Manhã de segunda-feira. Calor em Boa Vista. Ar seco. Suor.
O calor me incomoda, me deixa enjoado. Mais de uma década depois, ainda não me acostumei com ele.
Na delegacia, o mau cheiro me deixa mal. Quase uma hora para registrar queixa.
O ambiente das delegacias e dos hospitais me deprime. Acho que não conseguiria trabalhar neles.
Na recepção e na sala onde se fazem os BOs, apenas um ventilador. Paredes sujas, descascando. Quero vomitar.
O policial é bom no atendimento, encaminha bem as coisas. O escrivão é educado, porém realista: vá comprar outra bike, meu rapaz. No tempo que estou aqui, nunca vi ninguém recuperar a sua.
Eu também, penso. É a quinta que me furtam desde que vim morar aqui. A mãe de uma amiga me orientava sempre a deixar preenchido o formulário de queixa. Agilizaria minha vida.
Já me levaram gravadores, tênis, sandálias, camisetas, bermudas, mochilas, livros...apenas para falar de objetos. Nunca os recuperei. Apenas para mencionar objetos.
Acho que não vou mais trilhar neste ano. Mais um da turma que entra de licença forçada.
Na rua, olho todos os ciclistas com mais atenção.
Perder é bom por isso. Os detalhes do mundo passam a ter mais importância.
A perda também quebra rotinas. Mas tudo o que não precisava nestas duas semanas era isso, assim como a necessidade de ir à Venezuela repentinamente.
O que desejo para o ladrão? Nada de mais. Não sou vingativo. Apenas que seja atropelado. Ou que um cachorro o morda na jugular na próxima vez que entrar no terreno alheio.
Acho que o calor me deixou irritado...
O calor me incomoda, me deixa enjoado. Mais de uma década depois, ainda não me acostumei com ele.
Na delegacia, o mau cheiro me deixa mal. Quase uma hora para registrar queixa.
O ambiente das delegacias e dos hospitais me deprime. Acho que não conseguiria trabalhar neles.
Na recepção e na sala onde se fazem os BOs, apenas um ventilador. Paredes sujas, descascando. Quero vomitar.
O policial é bom no atendimento, encaminha bem as coisas. O escrivão é educado, porém realista: vá comprar outra bike, meu rapaz. No tempo que estou aqui, nunca vi ninguém recuperar a sua.
Eu também, penso. É a quinta que me furtam desde que vim morar aqui. A mãe de uma amiga me orientava sempre a deixar preenchido o formulário de queixa. Agilizaria minha vida.
Já me levaram gravadores, tênis, sandálias, camisetas, bermudas, mochilas, livros...apenas para falar de objetos. Nunca os recuperei. Apenas para mencionar objetos.
Acho que não vou mais trilhar neste ano. Mais um da turma que entra de licença forçada.
Na rua, olho todos os ciclistas com mais atenção.
Perder é bom por isso. Os detalhes do mundo passam a ter mais importância.
A perda também quebra rotinas. Mas tudo o que não precisava nestas duas semanas era isso, assim como a necessidade de ir à Venezuela repentinamente.
O que desejo para o ladrão? Nada de mais. Não sou vingativo. Apenas que seja atropelado. Ou que um cachorro o morda na jugular na próxima vez que entrar no terreno alheio.
Acho que o calor me deixou irritado...
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