadores, inúmeras fake news, debates intermináveis sobre ficar ou não trancados, boatos, preconceitos, gente morrendo e sendo deixada na rua, países indo para um lado na prevenção e o Brasil debatendo caminhar para o outro....

Resultado: hoje acho o cúmulo da ironia o nome dessa playlist de 2020.

P.S.: Fiz esse texto bem cedo e joguei primeiro no instagram e no facebook. Daí apareceu um professor bolsonarista aqui de Boa Vista irritado porque fiz playlists pensando nas idiotices do presidente dele. O nível de argumentação é aquele, bem bacana #SQN. Printei, pois vale guardar na lembrança:



P.S. 2: teve outra parte da conversa e ficamos assim: ele feliz com o Bolsonaro, mas sem seguir suas orientações de sair por aí já que tudo é uma gripezinha. E o papo me parece que fechou:



sábado, março 28, 2020

Diário da Covid-19: duas semanas de coronavírus em Boa Vista

Segunda (16/3) amanhecemos tensos em casa. Edgarzinho tava tossindo muito, mesmo com os medicamentos. Já avisamos cedo à coordenação pedagógica que ele só iria fazer o tal simulado, mas que a partir de terça não iria mais. Ele é que não vai ficar exposto a pegar coronavírus na escola. À tarde, o governador já adiantou as férias de julho para ficar todo mundo em casa até o começo de abril. Menos mal pela questão da saúde pública, bem ruim para quem estava pensando em viajar no meio do ano. 

Perguntei no grupo da firma como ia ser, se ia ter liberação para os técnicos e tal. Não souberam dizer, fiquei irritado, quando cheguei fui cobrir uma reunião e lá avisaram que alunos e professores teriam encontros só via internet. Os técnicos deveriam manter o trabalho, a menos que se enquadrassem nos grupos de risco. Nessas horas lamento não ter nenhuma doença grave. 

Na terça (17/3) já não tinha ninguém na firma. Saí para resolver um negócio e ao voltar por uma entrada diferente da habitual vi um monte de alunos indígenas saindo do campus. Será que os caras estão tendo aula? Pior que hoje vi em algum lugar recomendações para que os parentes que estão na cidade evitem ir para as aldeias. O lance é quebrar a corrente de propagação do vírus. 

Depois de sair do trabalho, vi uns lances e escrevi isto no Twitter (fica aí o convite para me seguir lá):  


Na saída do trabalho, às 18h, na avenida Ene Garcez, Boa Vista, cidade com 4 casos suspeitos de Covid-19: 1. Atletas jogando vôlei e outros com o personal. 2. Muitas mães e crianças no parquinho. 3. Gente comprando ingresso pro cinema. 4. Bares abrindo. RR não teme a pandemia.

Uma menina, a @caamilacesar, me respondeu descrevendo outra parte da cidade: 


Filas enormes, aglomeração de pessoas na frente do Hélio Campos (está tendo alguma coisa por lá, acredito que seja teste físico dos aprovados no concurso), pessoas indo malhar normalmente nas academias, shopping lotado e por ai vai...

Na quarta (18/3) fomos rapidamente ao Atacadão comprar coisas que estavam faltando. Eu não queria ir, mas sou bem mandado pela Zanny e prefiro não encrencar por isso. Conversamos sobre o quanto a cidade parece normal e o comportamento das pessoas não aparenta alteração. Ao mesmo tempo, acho que o coronavírus vai deixar sua marca na vida cotidiana. Pelo menos no costume de lavar as mãos. 

De tarde leio a portaria que regulamente o teletrabalho durante a crise do Corona. É que me atentei: moro com duas pessoas que estão nos grupos de risco das doenças crônicas. Uma com fibromialgia e outra com asma. Vejo uma matéria que fala das teorias da conspiração sobre quem teria criado a doença e um trechinho no final me chama a atenção: 


Se o coronavírus seguir o padrão da pandemia de gripe H1N1 de 2009, ele também vai se espalhar globalmente para se tornar um quinto coronavírus endêmico dentro da população humana.

Ou seja: o que estava pensando desde cedo tem fundamento. Essa doença pode ficar rondando nossa vida para sempre. Será a virose de todo verão em Roraima. 

Falando nisso, o governo divulgou que os nove casos suspeitos de Roraima deram negativo. Acredito? Bicho...desconfio dessas assessorias em tempo de Bolsonaro e fake news como hábito comum. Será que agora vão pedir para reabrir a fronteira, já que não tem nada de mais ou vão continuar querendo só a grana da Venezuela?  

O governador e o secretário de Saúde publicaram um vídeo no Facebook bem sorridentes, dizendo que não tem casos de Covid-19  no Estado. Não falaram que precisa fazer a contraprova e eu não me lembro de ter ouvido falar de terem testado toda a população... Tempos de pós-verdade e de falta duma assessoria para dizer "menos, chefe, menos, por favor".

Conversei um bocado pelo wpp com a minha amiga Deni Argenta. Ela me diz que no Rio de Janeiro a situação não tá muito diferente daqui: todo mundo circulando feliz pelas ruas,  inclusive os que não precisariam.  Devem estar sendo guiados pela mensagem do presidente, para quem coronavirus é histeria. 

Quinta (19/3). Acordo 4h44. Enquanto preparo o café, vejo que o filho do presidente foi buscar treta com a China por conta do corona . A embaixada respondeu afirmando que o bolsofilho estava com infecção mental. Tudo Isso no Twitter. 

Vou correr na praia. É o que me relaxa. Não tem ninguém, como de costume nas manhãs de segunda a sexta. Sábado e domingo o povo chega cedo, seja para o bronzeamento, seja para passear com os cachorros
Minhas visão matutina

O fechamento das fronteiras brasileiras cresce. Agora são oito países. Fiquei pensando nos cubanos e haitianos que estavam entrando pela Guiana. Vão ficar do lado de lá sabe-se lá até quando. Alguém me diz que a maioria dos países já havia fechado a fronteira antes. 

Fiz o documento pedindo teletrabalho. A partir desta sexta já fico em casa, trabalhando de lá. Não queria consumir minha energia elétrica, mas é melhor diminuir os riscos para a família. Pelas memorandos que chegam nos sistema interno, tem muito setor administrativo da firma já praticamente fechados ao atendimento externo. Ou pelo menos, limitando ao máximo. 

Leio que a UFPR tornou o teletrabalho algo obrigatório, não mais opcional. 

A toda hora chegam dicas de plataformas de vídeo e livros abertas para a gente passar o tempo. 

Choveu no campus. 

Sexta (20). Primeiro dia de trabalho remoto. Fico sem internet justamente ao meio-dia. Comunico no grupo de trabalho que estou me virando apenas com 4G do celular, mas que já deve normalizar. Minha colega de trabalho Gérsika me avisa: estão dizendo que um caminhão puxou um fio. Tremo, mas fico tranquilo. Devem resolver isso logo. E assim vamos, trabalhando pelo celular em mais uma tarde quente do verão roraimense. 

O brasileiro sempre decepciona:


Empreendendo na crise

São mais de 20h quando chega no grupo dos escritores a notícia de que o professor e escritor Devair Fiorotti morreu devido à complicações pós-operatórias. As redes sociais se enchem de depoimentos. Eu também fiz o meu e joguei no meu perfil do Facebook. Zanny ficou triste e ambos ficamos pensando nas crianças que deixou. 


Devair Fiorotti durante um Sarau da Lona Poética, evento organizado por mim e o coletivo Caimbé

 A notícia da morte do Devair chega quase junto com as notícias do Bolsonaro desdenhando da pandemia de Coronavírus. Ao longo dos próximos dias, ele vai se dividir entre atacar quem defende isolamento social como alternativa à propagação de casos e tentar acabar com a vida dos trabalhadores brasileiros em nome da economia. E mesmo quando recua, avança sobre a gente. 


Um comentário da internet

Arregou no outro dia

Já pensou?


22 a 28/3

Minha internet só voltará a ser normalizada na terça à tarde e eu não aguento mais a OI. Edgarzinho estava que não aguentava mais ficar off-line. Eu aproveitei que não havia como entrar na Netflix e fui encarar os livros da estante que ainda não haviam sido lidos. Devo dizer que a semana foi proveitosa nesse sentido. 
Capitães da Areia, que eu achei sempre que era Capitães DE are




Livro com foco no público infanto-juvenil, muito bom e me ajudou a entender a carreira do JK. Se lincar isso com outras biografias, dá para entender melhor a época dele


Este é uma coletânea de quadrinhos. Tenho que entregá-lo em uma biblioteca, como combinei com a autora. Já deixei na UFRR e no Sesc. A próxima será a do Palácio da Cultura


Na sexta (27) iniciei este: 
Muitos bons os contos do Scliar. É um livro grosso que só, mas as leitura caminha fácil


Não fiz foto porque larguei logo, mas ainda li umas 40 páginas de Lavoura Arcaica. Não gostei do estilo da narrativa. 

A semana toda foi de trabalho remoto em casa (na segunda a UFRR editou portarias dizendo que as atividades deixam de ser presenciais por enquanto). Quero ver como vai ficar minha conta de energia depois disto. E como tem sido quentes as tardes e noites de Boa Vista




A prefeita e o governador fecharam tudo (inclusive as praias, o que me deixa triste, já que era numa delas que eu corria toda manhã), mas reabriram depois muita coisa durante a semana. Estão pagando para ver em nome da pressão dos empresários, que alegam prejuízos e ameaçam com demitir os funcionários. E os funcionários, com medo disso, apoiam a volta ao trabalho. A Casa Grande sempre vence. Em Brasília e outros estados, Bolsonaro trava uma guerra de narrativas com os governadores e a Câmara dos Deputados. Até tentar dar esculacho no governador de São Paulo ele deu, em vez de ficar quieto e conversar como gente educada no meio de uma crise. 


Acesso à minha praia querida bloqueado. 



Matemática básica dos leitos de UTI em Boa Vista. Se todo mundo cair de uma só vez, muita gente vai morrer no corredor do Hospital Geral de Roraima


Perdi uma folha onde estava anotando as coisas que queria registrar neste depoimento. Agora vai tudo memória e baseando-me nas fotos e imagens que guardei ao longo da semana. 

Entre lidas, calor e trabalho remoto, gravei dois vídeos para meu canal de youtube. Se você não está inscrito, faça o favor de se inscrever. O primeiro foi montando um lego do Batman

e o segundo foi lendo um trecho da obra Capitães da Areia. Vai lá conferir depois os dois.

Ontem, sexta (27), o governador de Roraima disse que a partir de abril as aulas serão à distância. Não explicou como vai ser. Só fico imaginando aulas via internet nas comunidades indígenas ou nas comunidades pobres de Boa Vista.... Sem noção. Vamos ver. 

Aqui a gente tinha conversado e decidido que Edgarzinho não voltaria às aulas enquanto a crise do corona não baixar. Mesmo que isso lhe custasse o ano escolar, seria bem melhor que pegar essa doença e correr o risco de morrer. Além de não termos UTIs para todos em tempos normais, o menino, asmático e sobrevivente a cinco pneumonias nos seus cinco primeiros anos de vida, era quase um alvo pintado para o vírus. 

Sábado (28). A vida tenta seguir a calmaria. Dona Alba, mãe de Zanny, está com a gente há quase uma semana. Quase todo dia faço uma chamada de vídeo para minha mãe, buscando saber como estão por lá e como estão comportando-se. Meu pai só me dá raiva com seu comportamento de risco, mas ela minimiza. Diz que ele fala muito, mas que está tomando as precauções. 


Os velhinhos de Boa Vista e os jovens conscientes


Corri hoje, ontem e anteontem. Não na praia, mas na avenida não asfaltada que tem aqui no bairro. Vamos eu e o vento nesse horário. No máximo, alguém passando de moto, geralmente os trabalhadores da construção civil, que não parou um momento suas atividades aqui no bairro. 

Tenho acordado muito antes das cinco todos os dias. Melhor aproveitar isso queimando calorias. Meu foco é chegar a 5 km em 30 minutos. Se o coração não explodir, talvez em dois meses consiga calmamente isso. Descobri que tenho fôlego para aguentar de 15 a 20 minutos sem parar e estou me aproveitando disso. 




Sinto falta da areia da praia, confesso. Temo pelos joelhos e lá na praia eu ainda pegava bronzeado nas coxas.


Quando a praia era só minha...



Vamos agora para terceira semana. Uma certeza eu tenho e já a compartilhei aqui em casa e numa vídeochamada ao meu amigo Timóteo Camargo: só não estou pior porque já praticava o distanciamento pessoal voluntário. Agora, imagina que vivia nos bares e outros locais socializando a todo momento? Esses devem estar ficando loucos já. 

(Acho que eu estou começando a ficar cansado, mas tenho reservas para alguns dias ainda)

sexta-feira, março 27, 2020

Lendo Jorge Amado: Capitães da Areia e o orixá Omolu

Fiz uma leitura de um trecho do livro Capitães da Areia, de Jorge Amado. O trecho relata a crise do Alastrim que se espalhou por Salvador e o papel do orixá Omolu nesse momento. 

Tenho o livro há muitos anos, mas andava fugindo de leituras longas, priorizando contos em vez de romances. A quarentena do Covid-19 mudou meus hábitos. 

Achei o trecho do livro condizente com o momento que estamos passando. Duas doenças e muitas vítimas entre os mais desfavorecidos ou entre aqueles que não têm como se prevenir.  

Se gostar do vídeo, deixa seu like, compartilha com os
amigos, manda seu comentário e se inscreve no canal. Prometo ser mais produtivo o quesito "criador de conteúdo".



Uma curiosidade sobre esse livro: exemplares dele chegaram a recolhidos em queimados em 1937. Alegação: seu suposto conteúdo vermelho comunista. Ou seja, o medo e a paranoia do capital e seus consequentes ataques à cultura são um fato recorrente no Brasil. 

quinta-feira, março 26, 2020

Montando lego do Batman na quarentena do coronavírus

Passando o tempo na quarentena do Coronavírus: meu filhote e eu montamos ontem um boneco Batman de lego com quase 500 peças minúsculas. Esse lego, que não verdade tem o nome de Deforme Blocks, tem uma história: fui a Lethem ano passado e comprei uma caixinha para o Edgarzinho montar. Só que havia umas duas semanas que a poeta Elimacuxi estava querendo conversar comigo e me entregar um presente.

Pois bem: fui na Guiana tipo num sábado, comprei o lego e na quarta a Eli apareceu em casa. Toda feliz me deu uma caixinha de presente. Qual não minha surpresa ao ver que era o mesmo Batman. "Te vira e monta o meu", disse a poeta.


Demorou, mas fiz. Talvez se não fosse a quarentena, não saísse. Até o Edgarzinho, que é bom das montagens, havia desistido. "São peças pequenas demais, pai", alegou. Ainda bem que ele se empolgou ao me ver sofrer. 

 Bem, agora taí: botei em vídeo o processo e algumas bobagens que estive fazendo e quase impedem a montagem.


Se gostar do vídeo, curte, compartilha e já pega a ideia para ter o que fazer nestes tempos de #coronavírus. Ah, e o mais importante: #FicaEmCasa.

terça-feira, março 10, 2020

Cien años de soledad no braço


Depois de quase três anos fiz a minha segunda tatuagem. Botei em meu braço direito um pouco do livro que mais li e reli na vida: Cien anõs de Soledad, de Gabriel García Márquez. 

A tatoo é uma ilustração do artista plástico argentino-brasileiro-baiano Carybé para uma edição brasileira do livro de Gabo.




 Embaixo da imagem vem um trecho da descrição sobre a chuvarada que caiu em Macondo: 


Llovió cuatro años, once meses y dos días. Hubo épocas de llovizna en que todo el mundo se puso sus ropas de pontifical y se compuso una cara de convaleciente para celebrar la escampada, pero pronto se acostumbraron a interpretar las pausas como anuncios de recrudecimiento.



Choveu quatro anos, onze meses e dois dias...é muito tempo de chuva caindo nos telhados... Eu adoro chuva, mas quando quero ou preciso fazer algo que demanda tempo seco e não tenho isso já começa a me dar uma agonia e já penso “tá bom, eu pedi chuva, mas tá bom”. Fico como o personagem da música Súplica Cearense, escrita por Waldeck Artur “Gordurinha” Macedo e Nelinho:

Oh! Deus, perdoe esse pobre coitadoQue de joelhos rezou um bocadoPedindo pra chuva cair, cair sem parar

Voltando à tatuagem e ao livro: um exemplar de Cien años de Soledad, que hoje está guardado e bem surrado na casa da minha mãe, apareceu numa estante da nossa casa em Guasipati, na Venezuela, quando eu tinha uns 11 ou 12 anos de idade e eu li, reli, li de novo e a cada leitura sempre descobria uma camada diferente na saga da família Buendía. E sempre, mesmo depois de ter quase trinta anos, me assustava na última página com a descrição do fim de Macondo... 

Desde 2017 eu andava pensando no que iria colocar a mais de tatuagem no corpo. Achei nas buscas essa ilustração de Carybé, a quem conhecia de citação no diário-autobiografia de Jorge Amado “Navegação de cabotagem”. O artista fez várias outras ilustrações, mas esta é a relativamente mais simples de fazer e de visualizar. As outras têm muitos detalhes e fiquei como medo de que isso se perdesse na tatuagem. 



No final do ano passado fiz a revisão textual-conceitual da dissertação de uma colega, Vanessa Brandão, e decidi guardar a grana do pagamento para fazer a tatuagem. Enrolei, enrolei e na semana anterior à volta para o trabalho percebi que ou fazia logo ou ia demorar muitos meses mais para tatuar. Pesquisei valores com uns artistas aqui da cidade de Boa Vista e no final acabou saindo mais barata do que o orçamento que havia feito no final de 2018 com outro sujeito. E ainda pude incluir a frase. 



A dona patroa Zanny Adairalba me acompanhou na sessão, feita na quarta-feira de cinzas de 2020, e fez algumas fotos. Ficou empolgada e quem sabe este ano não seja ela a fazer uma tatuagem no seu corpo moreno. 



Eu tenho uma pasta no google drive só de imagens que gostaria de tatuar. A próxima eu queria que fosse algo do Batman, algo bem tenebroso. Talvez seja na batata, mas o mais certo é que seja no antebraço, onde possa vê-la. Eu gosto de olhar para elas sempre que posso. Fico que nem pai de criança achando bonitinho, bonitinho o filhotinho. 

E você, o que gostaria de tatuar e em que parte do corpo?

sexta-feira, fevereiro 28, 2020

Preliminares

O título parece ser sobre algo relacionado a sexo, mas não é. É sobre os preparativos para voltar ao trabalho depois do fim de minha licença para fazer o mestrado. Na verdade, trabalho e sexo, se você vulgarizar um pouco a questão, tem muita coisa em comum. Tem que se preparar, dá prazer e dá desgosto, é preciso juntar-se com outras pessoas, podemos rir e querer ficar ali horas e horas tranquilo e também podemos apenas nos lamentar e pensar “que diabos eu tô fazendo aqui?”.

Voltando a falar das preliminares para o trabalho (ah, lembrei da discussão que fala sobre sexo oral não ser preliminar e sim a parada já em andamento. Só queria dizer que concordo). Bem, voltando a falar de trabalho: estava afastado para fazer o meu mestrado em Letras. Agora que defendi a dissertação e sou um mestre dos magos das Letras Jedi, acabou a tal da “folga” que tinha. Sim, o pessoal acha que estudar é uma folga. Não sabem que em certos dias cheguei a ficar 10, 12 horas escrevendo e lendo para dar conta dos prazos. Posso também comparar com o tempo de trabalho legal de um jornalista numa redação: cinco horas por dia. Ou seja, houve momentos em que parecia o pai do Cris e sua carga horária nos dois empregos.



Me chama de mestre dos magos

Bueno...acabou a folga, volto na segunda para o meu antigo setor, o original, o que me recebeu quando entrei na instituição e do qual saí para não ter que lidar com um sujeito que havia sido nomeado chefe do setor. “Aim...mas o que é isso? Você deveria superar essas coisas, ser uma pessoa melhor, pensar na instituição e patati, patatá”. Tua cara se estás pensando assim. Nunca ouviu falar em ambiente tóxico? Em como a produtividade é afetada pela dissintonia entre a equipe? Então: ouviu agora. Consultoria fucking coach de graça aqui no Crônicas da Fronteira. Espalha por aí.

Durante o meu afastamento, o sujeito foi exonerado do cargo. Não me interessam os motivos, mas a situação: se o fato incomodador não está mais lá, quero voltar. Falei com a atual chefe do setor, que é uma querida e já havia me chefiado na coordenadoria. Juntos, cada um no seu whastapp, conversamos com a atual chefe de gabinete, que viria a ser minha superiora administrativa caso voltasse para onde estava lotado. Esta, que também é um amor de pessoa, concordou e agilizou logo os documentos que me fazem voltar para meu setorzinho querido.

Tudo isso faz parte das preliminares: conversas, pedidos, vai pra lá, vem pra cá, isso, chega tal hora, sai à hora tal... Detalhes acertados, vamos ao como fazer acontecer isso sem parecer um mulambo. Fui checar o guarda-roupa e vi que só tinha uma calça comprida jeans. Calça esta que já deve estar comemorando uns bons seis ou mais anos me acompanhando. Decidi comprar outra, mas o número 42 de calça corte reto caia feito um balão no meu corpo redondo de 164 cm de estatura. Em parte por isso decidi começar a mexer na dieta e também a correr. Agora corro todas as manhãs possíveis numa praia de água doce aqui perto de casa. Com isso me tornei aquilo que mais temia e aquele tipo de gente que sempre achei esquisita: a que acorda cedo para praticar exercícios.  

O resultado dessa nova prática é que agora em fevereiro baixei o número da calça de 42 para 40. As gordurinhas continuam balançando, ainda não vejo a ponta dos meus pés, mas pelo menos consegui comprar uma roupa nova um pouco menor. Inclusive, só estou comprando essa calça por conta do retorno ao trampo. Detesto calça comprida. Por mim, o mundo todo trabalharia de bermudas e camiseta. Ternos e outras peças de vestuário não condizentes com o nosso clima seriam proibidos, inclusive com direito àquelas plaquinhas que colocam na porta dos lugares dizendo que tal roupa não te autoriza a entrar.

Lembro que nestes dois anos afastado eu só usei calça (salvo engano) em duas ocasiões: uma foi na festa de formatura de minha afilhada arquiteta linda. Ela botou no convite que o traje esporte fino era obrigatório e por mais que buscasse no google, não achei nenhum exemplo de foto que incluísse alguém de bermuda...Aí fui arrumadinho para a festa da Sângela. Isto é um exemplo do que se faz por amor. A outra ocasião da calça comprida foi na viagem à Vitória. Para visitar a fábrica de chocolates Garoto é obrigatório usar roupa que cubra toda a perna. Não era obrigatório eu ir na fábrica, mas já que estava lá perto, que custava o sacrifício, né?

Então é isso: volto para meu antigo setor após conversar com o povo sobre ser isso o que queria, comecei a fazer exercícios para melhorar meu humor, ver a ponta dos meus pés e poder usar uma roupa menor e também estou de vestimenta limpa, nova e pronta. 

Ou seja... Preliminares: OK.

Que comecem os jogos.

quinta-feira, fevereiro 20, 2020

Anotações não tão rápidas sobre um fevereiro de esperas e partidas



Depois de dois ou três anos fiz uma viagem para fora do Estado (ir a Lethem, aqui na Guiana, não conta). Fomos em grupo (eu, Zanny, Edgarzinho, Timóteo, Grazi e Liz) para o Espírito Santo e conhecemos a serra, o mar e a zona rural de Vitória. Quer dizer, os Camargo já conheciam, nós não.

Edgarzinho, Timóteo Camargo e eu no projeto Tamar
Zanny Adairalba, Edgarzinho e eu de costas para a Pedra Azul, na Rota do Lagarto, nas montanhas capixabas

Peguei meu diploma de mestre em Letras pela Universidade Federal de Roraima e já dei entrada nos processos de volta ao trabalho e (quem sabe oxalá saia se esse governo Bolsonaro de porcaria não me prejudicar com seus cortes e maldades) progressão por titulação.

Consegui alguém para mexer no telhado da casa e tampar os buracos pelos quais a cada chuva entravam as gotinhas que estavam me fazendo perder o gosto de amar as chuvas. Que venha o próximo inverno.

Sobre o tópico número um: no Espírito Santo pela primeira vez na vida fiz arvorismo (não gostei) e me joguei numa tirolesa (de 700 metros de comprimento e 120 metros de altura). Edzinho me acompanhou nas aventuras. Ele também não curtiu o arvorismo. Ah, e nos hospedamos em um chalé que fica no parque do China, nas montanhas. Foi como amanhecer em outro país, bem mais frio e bem mais rico.

Decidi voltar a me inscrever rotineiramente em concursos literários. E já comecei.

Decidi tocar, pasito a pasito, o projeto do livro de poemas que foi selecionado no edital da Secult de Roraima, edital este que a Secult nunca pagou e talvez nunca pagará. Vou ver se imprimo por conta e faço um lançamento ainda neste semestre ou até julho.

Amanheci neste 20 de fevereiro de 2020 com 73,100 quilos. Em 21 de janeiro de 2019 estava com 80,200 kg. Ou seja, em um ano perdi 7,100 kilinhos. Agora estou vendo de novo a ponta dos meus pés e estou feliz. E acho que ganhei uns meses a mais de vida.

Ah, sobre os benefícios de perder peso: consegui voltar para o número 40 nas calças. Nem sonho em voltar a usar 38, como quando tinha 20 anos, mas estou tão feliz!

Incorporei à minha rotina matutina ir correr na praia do Curupira. Assim aproveito o balneário que tenho tão próximo de casa. Ah, e corro de sunga para aproveitar o sol e ver se bronzeio as coxas, estes pedaços de pele que nunca viram luz nos meus 43 anos de existência.

Continuo acordando muito cedo, às vezes até antes das seis da manhã. Em compensação, quando batem as 22h, 22h30 estou morrendo de sono. Até me conformo, mas estou preocupado com o costume da soneca pós-almoço. Será que vou ficar tonto de sono nas tardes após o meu retorno às labutas trabalhistas? 

Meu velho e guerreiro computador HP da tela gigante que amo deu pau, mandei arrumar, voltou ligando, mas a bateria tá indo pro espaço. Comprei esta semana uma nova. É a segunda já em...sete, oito anos de convivência? Estou aguardando a chegada para continuar usando muito o bichinho. Por enquanto, escrevo com medo do cabo sair e o computador desconectar do nada.