quinta-feira, abril 16, 2009

Ratadas, barrigadas etc.


Sou professor de jornalismo pela segunda vez há um ano e meio. Já dei aulas para as turmas do segundo, terceiro e quarto semestre. A cada período, mudam as disciplinas. Se isso me complica um pouco a vida, já que sou obrigado a arranjar tempo para ler novos livros e artigos a cada semestre, por outro amplia a minha visão sobre a parte teórica da profissão e me ajuda a aprimorar meu senso de programação acadêmica.

Atualmente, leciono para o terceiro e quarto semestre. É uma seqüência: 3 e 4. Bem facinho de decorar. O problema é que a idade prejudica minha memória e sempre tenho que fazer força para lembrar quais são as turmas. Demoro em média uns cinco segundo até conseguir dar o nome correto de cada uma. As disciplinas eu decorei o nome, inventei siglas próprias para minhas anotações e tal, mas as turmas...

Até o pessoal que fica nos corredores já decorou quais são. Quando chego reservando o projetor ou um laboratório, eles dizem: - Terceiro ou quarto, professor?

Eu fico assim, pensando, até me lembrar qual é a turma.

Há umas três semanas organizei uma palestra sobre a influência das Assessorias de Imprensa (AI) na agenda da mídia. Íamos discutir isso, agenda setting, fluxos da comunicação etc. Daí eu abro a palestra, apresento os convidados às turmas e vice-versa. Os convidados falam, abrimos para perguntas e eu digo:

- E aí, pessoal do quinto (a minha turma) ou do terceiro (convidados especiais), não vão perguntar mais nada?

Um dos meninos olha para os lados e diz: professor, nós somos do quarto semestre.

Aí veio outro e falou: e nós somos do segundo...

Um segundo de estupefação e a minha resposta clássica para estas situações: quinto, quarto, segundo, terceiro, é tudo a mesma coisa, gente. Tem pergunta ou não?

A última ratada foi ontem. Mandei um texto para divulgar no site da faculdade uma palestra no quarto semestre abordando mídia e religião. E já fui escrevendo com aquele cuidado de não trocar a numeração. Deu certo na última parte do texto, mas na primeira falhou a revisão: em vez de quarto, lá ficou o maldito quinto semestre aparecendo logo de cara.

O pior é que quando sai escrito não dá para falar “quarto, quinto, tudo é a mesma coisa”.


................
P.S: Veja no blog Terceiro Semestre as impressões da molecada após fazer matérias para o jornal-laboratório União Informa.

P.S.2: Faça um blogueiro feliz. Comente este post e todos os que você ler aqui.

quarta-feira, abril 15, 2009

Compartilhando informação e conhecimento



Eu até poderia traduzir o texto selecionado, mas a preguiça é grande. Porém, é menor que a vontade de ser mais um a replicar/compartilhar o conteúdo do ensaio do jornalista gringo Andrew Sullivan sobre os motivos que o levam a blogar todo dia, o tempo todo. Peguei somente as que considerei as melhores partes ou as que dizem mais respeito à vida de nós, blogueiros.


Faz um esforcinho e lê, pelo menos, esses pedaços em espanhol. A versão original, em inglês, tu encontra aqui, e a tradução completa aqui.

Tem até foto do cara e um vídeo no qual discute a piração de ficar escrevendo (de graça ou não) o tempo inteiro.

Como sou muito legal, se alguém tiver dúvidas sobre o significado de alguma palavra, é só deixar na caixa de comentários do haloscan que me prontifico a traduzir. Aproveitem.


¿Por qué blogueo?

Andrew Sullivan


Bloguear, en consecuencia, es a la escritura lo que los deportes extremos son al atletismo: algo más libre, más propenso al accidente, menos formal, más vivo. Es, en muchos sentidos, escribir en voz alta.
(...)
El blog, desde luego, ha seguido siendo un medio superficial. Por superficial, simplemente apunto que el bloguear recompensa la brevedad y la inmediatez. Nadie quiere leer un tratado de nueve mil palabras en línea.
(...)
Bloguear en consecuencia consiste en dejar que tu escritura vague, mantenerla al alcance de la mano, abierta al escrutinio, permitirle flotar en el éter durante un tiempo y dejar que otros, como hizo Montaigne, te empujen hacia la verdad relativa. Un blogger se dará cuenta de ello casi desde el mismo comienzo. No es sorprendente que algunos de los que nos escriben emails saben más del tema que el blogger.
(...)
Y si piensas que bloguear es más como un programa de micrófono abierto o una agencia de noticias que una revista de opinión o un diario, entonces este énfasis personalizado resulta menos sorprendente. La gente tiene una voz para la radio y una cara para la televisión. Para bloguear tienen una sensibilidad.
(...)
La grosería es en cualquier caso lo peor que le puede suceder a un blogger. Ignorar a un blogger una grosería. Tal vez la cosa más fea que le puedes hacer a otro blogger es destrozarlo y después no ofrecerle un link.
(...)
La noción triunfalista de que bloguear debe de alguna manera remplazar la escritura tradicional es tan alocada como perniciosa.
(...)
De hecho, a pesar de toda esa intensa aura de sufrimiento que rodea a los periódicos y las revistas, esta es una Edad de Oro para el periodismo. La blogosfera ha añadido un nuevo dialecto al acto de escribir y ha introducido a toda una generación completamente nueva a la no ficción. Ha permitido a los escritores escribir en voz alta de forma nunca vista o comprendida antes. Y sin embargo, ha expuesto un hambre y una necesidad por la palabra escrita que, en la era de la televisión, había parecido desvanecerse.
Las palabras, de cualquier tipo, nunca han parecido tan actuales.

terça-feira, abril 14, 2009

Sim, temos bananas...


(Série Cenas e fotografias de Boa Vista)



E outras tantas frutas, verduras e legumes à venda todo final de semana na Feira do Produtor, localizada ao lado da avenida Venezuela, via que na década de 1990 convencionou-se chamar da linha divisória da Boa Vista rica e da Boa Vista da periferia.


(foto minha: Edgar Borges)

Todo sábado a feira enche, com vários produtos muito mais em conta do que qualquer vendinha ou supermercado da cidade. Reformada há alguns anos, tem barracões para cada tipo de produto. Esse da foto é do exclusivo para bananas, a maioria vinda da região sul de Roraima. O cacho, dependendo do tipo, do mês e de quanto está maduro, pode sair entre dois e cinco reais.

segunda-feira, abril 13, 2009

Semelhanças

Antes era Centro Federal de Educação Tecnológica de Roraima.




Agora virou Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima


Com uma logo que me pareceu lembrar a da Fundação de Educação, Turismo, Esporte e Cultura de Boa Vista. Acho que somente por conta do verde "fique calmo e relaxe".

quarta-feira, abril 08, 2009

Putz...já é páscoa...



Não sou cristão nem adepto de nenhuma religião, mas sei que a data é importante para a humanidade. Pena que hoje todo mundo acredite que é somente para comprar e presentear com ovos de chocolate. No máximo, que se trata de um feriadão.



Mas eu sou índio velho consciente das datas e de seus significados. Por isso, vou aproveitar o lance do milagre da volta da vida e compartilhar com meus amigos, rir, escutar música e, principalmente, brincar com esse indiozinho aí da foto. Ele, com certeza, é o meu milagre da vida.
Até segunda!



Fotinha de orkut: a molecada já nasce plugada
Roraima existe

Esse é o tema da I Mostra de Trabalhos Criativos dos acadêmicos da Faculdade Atual da Amazônia, uma das atividades da VIII Semana Roraimense de Comunicação e Marketing.


O evento será nos dias 12, 13 e 14 de maio, com o tema “Grandes Oportunidades à Vista!”.

Conforme o regulamento da Mostra, o conceito expressa o atual contexto de Roraima, com a implantação da ALC (Área de Livre Comércio) de Boa Vista.


A mostra será dividida nas seguintes modalidades:
a) Curtas de 1 minuto;
b) Paródias;
c) Composição Visual e
d) Fotografias.

O regulamento taqui, ô.


Podem participar da Mostra alunos regularmente matriculados nos cursos de graduação da FAA e do curso de Comunicação Social da UFRR. Mas se liga: não há premiação em dinheiro. Os expositores receberão certificados de participação que contarão como horas de atividades complementares. Isso já vale, né? Ou tu tava querendo levar o milhão do BBB?


terça-feira, abril 07, 2009

Série Remember - a caminho dos cinco anos

Em 10 de agosto de 2004, no primeiro ano deste blog, publiquei esta crônica, inspirada numa viagem à Venezuela. Rendeu-me bons comentários. O melhor foi ter sido comparado ao estilo de Charles Bukowski.

Mais um final de semana

Esvazio mais uma garrafa de cerveja enquanto meus amigos conversam sobre seus filhos e suas amantes. A tarde está quente e a transmissão do rádio diz que o meu time está perdendo novamente. Amanhã será domingo e com certeza amanhecerei de ressaca.

Não sei se é pior a resultante da bebida ou a proveniente do convívio com as pessoas que geralmente se misturam nos finais de semana à fumaça do cigarro da casa de bilhar onde me divirto bebendo, fumando e apostando nos cavalos.

Gosto de cavalos. Eles pelo menos algumas vezes me trazem lucro. Quando ganho uma aposta, tomo rum. Se a tarde é boa, arrisco um trago de uísque e compro um pouco de carinho. Tudo para esquecer que logo será segunda e o meu maldito trabalho estará lá, a minha espera, como uma onça espreita a presa.

segunda-feira, abril 06, 2009

Hoje em dia erros acontecem, inclusive na Rede Record




O programa Hoje em Dia, da Rede Record, veiculou na manhã desta segunda (6) a matéria relacionada à seletiva local do Beleza na Favela. Belas imagens, alta produção, panorâmica feitas do céu. De repente, no meio do off da repórter, me sai um “Rio Branco” referindo-se à capital Boa Vista.


Tudo bem que do lado direito do nosso rio Branco foi fundada Boa Vista, que há muitos e muitos anos era Boa Vista do Rio Branco, mas o Acre fica bem distante daqui e os caras de lá também não gostam de ver o nome da capital deles trocado.

Aí, quando abriu para o trecho da matéria feito numa maloca do município, apareceu o letter “Boa Vista (RO)”, trocando o RR de Roraima pelo RO de Rondônia. Tudo bem que tudo é Amazônia, mas um mapinha pendurado na redação ou uma consulta ao Google não faz mal a ninguém.

Então, vai aí: Boa Vista é capital de Roraima (RR), como bem lembrou o pessoal do estúdio.

Ah, a escolhida foi a adolescente Rayssa, de apenas 14 anos e segunda participação no programa. Eu torcia pela garota com traços mais indígenas. Seria mais exótica, mais regional que a branquelinha do bairro (ou comunidade)Aparecida.


De todo jeito, o lance agora é torcer pela Rayssa e esperar que se dê bem.

sábado, abril 04, 2009

Vamos fechando, vamos fechando...



Fazemos agora a leitura das crônicas. Fabio aponta onde podemos melhorar e nos preparamos para ir embora. À noite tem tambaqui assado para alguns da turma e palestra sobre dança para outras pessoas. Valeu, bom final de semana e até outra postagem
Macondo na Linha do Equador

(Texto-exercício para a Oficina do Rumos Itaú Cultural, publicado originalmente aqui)

Abril é sempre calorento, mas desde ontem chove um pouco na cidade. Quer dizer, chove intensamente por alguns minutos e aí o sol ressurge para lembrar que estamos no meio do planeta, próximos à Linha do Equador e não temos direito a dia frios. Quando muito, uma vez por bimestre no verão, a dias amenos.


Fim de tarde fotografado por Marcelo Seixas

Março foi bravo. Secou tanto no lavrado que em alguns dias era difícil até respirar. De um trabalho para outro saía correndo para entrar na sala e aproveitar ao máximo os condicionadores de ar no máximo.

Alguns amigos não têm essa sorte e ficam o dia todo pegando o sol que queima o lavrado. Amigos e parentes. Meu pai é um deles. Neste ano, meio pela crise, meio pela vontade de trabalhar um pouco mais afastado, garantiu um trampo na Venezuela. Lá, apesar de muito quente em algumas regiões, sempre venta mais que aqui no começo da manhã e no final da tarde. Dá até para colocar as mãos nos bolsos das calças e pensar em usar jaquetas.

Aqui não. Aqui é uma Macondo sem estação de trem, sem uma família de Buendías, mas com aquela loucura das pessoas e a simplória divisão do tempo em dois blocos: calor e chuva, chuva e calor.

O bom de ter um verão tão definido é que sabemos quando poderemos assistir a shows e atividades culturas feitas ao ar livre. A menos que entre uma grande fria pelo Atlântico, não há risco nenhum de cancelamento. Mas, por garantia, é bom não contar com a certeza climática quando se vive em Macondo, quer dizer, em Boa Vista.

Quarta fase do Rumos Cultural em Boa Vista



Fabio Malini acaba de dar uma aula sobre blogs e a história e repercussão dos mesmos na comunicação. Depois falo mais disso. Agora o lance é produzir uma crônica sobre Boa Vista e eu ando a zero imaginação.
Histórias de nomes de jornalistas

Quer saber de onde surgiram os nomes de alguns profissionais e estudantes de jornalismo de Roraima? Clica aqui para saber. Tem a história do Tana Halu, do Nei Costa, Cyneida Correira, Adriana Cruz, Eliane Rocha e de um outro tanto de gente que eu não conhecia.

E aproveita para conferir a última atualização, em muitas e longas semanas, do blog do Nei, outro participante da oficina do Malini, esse carinha de 32 anos aí da foto:




Lá no fundão, este cronista escuta com atenção a fala do Dr. Malini

As demais fotos da oficina estão disponíveis no Flick.

Antes que me esqueça


Que mulher inteligente, hábil no trabalho e BONITA (em caixa alta mesmo) é a jornalista Eliane Brum.

A história de meu nome


(Exercício para a oficina do Fábio Malini, publicado originalmente aqui)


- Nome?

- Edgar

- Nome completo, por favor?

- Edgar Jesus Figueira Borges.

- Dos nomes, algum é herança de um antepassado, amigo dos pais, ator de novela?

- O Edgar é de meu avô materno. O Jesus veio direto de meu pai, Sebastião Jesus.

- Legal…

- Na verdade, o nome era para ser Edgar Borges Ferreira Neto, mas na Venezuela não aceitaram.

Fotinha de passaporte


- Como?

- Deveria ter sido registrado com o nome de meu avô materno, mas como nasci na Venezuela - os meus pais são brasileiros, antes que você pergunte - as leis da época não deixaram e tal.

- Que chato.

- Nada. Juntou o Edgar Borges de meu avô com o Jesus Figueira de meu pai. Ficou quase igualzinho.

- E que nome profissional você usa?

- Edgar Borges.

- Ou seja, deu no mesmo, né?

- Então…mas lá na Veneca o costume é te chamar pelo sobrenome do pai. Isso significa que até os meus quase 15 anos fui Edgar Figueira.

- Isso não te dá uma crise de identidade?

- Nada. É uma história legal de se contar. Imagina meu filho explicando de onde saiu o Bisneto dele.

- Como?

- Meu filho…

- Sim…

- Edgar Borges Ferreira Bisneto. Fiz até um blog, que não alimento mais, para ele.

- Cara, você gosta de teu avô, heim?

- Gosto, o velho é gente boníssima.

- Ok, então. Pode sair. Próximo!

- Peraí. Sabia que ainda tem o meu tio, que é o Edgar Filho, e um jornalista, como eu, que é da Venezuela, é escritor premiado e tal, que também se chama Edgar Borges?

- Sério?

- Sério, vai no Google que tu acha.

Segundo dia de oficinas do Itaú Cultural

Começa agora a oficina Blogs, Estilos Textuais e a Construção da Reputação em Rede, com Fabio Malini. No momento, Claudiney Ferreira fala dos editais, das premiações para os estudantes (publicação em revista, viagens etc.) sobre ouvir, sobre os blogs do Rumos e do Fábio para o Rumos.

Luiz Valério está "twitando" e blogando também caso você queira dar uma olhada em outras informações.

Outras infos de Boa Vista:

Chove desde ontem. Quer dizer, chove e para. A cidade está muito agradável, mesmo com o sol forte de sempre.

sexta-feira, abril 03, 2009

Quem sou eu

(Segundo texto-exercício para a oficina de jornalismo cultural do Itaú Rumos)


Sei lá quem sou eu. Eu sei o que faço, do que gosto, o que quero. Sei que hoje gosto de coisas, pessoas e até comidas que ontem não gostava. Sei que sou jornalista (à época do vestibular ainda não havia cursos de filosofia nem psicologia em Roraima) e sociólogo de graduação, assessor pela remuneração e professor por diversão e talvez um pouco de brilho no ego.

Gosto de ler, apesar de cada vez fazê-lo menos quando o meio é o livro em papel. Sou pai de um lindo indiozinho de um ano e três meses, tenho livros de poesia e prosa no prelo. Sou escritor no ciberespaço. Sou chato para alguns, divertido para outros. Melancólico também. Sou materialista, apesar de não gostar disso. Sou controlado, extremamente controlado nos meus impulsos. Tenho um pouco de medo de dar vazão a eles. Sofre da síndrome de ser de nenhum lugar (culpa de ter vivido anos na Venezuela e o outro tanto no Brasil), de querer o que não tenho e me cansar do que sou e tenho.

Sei lá quem eu sou. Acho que vou me procurar no Google, como sempre recomenda a minha amiga Cyneida.

A busca do singular

(Texto-exercício produzido para a oficina de jornalismo cultural do projeto Rumos)


Sexta chuvosa, 3 de março de 2009. Mais de 20 alunos de jornalismo e profissionais graduados deixaram suas casas e trabalhos para participar de uma palestra sobre jornalismo cultural com Eliane Brum. No bloco 3 da Universidade Federal de Roraima, todos aguardam o começo da atividade, prevista para as 9h30.

Eliane chega em um carro da Universidade, entra na sala de informática e aguarda o fim dos preparativos. Conversa com alguns blogueiros que haviam visitado o blog do projeto Rumos, iniciativa do Instituto Itaú Cultural e responsável pela sua segunda visita conhecida a Roraima.

Gripada (“Peguei um vírus em algum lugar do Norte”, conta), a jornalista começa sua palestra falando do personagem Tião Nicomedes, ex-morador de rua que virou escritor de livros e peças de teatro. Eliane tem a fala mansa, é magra, com aquilo que alguns chamariam de aspecto suave. Impossível imaginar que é a mesma pessoa que despertou a ira da sociedade local em 2001, quando publicou uma matéria para a revista Época abordando algumas singularidades de Roraima, como danças de forró na Praça das Águas e o preconceito contra os indígenas (Ok, é verdade, o preconceito não é tão específico do Estado).

Eliane trata da busca do personagem singular e recomenda: para que o encontremos, precisamos olhar primeiro para nós, buscar conhecermos. Parece fácil, mas quem disse que olhar para si é tão fácil como olhar para o outro?

quarta-feira, abril 01, 2009

Vai pensando que é só ir passando


Se para baixo todo santo ajuda, então para cima o lance é direto com Deus, Alá, Buda, Vishnu etc.


Contudo, porém, entretanto, quando até o caminho para o espaço celeste está bloqueado para acesso direto e ninguém sabe dizer quando o sinal vai abrir, o que se faz?

No mínimo, vai pedir perdão pelos teus pecados, pela conta não paga no bar de Seu Pedro, pela mulher/marido de teu/tua amigo(a) que você pegou enquanto ele (a) estava dormindo, pelo serviço que tu contratou e nunca pagou, pelo aumento que se prometeu e nunca se deu, pela mentira que homens e mulheres contam.

Ou então avança logo o sinal.

terça-feira, março 31, 2009

Quais rumos você quer tomar?

A Universidade Federal de Roraima (UFRR) e o instituto Itaú Cultural realizam nesta sexta e sábado o lançamento dos editais Rumos 2009, com palestras sobre Dança Contemporânea e Oficinas de Jornalismo Cultural. Os editais deste ano estão focados nas áreas de expressões da Arte Cibernética, Cinema e Vídeo, Dança e Jornalismo Cultural.


Conforme a programação, haverá oficinas e palestras gratuitas. Bom para o Itaú Cultural, bom para nós, que temos a chance de ver novos rumos no jornalismo local. O resultado depois você pode conferir no blog dos caras.

Atividades

Oficinas de Jornalismo
Campus Paricarana
Laboratório de Informática do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT), sala 312, Bloco III / Tel (95) 3621-3106.

Dia 3 de abril - sexta-feira

Das 9h30h às 12h30 e das 14h às 18h - (40 vagas - de acordo com a ordem de chegada)

Em Busca do Personagem: Um Olhar Singular, com Eliane Brum

Oficina de reportagem em jornalismo cultural, com destaque para a construção de personagens. Aberta a profissionais e estudantes de jornalismo, a atividade tem como foco uma reflexão sobre o que é um olhar singular para o jornalista, que deve ser livre de clichês, do óbvio e do mero exótico. A definição do projeto, a organização da pauta e as técnicas de entrevista são alguns dos tópicos abordados. Os participantes que quiserem produzir um texto terão seu trabalho divulgado no blog do Rumos.

Eliane Brum é jornalista e documentarista, repórter especial da revista Época, com mais de 40 prêmios de reportagem, como Esso, Vladimir Herzog e Sociedade Interamericana de Imprensa. Gaúcha de Ijuí, trabalhou no jornal Zero Hora, de Porto Alegre. O Olho da Rua (2008, Globo) é seu terceiro e mais recente livro. O documentário Uma história severina (2005), do qual é co-diretora e co-roteirista, foi contemplado com mais de 20 prêmios nacionais e internacionais. Seu foco de trabalho são os personagem anônimos.


Dia 4 de abril - sábado



Das 9h30 às 12h30 e das 13h às 18h - (40 vagas - de acordo com a ordem de chegada)

Blogs, Estilos Textuais e a Construção da Reputação em Rede com Fábio Malini
Oficina que aborda o estado geral da blogosfera brasileira, mostrando os diferentes formatos e estilos textuais dos blogs brasileiros - sobretudo as clivagens entre blogs, jornalismo e literatura - que se predominaram durante os últimos 10 anos na rede. A atividade também discute o estado da blogosfera local em cada um dos Estados onde é realizada e, num terceiro momento, propõe exercícios de produção de textos para blogs, técnicas de construção de reputação e relevância em blogs. Por fim, há um debate sobre os principais dilemas da prática blogueira.

Fabio Malini é professor adjunto do Departamento de Comunicação da Universidade Federal do Espírito Santo, pesquisador-associado do Laboratório de Estudos sobre Território e Comunicação e do Laboratório CiberIdea, ambos da UFRJ. É membro da equipe do periódico acadêmico Revista Lugar Comum e do comitê editorial da Revista Global.Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Redes Sociais, Território e Novas Mídias. Vive e trabalha em Vitória (ES). Mantém o blog http://fabiomalini.wordpress.com/


Palestra Processos de Criação em Dança Contemporânea

Campus Paricarana
Auditório do Núcleo de Estudos Comparados da Amazônia e do Caribe (NECAR), Anexo do Bloco I.


Dia 04, abril - sábado


19h

Palestra Processos de Criação na Dança, com Marcelo Evelin
50 vagas (por ordem de chegada)

A palestra abre a discussão sobre processos de pesquisa, partindo do questionamento do corpo como matéria, sujeito, pensamento e ação em dança. Os trabalhos de coreógrafos da atualidade são abordados para tratar da concepção, improvisação, criação e desenvolvimento de material coreográfico e dramaturgia na construção de uma obra de dança contemporânea.

Marcelo Evelin é coreógrafo, diretor e intérprete. Criador residente do Hetveem Theater em Amsterdã, com sua Cia. Demolition Inc., desde 2006 administra o Teatro Municipal João Paulo II, em Teresina (PI), onde fundou e dirige o Centro e Núcleo de Criação do Dirceu.

segunda-feira, março 30, 2009

Taca fogo

Em nome do desenvolvimento, queimemos tudo antes que seja tarde demais para não progredir.
Na cidade, derrubemos todas as árvores que ocultam as fachadas de vidro de nossas lojas.
E esses rios? Para que rios se a água vem pela tubulação? Suja, suja tudo.
As consequências? Bah, quem se importa se poderemos comprar centrais de ar condicionado?
Querem amenizar? Então façam como já se faz: pensem que estão em Paris e plantem palmeiras, palmeiras, palmeiras que não protegem do calor nem dão sombra.


Charge da ComCiência, revista eletrônica de jornalismo científico.

quinta-feira, março 26, 2009

Mais uma dose

Lembro-me como se fosse agora, como se tivesse acontecido no começo desta frase. Era uma da manhã e o bar estava quase vazio. A luz amarela realçava a fumaça dos cigarros e tornava os ocupantes das demais mesas seres desfocados.

Pedi mais uma dose. O dono do boteco disse que estavam fechando. Pedi mais uma dose. Ele repetiu a ladainha:

- Estamos fechando. Já é quarta-feira e até eu tenho que acordar cedo.

E eu perguntei alguma coisa sobre a vida dele? Ele por acaso não tinha percebido que um homem bebendo até de madrugada no meio da semana só possui três opções de vida: estar desempregado e depressivo, ser um bebum assumido (com ou sem grana) ou então sofrer do mal do amor não correspondido?

- Mais uma dose, por faaavoor, repeti, enfatizando bem a última palavra da frase.

De cara feia, o dono do bar não trouxe a dose e sim a conta. E eu pedi a conta? Se por acaso eu tivesse preocupado em pagar estaria pedindo mais uma?

Depois disso, só lembro de ver o seu João, 55 anos, havia 20 à frente de seu boteco, estirado no chão. Igualzinho às cenas de cinema, o sangue escorria de sua cabeça partida por mim com a cadeira de ferro que ele insistia em não trocar por outra mais confortável. Depois veio a polícia, a fuga, a prisão, a condicional, um novo amor, uma nova decepção e mais uma dose.

Lembro-me como se fosse agora...

terça-feira, março 24, 2009

Rotina


Um dia, acordou cansado da vida que levava. Decidiu não tomar o café de sempre, na cadeira de sua casa de sempre e foi comer na pastelaria duas esquinas à frente. Encontrou lá a que seria o seu feliz amor se acaso ela soubesse que o destino os havia definido como amantes eternos.

Ela não sabia e não se preocupou em saber. Estava demais ocupada rindo com o seu amor concreto e presente.

Nessa manhã, e em muitas outras até o último de seus dias, ele continuou cansado da vida que levava.

segunda-feira, março 23, 2009

Es por ti

Frases de músicas podem definir o motivo de não desanimar nesta vida:



Cada vez que me levanto/y veo que a mi lado estás, me siento renovado (...) es por ti…/Que late mi corazón/Y es por ti…/Que brillan mis ojos hoy

(Juanes, Es por ti)





Bendita la luz, bendita la luz de tu mirada,/Bendita la luz, bendita la luz de tu mirada,/Desde el alma

(Maná, Bendita tu Luz)



E vamo que vamo numa semana que promete.

sexta-feira, março 20, 2009

Pa’lante, pa’lante, como un elefante

A semana não foi fácil. Amigos estiveram a um passo de morrer acidentados, parentes perderam o emprego, um cão da Guarda Municipal mordeu o índio velho e o calor não diminui. Felizmente chegamos vivos à sexta.
Que venha agora para ser encarada de frente a próxima semana, com chuva ou sem chuva.



Afinal, no fim do túnel há uma luz que não é um trem e no fundo do poço tem mola, não uma pá.


quinta-feira, março 19, 2009

IV Mostra de Música Sesc Canta Roraima abre inscrições



Chega ao seu quarto ano o Canta Roraima. Ou seja, há quatro ou cinco anos que falei com a Rosana Santos, então chefe do setor de cultura do Sesc, e Zanny Adairalba, então chefe da divisão de cultura da Prefeitura de Boa Vista, sobre como seria legal as duas instituições fecharem um acordo para multiplicar o alcance das ações na área.

O resultado foi um convênio entre a Prefeitura e o Sesc, com dois discos gravados ao vivo e um que ficou preso no estúdio por alguma questão burocrática. Para mim, a melhor parte foi integras as comissões que analisaram as músicas nos três primeiros anos. Cada coisa ruim que apareceu...

Lembro que na primeira edição houve um boicote por parte de algumas pessoas, que saíram falando mal da parceria Prefeitura/Sesc e não se inscreveram, instando outros a fazer o mesmo. Depois de virem a repercussão positiva, os Cd’s prensados e saber que um dos participantes viajava para Maringá, os mesmos músicos/compositores reclamões estavam lá no outro ano participando.

Lembro também que Rosana teve que aguentar desaforo e explicar mil vezes como era feita a análise das músicas para quem perguntava: “me explica o motivo de fulaninho não estar na lista dos classificados”. Ora, se a música não se encaixava na proposta da mostra, tinha que ficar de fora. Mas como havia outros elementos sócio-familia-culturais no meio e o pessoal de Roraima ainda está preso, apesar de criticar sempre que pode, à prática do compadrio, a coitada da Rosa teve que ouvir e explicar, ouvir e explicar, ouvir e explicar.



Neste ano, as inscrições podem ser feitas gratuitamente até 7 de abril, em horário comercial, no Núcleo de Cultura do Sesc (Mecejana) e no Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) do Sesc Centro.

Esta edição do evento acontecerá no sul do Estado, na big cidade de Rorainópolis, dia 30 de maio.

Podem participar compositores, músicos e intérpretes de todo o Estado, mas que comprovadamente residam em Roraima. Cada participante poderá inscrever até duas músicas, de autoria própria e de livre tendência musical, em língua portuguesa ou indígena, inclusive instrumental, que não tenham participado de outras mostras.

As dez músicas selecionadas vão integrar o CD da IV Mostra de Música Sesc Canta Roraima, que será lançado no dia 19 de setembro de 2009, durante a realização do Overdoze da I Aldeia Sesc Roraima - Cultura de Todos os Povos, no Palco das Piscinas, no Centro de Atividades Dr. Antônio Oliveira Santos, no Mecejana.

O regulamento está disponível no Núcleo de Cultura, no SAC do Sesc Centro, nas unidades do Sesc Ler de Iracema, Rorainópolis e São João da Baliza e no site do Sesc. Outras informações no Núcleo de Cultura do Sesc (3621-3947) e no SAC (3621-3944).

quarta-feira, março 18, 2009

Atividades profissionais do índio velho


Acadêmicos discutem a infl
uência das assessorias na imprensa na mídia local


Do site da Faculdade Atual

Acadêmicos do quarto semestre do curso de Jornalismo da Faculdade Atual da Amazônia e profissionais da mídia discutem nesta quarta-feira, dia 18, a influência das assessorias de imprensa nos veículos de comunicação de massa. Participam os assessores do Governo Estadual, Prefeitura de Boa Vista, Faculdade Atual da Amazônia e Boa Vista Energia S.A.


SÓ FERA...


O debate faz parte da disciplina ‘Jornalismo e Opinião Pública’, ministrada pelo professor Edgar Borges, que analisa como a mídia influencia a sociedade e vice-versa. Além disso, procura explicar como se dá o processo de escolhas de temas pela imprensa para serem apresentados ao público leitor, ouvinte e telespectador.

ESSE NOME ME É CONHECIDO, MAS NÃO TÔ LIGANDO-O À PESSOA...


Confirmaram presença Rui Figueiredo, secretario de comunicação do Governo Estadual; Nenna Tyeko, superintendente de imprensa da Prefeitura de Boa Vista; e as assessoras da Faculdade Atual da Amazônia, Élissan Paula Rodrigues, e da Boa Vista Energia S.A., Rai Araújo.

SÓ FERA 2

“Convidar profissionais de instituições que têm um efetivo, diário e reconhecido trabalho enriquece as aulas, pois eles complementam o conteúdo teórico com suas experiências e análises particulares sobre a influência das assessorias de imprensa na agenda da mídia”, diz o jornalista Edgar Borges.

EI, FALO BONITO, NÉ?

A intenção é que cada assessor conte um pouco de seu cotidiano profissional e mostre aos alunos como articula a conquista de espaços na mídia na busca de resultados positivos para a imagem da instituição em que trabalha. “A informação hoje é fundamental para o bom desempenho das organizações. Espero que os convidados tragam bons exemplos dessa busca constante pela credibilidade e do reconhecimento do público”, finaliza Borges.

UAU! DESCOBRI A MECHA QUE LEVA ATÉ O BARRIL QUE FAZ TUDO EXPLODIR POR CONTA DAQUELE POZINHO DAS BOMBAS.



Enquanto isso, quem te mandou, índio, se meter no meio?



Cachorro da Guarda morde servidor da Prefeitura
em manifestação de estudantes


Escrito por Eudiene, para o Jornal do Rádio


Estudantes ligados à Associação dos Estudantes de Roraima (Assoer) entrou em confronto com guardas municipais na manhã desta terça-feira (17). Alguns tentaram invadir o prédio e no confronto com os agentes, ficaram levemente feridos. Um servidor da Prefeitura foi mordido pelo cachorro que foi solto pelos agentes para dispersar os manifestantes.

Os estudantes manifestavam pedindo que seja assegurado o direito de meia passagem nos transportes coletivos, exigem o cumprimento das leis que regulamentaram o benefício. Eles tentavam falar com o prefeito Iradilson Sampaio que não estava. Alguns tentaram invadir o prédio e foram contidos pelos guardas, iniciando a confusão.

Em entrevista ao apresentador da TV CIDADE, Wilson Barros, o grupo disse que foi recebido pelo secretário de Planejamento do Município, Getúlio Cruz, que agendou uma reunião com líderes da Assoer na próxima semana para ouvir as reivindicações da categoria.

segunda-feira, março 16, 2009

Sobre como foi o Dia Nacional da Poesia em 2009


Manhã

Hum...

Checa a lista de tarefas, confere o que falta e o que já está pronto. Tudo Ok? Então vamos à feira, para a rotina.

Tarde

Hum...

Opa, falta isso, meninos? Então vamos fazer, né? Mas antes...que horas é a merenda, Tana Halu? É dia de tambaqui assado?

Transporta os cubos, espera abrir o centro de artesanato para guardar e pegar depois, pega Zanny, volta para a praça, carrega os cubos, monta o big cubo, o palco, a instalação elétrica, o telão, calor, suor, cansaço...

Noite

Tana monta os varais e toda a parte plástica. Vai embora por força das obrigações de formiga, mas ele queria mesmo era ficar para ser cigarra e aproveitar a festa que montou. Luiz, o tímido, assume a locução e explica que somos o Coletivo Arteliteratura Caimbé celebrando o mundo dos versos.

O pessoal parou para ler


A noite chega na Praça das Águas, Zanny, a Adairalba, já organizou a logística e agora é esperar os primeiros poemas. E eles chegam com um venezuelano falando de juventude e liberdade para o país vizinho. Segue-o Lindomar Bach, que enche um cubo com seus poemas curtos e um desenho. Na sequência chegam a professora de letras Conceição Lopes, carregada de banners com poemas que serão muito lidos e copiados à noite, Daniel Moraes e Idalece Rodrigues, com cartolinas recheadas de imagens e poemas.


Lindomar Bach e sua caixa de poemas e desenhos


Tana Halu e Malena montando os varais

Zanny e Malena na ativa


Aos poucos, a praça é tomada pela poesia. Os cubos despertam curiosidade nas pessoas, que não sabiam que podem tocá-los para ler com mais conforto. Maior surpresa é saber que também podem escrever seus versos neles.


Roberta Cruz e Alex Pizzano na montagem dos poemas


Os varais vão se enchendo. A noite está agradável e boas pessoas ficam no local por muito tempo. Os poetas e declamadores ocupam bem o tempo e o público ouve e lê atento. Até as crianças arriscam versar. A tudo isso assistem atentos uma equipe da TV Cidade e os alunos do quinto semestre de jornalismo da Faculdade Atual.


Bia Figueredo, minha afilhada: 7 anos de poesia


Perguntas: “quem organiza? Do que se trata? Dia de que? E posso mexer nos cubos? Mas vocês divulgaram isso nas escolas e nos jornais? Vai ter rock? E tu, Edgar, não vais declamar nada?”

Venda de livros


Afirmações: “nossa, que legal, deviam fazer mais vezes! Putz, eu não sabia disso, senão teria trazido meus poemas que estão lá em casa!”


Professora Conceição Lopes e seus banners poéticos

Alguns nomes de pessoas que tive tempo de ouvir declamar: Daniel Moraes, Cyneida Correia, Walber Aguiar, George Farias, Riza Abensour, contramestre Ongira Palmares, Camila (sobrinha da Cyneida), David de Paulo, Romário Guimarães e seu Navio Negreiro homenageando Castro Alves.

Contramestre Ongira carregando os versos do finado Mestre Macaô


Cyneida Correia, correndo pra galera depois de declamar Florbela Espanca


Daniel Moraes e Idalece Rodrigues na montagem


Além de tudo isso, Bach, Walber Aguiar e Adair Santos vendem seus livros, Luiz Valério exibe suas poesias visuais, a dupla de hippies Diogo e o argentino Alejandro faz uma performance para poder passar o chapéu, o pessoal da Ordem dos Músicos do Brasil aparece do nada pedindo as carteirinhas musicais da turma da banda Iekuana e a Guarda Municipal e a Polícia Militar garantem a segurança da intervenção.

Lendo e escrevendo nos cubos

Vai ter rock?

Vai, mas acaba às22h. Enquanto isso vai lendo ou escrevendo. Ou melhor, faz as duas coisas.

Atrasos que surgem para bem. 21h é o pico da declamação, com fila e tudo o mais. Dezenas de espectadores ouvem na praça, outros tantos ficam lendo o que já foi feito. Enquanto isso, a Iekuana ganha tempo para se arrumar no palco.


Antes dela, Magoozaia toca três de suas composições. A primeira é Bicho da Manga, agora em ritmo de jazz. Muito bom. Valeu, negão. Mandaste bem.

Os iekuanas mandam três suaves, param para Romário arrepiar a platéia com mais de Castro Alves, e retomam a sessão de rock, reggae e hip-hop que apresentam no repertório. Elogios à musicalidade, novos fãs surgem, o tempo corre, a energia que está rolando vai e volta entre a banda e o público. O fogo está alto mas o tempo e o contrato do equipamento de som nos pressionam. O público grita pedindo mais. Lamentavelmente não dá, mas é bonito ver a galera pulsando e pulando.

Walber Aguiar foi um dos poetas já publicados presentes


Encerramos? Antes disso, Luiz convida o povo para ver um espetáculo de pirofagia numa das pontas da Praça das Águas, que todo sábado ferve com a turma do hip-hop quebrando a coluna para mostrar quem dança mais.

Agora sim, agradecemos ao público, ao Sesc, à Fetec, ao Estúdio Parixara e avisamos que agora vamos trampar para produzir o DVD de poesias visuais com os textos autorizados nesta noite.

Depois de recolher tudo, as conversas, os elogios, a sugestão de continuar fazendo intervenções, as risadas e as piadas que não surgem necessariamente nessa ordem, a pizza depois da meia-noite com os velhos e novos amigos, o retorno cansado e feliz para casa.

Foi bom. Muito bom. E como falam por aqui, se tu não foi, perdeu.

A quem apoiou em espírito ou na parte física, valeu!